27 de agosto de 2024

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Governo Permite Comercialização de Gás pela PPSA e Avança com Medidas no Setor de Energia

O presidente Lula (PT) sancionou nesta segunda-feira (26) novas medidas que fortalecem a exploração do pré-sal e autorizam a PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.), estatal responsável pela gestão da extração na área, a atuar na comercialização de gás natural. As decisões foram ratificadas em uma reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), que também aprovou o decreto que concede à ANP (Agência Nacional do Petróleo) maior poder de intervenção no mercado de gás, visando aumentar a oferta desse combustível para consumo. Além disso, o conselho deu aval à Política Nacional de Transição Energética, que será integrada a outras ações como a Política Nacional de Mudança do Clima e o Plano de Transformação Ecológica. Segundo o Ministério de Minas e Energia, espera-se um aporte de R$ 2 trilhões em investimentos no setor nos próximos dez anos. Esse plano será submetido a consulta pública antes de sua implementação, podendo sofrer ajustes. A estrutura da política energética incluirá eixos setoriais (como industrial, elétrico, mineral e petróleo e gás) e transversais (regulação, combate à pobreza energética, redução das desigualdades e atração de investimentos). Entre as resoluções voltadas à exploração do petróleo, o CNPE aprovou o interesse da Petrobras em explorar o bloco Jaspe, na Bacia de Campos, que faz parte do pré-sal. A ANP estima que o poço contenha até 2,5 bilhões de barris de óleo. O leilão está previsto para 2025, com a Petrobras garantida em pelo menos 40% da participação. Foram também estabelecidos parâmetros para a exploração de mais dois blocos no pré-sal, Rubi e Granada, dentro do sistema de oferta permanente e sob regime de partilha. O governo prevê arrecadar R$ 118 milhões com a assinatura dos contratos para esses blocos, além de R$ 60 bilhões em investimentos, R$ 119 bilhões em receitas e a criação de 280 mil empregos. Outra iniciativa aprovada permite à PPSA atuar na comercialização de gás natural, competindo com a Petrobras. A estatal poderá gerenciar o escoamento e processamento do gás pertencente à União e vendê-lo diretamente ao mercado, caso a viabilidade seja comprovada. Além disso, foi autorizado o decreto que concede à ANP a capacidade de intervir no mercado de gás natural, limitando a reinjeção do insumo e regulando o uso dos gasodutos que transportam o gás do mar para o continente. A medida visa reduzir o custo final do combustível. Contudo, críticos temem que essa decisão possa ser considerada uma interferência excessiva no mercado, principalmente em contratos vigentes. O decreto integra o programa Gás Para Empregar, uma das prioridades do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Reduzir a reinjeção de gás, uma técnica utilizada para otimizar a extração de petróleo, ampliaria a oferta de gás no país, com o objetivo de baixar o preço para o consumidor final. A regulamentação também busca estabelecer um preço máximo para o uso dos gasodutos, atualmente negociado entre as empresas. O setor alega que a Petrobras, controladora da maioria desses circuitos, cobra tarifas elevadas e dificulta o acesso. Com informações da Folha de São Paulo.

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CNPE aprova novas diretrizes estratégicas para o mercado de combustíveis focadas na transição energética

