20 de março de 2025

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Adição de 30% de etanol na gasolina deve ter efeito limitado

A eventual adição maior de etanol à gasolina deve reduzir, se implementada, a necessidade de importações do combustível fóssil, segundo especialistas e agentes de mercado ouvidos pelo Valor. Eles acrescentam que, nesse cenário, a queda de preços para o consumidor deve ser pequena. Na segunda-feira (17), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o governo levará ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) proposta de elevar a proporção de etanol na gasolina nas bombas de 27% para 30%. O anúncio foi feito em evento para apresentar os resultados dos testes feitos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) da adição de 30% de etanol que indicam a viabilidade técnica da mistura. O percentual de adição de etanol anidro (sem adição de água) à gasolina é definido pelo CNPE. Até o ano passado, a faixa permitida ficava entre 18% e 27,5% e o percentual que estava em vigor era de 27%. Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o Congresso Nacional aprovou em 2024 projeto de lei conhecido como Combustível do Futuro, que aumentou a faixa de adição de etanol para patamar entre 22% e 27%. O projeto também autorizou o governo a elevar o índice para até 35%. O Ministério de Minas e Energia diz que a proposta de misturar 30% de etanol (E30) deve ser apresentada ao CNPE até o fim do ano. Silveira diz que um dos efeitos será a redução de R$ 0,13 por litro no preço da gasolina. Mas a queda de preços da gasolina com a maior adição de etanol não é assegurada. A produção de etanol depende de fatores climáticos e, este ano, as chuvas abaixo da média tendem a reduzir a colheita e a qualidade da cana-de-açúcar. Para ler esta notícia, clique aqui. Com informações de: Valor Econômico

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Menor preço e maior consumo? Como gasolina com 30% de etanol afeta veículos

O governo federal a anunciou nesta segunda-feira (17), após a realização de testes técnicos, a viabilidade do aumento dos atuais 27% para 30% no percentual de etanol anidro na gasolina comum. Para entrar em vigor, a medida precisa ser aprovada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). Em caso de aprovação, a expectativa da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de aumentar o teor do etanol ainda em 2025 – seja de forma imediata ou gradualmente. De acordo com o ministro Alexandre Silveira, da pasta de Minas e Energia, a iniciativa irá tornar o Brasil autossuficiente na produção de gasolina, além de reduzir o preço combustível fóssil ao consumidor final. Mas fica a dúvida: como a adição de mais etanol na gasolina irá afetar o consumo e a manutenção dos veículos? Vale destacar que o aumento no percentual integra a Lei do Combustível do Futuro, sancionada por Lula em outubro de 2024 e que prevê elevar o teor do etanol anidro até o teto de 35% a médio prazo. O que muda para o consumidor? Sempre que se fala na alteração do teor de álcool na gasolina, vêm outras perguntas à cabeça do consumidor: nossos carros estão preparados para essa mistura? O combustível ficará mais barato? A gasolina passará a render menos no tanque?Para a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que ajudou a patrocinar os testes da chamada gasolina E30 (com 30% de etanol), não haverá qualquer ressalva relacionada a carros flex.“Não vemos problemas para os veículos flex, que já são projetados para qualquer mistura de gasolina e etanol”.Para veículos a gasolina, importados ou aqueles nacionais mais antigos, a entidade contribuiu para os testes técnicos que acabam de ser concluídos.Para responder aos outros questionamentos, vamos por partes. Na questão ambiental, não há dúvidas sobre o ganho que o aumento do uso do etanol trará. De acordo com a Copersucar, líder mundial na comercialização de açúcar e etanol, estima-se que o aumento de três pontos percentuais de etanol na gasolina (de 27% para 30%) elevaria o consumo do biocombustível em aproximadamente 1,3 bilhão de litros por ano, o que evitaria a emissão de mais de 2,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono a cada 12 meses. Para ler esta notícia, clique aqui. Com informações de: UOL.