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta segunda-feira (26/8), uma nova resolução que atualiza as diretrizes estratégicas para o desenvolvimento do mercado de combustíveis, biocombustíveis e derivados de petróleo no Brasil. O objetivo principal do documento é fortalecer a capacidade de processamento nacional, que atualmente enfrenta desafios devido à alta dependência de importações de derivados. “Atualmente, o parque de refino do Brasil tem capacidade de processar 2,4 milhões de barris por dia, um volume ainda insuficiente para suprir integralmente a demanda interna. A expectativa é que a medida aprovada hoje ajude o país a reduzir essa dependência externa, promovendo o desenvolvimento econômico, gerando empregos e renda, além de aumentar a competitividade do setor”, destacou o ministro. Entre as novas diretrizes estratégicas, estão o incentivo à produção de biocombustíveis, a modernização do parque de refino e a promoção da transição energética no país. Criação de Grupo de Trabalho para Estudos Especiais O CNPE também aprovou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) voltado para estudos especializados sobre os mercados de combustíveis aquaviários, combustíveis de aviação e gás liquefeito de petróleo (GLP). Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o GT será formado por 17 instituições e deverá estabelecer diretrizes para a Política Energética Nacional relacionadas a esses temas. Segundo o ministro Alexandre Silveira, a criação do grupo é oportuna: “O objetivo do GT é buscar soluções que reduzam a pobreza energética no Brasil, além de estimular a produção de GLP Renovável (BioGLP). Essas são medidas que visam trazer benefícios concretos para a vida dos brasileiros, sempre focando em uma transição energética justa, inclusiva e equilibrada”, ressaltou o ministro. Silveira também enfatizou a importância da discussão sobre descarbonização no setor de transportes aquaviários: “O Brasil precisa de uma estratégia clara para descarbonizar o transporte marítimo, e é isso que esperamos alcançar com o trabalho desse grupo.” O relatório final do GT servirá como base para o CNPE propor novas políticas públicas para o mercado nacional de combustíveis. Além disso, a resolução reforça a necessidade de a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) finalizar as ações regulatórias dos segmentos de combustíveis de aviação e GLP, que tiveram início em 2019 e 2017, respectivamente. A norma ainda trata da viabilização da venda direta de combustíveis de aviação pelos fornecedores primários aos operadores aéreos. Com informações da Assessoria Especial de Comunicação Social – MME.

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Mato Grosso do Sul avança rumo à liderança na produção nacional de etanol

Com um crescimento acima da média nacional e expressivos investimentos em expansão, Mato Grosso do Sul está prestes a disputar a vice-liderança entre os maiores produtores do setor sucroenergético da região Centro-Sul do Brasil. Essa perspectiva foi apresentada durante a reunião do Conselho da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), conduzida pelo CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, na última quinta-feira (22/08). O encontro contou com a presença de executivos das empresas associadas, do Secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Jaime Verruck, representando o governador Eduardo Riedel (PSDB), além do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, Márcio Fernandes, e do presidente da BioSul, Amaury Pekelman. Durante sua exposição, Ono destacou os fatores que impulsionam as expectativas otimistas para a produção do estado. “Mato Grosso do Sul já ultrapassa 50 milhões de toneladas de cana moída por ano, com grandes investimentos programados para expandir ainda mais, inclusive na produção de etanol de milho. Atualmente, já temos duas usinas em operação, da Inpasa e Cerradinho, e uma nova unidade da Inpasa em construção”, detalhou o executivo. Ele também salientou o imenso potencial do estado para a produção de etanol de milho, afirmando que essa capacidade terá impacto significativo na produção total de biocombustíveis. Ono elogiou ainda as mudanças tributárias promovidas pelo governo estadual, que favoreceram a venda de etanol hidratado no mercado interno, impulsionando o crescimento do setor. Além disso, o executivo mencionou programas governamentais que estão em fase de aprovação, como o ‘Combustível do Futuro’ e o Mover, recentemente aprovado, que garantem maior segurança jurídica aos investidores. Segundo projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o crescimento na produção e consumo de etanol e biodiesel nos próximos 10 anos é uma realidade que deve atrair novos investimentos. Apesar do cenário promissor, Ono ressaltou os desafios enfrentados pelo setor, como o descumprimento de normas do programa RenovaBio por distribuidoras de combustíveis. “O RenovaBio precisa de mais atenção do Governo, do Ministério Público e do Ministério de Minas e Energia para garantir que as distribuidoras adquiram os CBios conforme a legislação”, alertou. Quanto ao Mato Grosso do Sul, ele destacou que a maior parte da produção de etanol é destinada a outros estados, sendo transportada por meio de uma logística predominantemente rodoviária, que é cara e ineficiente. “Com os investimentos que o estado vem recebendo, é fundamental melhorar essa logística, adotando soluções como dutos e transporte ferroviário, como já ocorre em estados como Goiás e Mato Grosso”, completou Ono. O presidente da BioSul, Amaury Pekelman, aproveitou a presença do Secretário Jaime Verruck para agradecer as políticas de incentivo ao etanol hidratado: “A redução do ICMS melhorou a competitividade, o que já se reflete nas vendas e beneficia o consumidor. As oportunidades no setor seguem em crescimento, justificando a continuidade dessa estratégia com investimentos que reduzam os custos logísticos”, concluiu. Com informações de Notícias Agrícolas.

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Relatório sobre Combustíveis do Futuro é Apresentado na Comissão de Infraestrutura

O novo relatório do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) sobre a proposta que cria programas nacionais para o diesel verde, combustível sustentável para aviação e biometano foi lido na última semana na Comissão de Infraestrutura. O texto recebeu um pedido de vista coletivo após a leitura. A proposta também amplia as adições obrigatórias de combustíveis verdes, como o biodiesel e o álcool etílico anidro, além de regulamentar as atividades da indústria de captura e estocagem geológica de CO2, buscando integrar todos esses programas. O objetivo é promover a mobilidade sustentável e de baixo carbono no país. Até o momento, mais de 30 especialistas foram ouvidos pelos senadores nas quatro audiências públicas realizadas este ano para discutir o projeto, resultando na apresentação de 17 emendas ao texto original. Entre as alterações incorporadas pelo relator está a sugestão do senador Fernando Farias (MDB-AL), que propõe incentivos ao uso de matérias-primas produzidas pela agricultura familiar na fabricação de biocombustíveis. Veneziano Vital do Rêgo destacou a importância de o Brasil estar preparado para as oportunidades da nova economia do século XXI, por meio da descarbonização de setores com altas emissões de gases do efeito estufa, da transição energética e da promoção de combustíveis modernos, alinhados aos compromissos climáticos internacionais. “O Brasil é o sexto maior emissor global de gases de efeito estufa. O setor de transporte é responsável por pouco mais de 9% do total de emissões do país, mas representa quase metade das emissões antrópicas. No mundo, o setor de transporte responde a 16,2% do total de emissões. Nesse contexto, o setor de biocombustíveis brasileiro tem potencial para contribuir para a descarbonização global, trazendo também desenvolvimento, geração de emprego e distribuição de renda para o nosso país”, afirmou o senador. O presidente da Comissão de Infraestrutura, senador Confúcio Moura (MDB-RO), ressaltou a relevância do tema para o Brasil e indicou que a matéria deve ser votada pelo colegiado na primeira semana de setembro. Com informações da Rádio Senado.

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Queimadas em SP podem gerar prejuízo de R$ 350 milhões para produtores de cana

Os incêndios em áreas de cana-de-açúcar no estado de São Paulo podem causar perdas financeiras estimadas em R$ 350 milhões para os produtores. A informação é da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), que alerta para os impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar devido aos danos. Impactos no Setor Até o momento, cerca de 59 mil hectares de canaviais, incluindo áreas de rebrota, foram queimados. Segundo a Orplana, no sábado (24) foram registrados 305 focos de incêndio, enquanto na sexta-feira (23) o número chegou a 1.800, conforme os dados mais recentes. A organização, que representa cerca de 12 mil fornecedores de cana na região Centro-Sul do Brasil, aponta uma queda significativa na produtividade. São Paulo, responsável por 53,2% da produção nacional de cana-de-açúcar, é o maior produtor do país, com as principais áreas afetadas localizadas em regiões como Ribeirão Preto, Piracicaba, Araraquara, Araçatuba, Presidente Prudente e São José do Rio Preto. “Observamos uma redução na produtividade em torno de 50%, devido à perda de biomassa com os incêndios. Isso já reflete nos preços do etanol, do açúcar e no potencial produtivo do próximo ciclo”, afirmou José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana. Preocupações e Previsões Embora a chuva de domingo (25) tenha proporcionado um certo alívio, o clima seco e quente ainda preocupa o setor. O impacto dos incêndios nos preços ao consumidor ainda é incerto. Um relatório da XP Investimentos destaca que o mercado está tentando avaliar os efeitos das queimadas nos resultados da safra. A seca registrada no último final de semana levou agosto a um recorde de incêndios, com quase 3.500 focos, afetando diversas áreas de canaviais. “O clima seco persiste no Centro-Sul, influenciando a segunda metade da safra 24/25”, aponta o documento. A perspectiva é de alta nos preços, principalmente do açúcar. Segundo Samuel Isaak, especialista em commodities agrícolas da XP, mesmo após os incêndios, a cana-de-açúcar ainda pode ser processada para a produção de etanol e açúcar. Porém, a qualidade do produto começa a ser comprometida e, dada a extensão dos danos, pode não haver tempo suficiente para processar toda a matéria-prima. Com informações de UOL.

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Governo federal desenvolve novo programa de distribuição de gás para 20 milhões de famílias

O governo federal está elaborando um novo programa de distribuição de botijões de gás para 20 milhões de famílias de baixa renda até 2026. O plano faz parte do programa “Gás Para Todos”, que substituirá o atual Auxílio Gás e contará com um orçamento de R$ 13,6 bilhões quando estiver plenamente implementado. A proposta foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nesta segunda-feira (26), com a participação do presidente Lula (PT). Um projeto de lei será encaminhado ao Congresso Nacional, que deverá aprová-lo para viabilizar a iniciativa. Após a reunião do CNPE, Lula participou de uma cerimônia com ministros para assinatura do projeto e de outras medidas autorizadas pelo conselho, incluindo ações que permitem à Agência Nacional do Petróleo (ANP) intervir no mercado de gás e comercializar o combustível. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, as 5,6 milhões de pessoas atualmente beneficiadas pelo auxílio continuarão contempladas na nova proposta. A principal novidade do programa é a participação da Caixa Econômica Federal, que ficará responsável por desenvolver uma plataforma para cadastro dos beneficiários e operacionalização do projeto. As famílias cadastradas receberão um valor determinado pela ANP, que será ajustado conforme os preços praticados em cada região, com um teto máximo. A agência também credenciará revendedoras de gás que optarem por participar voluntariamente do programa, permitindo que essas empresas comercializem o botijão às famílias contempladas. O foco do programa são as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal, com renda igual ou inferior a um salário mínimo. Segundo Silveira, o novo formato busca garantir que o recurso seja efetivamente utilizado para a compra de gás, o que nem sempre acontece atualmente, já que o Auxílio Gás é distribuído junto com o Bolsa Família. O “Gás Para Todos” começará a ser implementado em janeiro de 2025 de maneira gradual, com um custo inicial de cerca de R$ 5 bilhões por ano — valor semelhante ao do atual auxílio. A expectativa é que a ampliação para os 20 milhões de beneficiários ocorra até o final de 2026, atingindo o custo previsto de R$ 13 bilhões. O financiamento do programa será viabilizado com recursos oriundos do petróleo, e Silveira destacou que será “o maior programa de acesso ao cozimento limpo do mundo”. Tanto o ministro quanto o presidente Lula criticaram o preço elevado dos botijões de gás no Brasil, ressaltando que a iniciativa visa reduzir esse custo para as famílias. “Quando decidimos fazer uma política de gás, é porque o gás, hoje, precisa ser parte da cesta básica do povo brasileiro, que muitas vezes não consegue comprar o botijão, que sai da Petrobras a R$ 36 e é vendido em alguns estados a R$ 140, R$ 120, R$ 130. Será que essas pessoas não têm noção?”, questionou Lula. Com informações da Folha de S.Paulo. 4o

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Mudanças nas regras de produção de gás provocam divergências entre setores

Dois decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxeram alterações significativas nas normas do mercado de gás natural, visando, segundo o governo, à redução do preço do produto. As novas medidas receberam apoio da indústria, mas geraram críticas e ameaças de judicialização por parte do setor petrolífero. Os decretos foram anunciados durante cerimônia do Ministério de Minas e Energia (MME). A principal polêmica gira em torno de um dos decretos que estabelece novas regras para empresas que atuam na exploração e comercialização de gás natural. O documento altera o Decreto 10.712, de 2021, que regulamenta a Lei do Gás – também de 2021 – e abrange aspectos como transporte, escoamento, estocagem e venda do gás. O governo pretende limitar a reinjeção de gás natural extraído durante a produção de petróleo, incentivando as empresas a disponibilizar esse gás no mercado. No entanto, representantes do setor de petróleo afirmam que essa prática é essencial para otimizar a extração de petróleo e alertam que a nova medida pode impactar negativamente a produção nacional. Além disso, há críticas sobre uma possível interferência governamental, que, segundo eles, compromete contratos e coloca em risco planos de negócios e exploração. Por outro lado, segmentos industriais que utilizam gás natural demonstraram apoio à iniciativa, esperando uma redução nos custos, com a expectativa de cortes de 35% a 40% nos preços. A medida foi recebida com otimismo pelos consumidores, que aguardam maior acesso ao produto a preços competitivos. O decreto também prevê que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) poderá revisar os planos de desenvolvimento das petroleiras para avaliar a viabilidade de aumentar a produção de gás. Entre as empresas que operam no Brasil, além da Petrobras, estão grandes multinacionais como Shell, BP, Galp e Equinor. Durante o evento, o presidente Lula criticou a prática de queima de gás nas plataformas, defendendo o uso do recurso para beneficiar a população. “O gás é barato. A Petrobras não tem o direito de queimar gás. Ela tem o direito de trazer o gás e colocá-lo à disposição desse povo. Para que o povo pobre possa cozinhar, se não vai ter que voltar à lenha”, afirmou Lula. Nos bastidores, executivos do setor de óleo e gás demonstraram preocupação com a possível intervenção estatal, levantando a possibilidade de contestação judicial e retração nos investimentos. Como forma de apaziguar o descontentamento, o governo prometeu que a ANP realizará estudos técnicos antes de exigir o fim da reinjeção de gás, com o objetivo de fortalecer a regulação e ampliar a oferta no mercado. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) informou que só irá se posicionar após a publicação oficial dos textos. Com informações de O Estado de S. Paulo.

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Após sete anos da reforma trabalhista, maioria dos autônomos prefere emprego formal

Sete em cada dez trabalhadores autônomos brasileiros desejam um emprego com carteira assinada, sete anos após a reforma trabalhista que prometia criar seis milhões de empregos, mas incentivou a informalidade. É o que revela uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre). Aprovada em julho de 2017, a reforma alterou mais de cem pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), incluindo a prevalência de acordos entre patrões e empregados sobre a legislação, a flexibilização de direitos como o parcelamento de férias e o enfraquecimento dos sindicatos ao eliminar a contribuição obrigatória, medida posteriormente revisada pelo STF. O objetivo da reforma era conter o desemprego, que vinha crescendo desde a crise político-econômica de 2015. À época, o então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prometia a criação de seis milhões de empregos em dez anos, sendo dois milhões nos primeiros dois anos, segundo o então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Entretanto, o desemprego continuou elevado. A taxa de desocupação, que era de 6,6% em 2014, atingiu 12,9% em julho de 2017 e permaneceu alta até o pico de 14,9% em março de 2021, agravada pela pandemia. “O que fizemos foi flexibilizar o contrato de trabalho, porque na minha cabeça estava o seguinte: é melhor você arrumar trabalho flexível do que não ter emprego”, afirmou Michel Temer em 2020. A realidade dos autônomos Sete anos após a reforma, 67,7% dos trabalhadores autônomos desejam a formalização. O Brasil possui 25,4 milhões de autônomos, enquanto a população ocupada total era de 100,2 milhões em março de 2024. A pesquisa da FGV-Ibre, que entrevistou 5.321 pessoas, tem margem de erro de dois pontos percentuais. O desejo por um emprego com carteira assinada é ainda maior entre os trabalhadores mais pobres: 75,6% dos informais que recebem até um salário mínimo preferem a CLT. Para aqueles que ganham entre um e três salários mínimos, o percentual é de 70,8%. Além disso, 44% dos autônomos recebem até um salário mínimo. A maioria dos informais é composta por homens e negros: 66% são homens, 54,5% se declaram pretos ou pardos, e 38% têm entre 45 e 65 anos. A insegurança financeira é uma constante para esses trabalhadores: apenas 45% conseguem prever sua renda para os próximos seis meses, contra 67,5% dos empregados com carteira assinada. A variação salarial também é significativa, com 19,8% dos autônomos experimentando oscilações superiores a 20% de um mês para o outro. “A reforma contribuiu para o aumento do trabalho flexível, mas poucos ganham bem e, por isso, preferem a CLT”, comenta Rodolpho Tobler, pesquisador da FGV-Ibre. A insatisfação com a reforma é evidente entre os informais com menor renda, que veem a carteira assinada como uma opção menos pior. Vagas precárias e informalidade crescente Desde a reforma, o número de autônomos cresceu 17%, passando de 21,7 milhões para 25,4 milhões. Segundo Tobler, muitos migraram para a informalidade por necessidade, não por escolha. Para o professor da Unicamp José Dari Krein, a reforma desequilibrou as forças do mercado ao enfraquecer os sindicatos, limitando o acesso à Justiça e permitindo negociações diretas entre empregadores e empregados. A precarização das vagas formais também empurrou mais trabalhadores para a informalidade. Além disso, a produtividade caiu, uma vez que muitos não atuam na área para a qual se prepararam. Em 2017, o Congresso também aprovou a lei das terceirizações, permitindo que empresas terceirizassem suas atividades principais. Apesar de potencialmente formalizar mais trabalhadores, a terceirização resultou em salários menores e piores condições de trabalho. Desemprego em queda, mas sem relação com a reforma A taxa de desocupação só começou a cair após a pandemia, atingindo 6,9% em junho de 2024, o menor índice desde 2012. Contudo, para Krein, a queda não está ligada à reforma trabalhista, mas à retomada econômica pós-pandemia e ao aumento do salário mínimo, que impulsionaram o consumo e geraram empregos. “Nosso maior problema é mensurar a reforma trabalhista. Houve turbulências políticas, recessão, mas a reforma facilitou a geração de empregos, desburocratizou”, argumenta Tobler. Com informações da Folha de S. Paulo.

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ANP fiscaliza postos de combustíveis em 15 estados e realiza interdições por irregularidades

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou os resultados das ações de fiscalização realizadas entre os dias 12 e 22 de agosto em 15 estados brasileiros. A operação abrangeu todas as regiões do país e teve como foco a verificação da qualidade dos combustíveis, o fornecimento de volumes corretos nas bombas, a adequação dos equipamentos e a regularidade das documentações das empresas fiscalizadas. Dentre as ações, destacou-se uma força-tarefa realizada na Bahia, em conjunto com órgãos de defesa do consumidor, visando combater a comercialização de lubrificantes por agentes não regulados pela ANP. A operação foi resultado de um curso de fiscalização promovido pela Agência no início de 2024. Durante as inspeções no estado, diversas irregularidades foram identificadas, como o envase de lubrificantes em embalagens não autorizadas e a coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado por caminhões não cadastrados. Além disso, foram coletados 34 litros de lubrificantes sem registro para análise pelo Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da ANP. Em Minas Gerais, a fiscalização atingiu 30 postos de combustíveis e outras distribuidoras. Em Contagem, um posto foi interditado por comercializar etanol fora das especificações, enquanto outros estabelecimentos em Martinho Campos foram autuados por irregularidades como a venda de combustível em recipientes não certificados pelo Inmetro. No Rio de Janeiro, a operação resultou na interdição de postos na capital e em Niterói, onde foram identificadas vendas de gasolina fora das especificações com relação ao teor de etanol. Em São Paulo, foram fiscalizados 31 postos, com autuações e interdições por diversas irregularidades, como a venda de combustíveis em volume inferior ao registrado na bomba e a comercialização de gasolina comum fora das especificações. No Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e Goiás, as operações também ocorreram de forma abrangente, com destaque para a colaboração com órgãos como Procons e Polícia Civil em alguns estados. Em outras regiões do país, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foram detectadas falhas no cumprimento de normas técnicas e comercialização de produtos fora dos padrões regulados pela ANP, resultando em interdições e apreensões. No Amazonas, Roraima e Amapá, a fiscalização concentrou-se na verificação das condições de comercialização em postos de combustíveis, com algumas autuações e apreensões de produtos irregulares. As ações da ANP são baseadas em informações estratégicas, como denúncias de consumidores e dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC). A Agência destaca que parte dos dados de fiscalização ainda não está disponível devido à operação padrão dos servidores. As multas aplicadas podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, com os autuados tendo direito a ampla defesa no processo administrativo. Com informações da Assessoria de Imprensa da ANP.

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Relatório ABICOM: Paridade de Preços de Importação e Preços Domésticos – 27/08/2024

O relatório divulgado nesta terça-feira (27) pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (ABICOM) aponta a discrepância entre os preços domésticos dos combustíveis e o Preço de Paridade de Importação (PPI). O cálculo do PPI, que considera as cotações internacionais de gasolina e óleo diesel, variação cambial, RVO (Renewable Volume Obligation) e custos de frete marítimo, foi baseado nos fechamentos de mercado do dia 26/08/2024. Cenário Atual O relatório destaca uma estabilidade no câmbio e nos preços de referência para a gasolina, enquanto o óleo diesel registrou alta no mercado internacional. Esse cenário resulta em uma defasagem de -6% no preço do óleo diesel em relação à paridade e uma situação próxima à paridade para a gasolina, com uma diferença de 1%. Câmbio e Petróleo O câmbio se manteve pressionado, com a taxa Ptax fechando em R$5,49/US$, o que impacta diretamente os preços domésticos dos produtos importados. No mercado de petróleo, a oferta limitada continua elevando os preços futuros do Brent, que superam os US$81/barril. Óleo Diesel S10 Este é o 245º dia de vigência da redução linear média de R$ 0,30/L nos preços praticados pela Petrobras desde 27/12/2023. Na última quarta-feira, a Acelen, que opera no Polo Aratu-BA, reduziu o preço do óleo diesel A em R$ 0,0973/L. Apesar disso, o mercado internacional e o câmbio seguem pressionando os preços internos, resultando em uma redução acumulada de apenas R$ 0,02/L no PPI desde o último reajuste da Petrobras. A arbitragem nos seis principais polos analisados pela ABICOM revela que a diferença média negativa para o óleo diesel A é de R$ 0,19/L, com variações entre -R$ 0,27/L e -R$ 0,10/L, dependendo do polo de operação. Com isso, os preços médios desse combustível seguem abaixo da paridade em todos os polos analisados. Gasolina A Este é o 50º dia de vigência do aumento linear médio de R$ 0,20/L nos preços da Petrobras, implementado em 09/07/2024. Na última quarta-feira, a Acelen também reduziu o preço da gasolina A em R$ 0,1631/L no Polo Aratu-BA. Mesmo com a pressão do mercado internacional e do câmbio, o PPI acumula uma redução de R$ 0,42/L desde o último reajuste da Petrobras. A arbitragem nos polos analisados é favorável para a gasolina A, com uma diferença média positiva de R$ 0,03/L, variando entre -R$ 0,05/L e R$ 0,11/L, conforme o local. Nos últimos nove dias, a janela de arbitragem para a gasolina A permanece aberta na média, o que significa que os preços praticados superam ou estão abaixo da paridade, dependendo do polo. Conclusão O relatório evidencia a complexidade do cenário de preços dos combustíveis no Brasil, com o óleo diesel operando consistentemente abaixo da paridade e a gasolina flutuando entre condições favoráveis e desfavoráveis, dependendo da região. As pressões externas, como câmbio elevado e mercado internacional aquecido, continuam influenciando diretamente os preços no mercado doméstico.

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