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Como vai funcionar o aumento da mistura de etanol à gasolina? Entenda

Os ensaios do Instituto Mauá de Tecnologia (.pdf) que atestaram a viabilidade técnica da mistura de 30% de etanol à gasolina levaram em conta critérios de dirigibilidade, desempenho e emissões. Os testes foram feitos com 16 modelos de carros e 13 de motos, fabricados entre 1994 e 2024, com motores movidos exclusivamente a gasolina. Os modelos selecionados representaram uma amostra da frota circulante nas ruas. O ensaio foi feito com as misturas de 27%, 30% e 32%, avaliando a partida à frio, estabilidade em marcha lenta, aceleração a frio, aceleração a quente e retomada de velocidade. O teste avaliou veículos com as seguintes características: Uma das premissas do teste era de que não deveria ser feita manutenção nos veículos avaliados. Entretanto, um dos carros precisou passar por manutenção na bomba de combustível, que já estava com problemas sem relação com a mistura. “É bom lembrar que esses veículos têm mais de 100 mil quilômetros, 150 mil quilômetros [rodados]. Então, a gente viu que o uso, o desgaste dessa bomba já estava limitando a sua função”, explicou Lorena Camargo, técnica do Instituto Mauá. Nos ensaios de retomada, de 80km/h a 120km/h, veículos antigos com motores 1.0 apresentaram uma pequena diferença com a mudança da mistura, algo que não ocorreu nos testes de retomada em velocidades menores. A aceleração de zero a 100km/h também oscilou, em alguns modelos, de 0,23 segundo mais devagar a 0,61 segundo mais rápido. No caso das motos, também tiveram problemas com misturas superiores as carburadas, que geralmente já sofrem com partida a frio mesmo com a atual mistura. A conclusão, no entanto, é de que a dificuldade de partida em baixas temperaturas independe do teor de biocombustível. Alguns modelos de motocicletas apresentaram resfriamento não uniforme de componentes, de modo que algumas peças ficaram mais frias do que outras. Este ponto também não teve relação com o combustível, conforme mostraram os resultados dos testes. Nas motos, não houve nenhuma mudança de desempenho na aceleração até 100km/h. Apenas um modelo registrou 1,1 segundo a mais para percorrer o percurso estabelecido, mas houve registro de problema na embreagem, relacionado à idade do modelo. Nos resultados, não foi divulgada a marca ou modelo de nenhum dos veículos usados no teste. A seguir, a agência eixos apresenta os principais pontos da mudança na mistura de 27% para 30% da mistura de etanol à gasolina. 1) Variação em veículos antigosVeículos mais rodados e com mais tempo de uso apresentaram variação no teste de retomada de velocidade, enquanto motos antigas demandaram a manipulação do afogador e do acelerador durante a partida. O Instituto Mauá observou que carros e motos mais antigos tiveram comportamentos relacionados ao tempo de uso, quilometragem e tecnologias, e não ao combustível. Na amostra analisada, não foram observadas diferenças no comportamento dos veículos que sejam justificadas pela alteração de combustível. Também não houve percepção de diferença na dirigibilidade pelo motorista, nem alteração relevante de emissões e consumo. 2) Autossuficiência da gasolinaA ampliação da mistura para 30% tornará o Brasil autossuficiente na produção de gasolina. Qualquer percentual acima disso, conforme cálculos do Ministério de Minas e Energia (MME), fará com que o país passe a ser exportador de gasolina. Com o E30, haverá um aumento de 1,5 bilhão de litros de etanol por ano na demanda. A estimativa da pasta é que sejam demandados R$ 9 bilhões em investimentos para garantir a oferta do produto no novo percentual do mandato. 3) Emissões e preçoO MME projetou que o aumento do biocombustível na mistura com a gasolina deve retirar 1,7 milhão de toneladas de gases de efeito estufa por ano. Isso equivale a 720 mil veículos retirados das ruas. Por ser um combustível mais barato do que a gasolina, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), estimou que haja queda no preço nas bombas. Também citou que o país “vai se livrar das amarras do preço de paridade internacional” e que a gasolina terá preço de competitividade interna, em referência à política de preços da Petrobras. 4) Inflação de alimentosO governo diz que estudará a implantação do E30 de modo que a mudança não impacte no aumento do preço dos alimentos. O argumento foi o mesmo utilizado para manter em 14% a mistura de biodiesel ao diesel, decidido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em fevereiro. Embora pese o argumento da competição de insumos para biocombustíveis em detrimento da produção de alguns alimentos, governo e setor concordam que o setor de proteína animal pode se beneficiar da produção do etanol, em especial o de milho. O processamento do milho para biocombustíveis resulta no etanol, óleo, farelo e DDG (sigla em inglês para “grãos secos de destilaria”). O DDG vem ganhando destaque como alternativa econômica para a alimentação animal, por ser rico em nutrientes, em especial proteínas. 5) Quando começa?O MME não deu uma data, mas o ministro Alexandre Silveira garantiu que será ainda este ano. O aumento da mistura será feito de uma vez, de E27 para E30, sem elevação gradual na mistura. Antes de propor a medida ao CNPE, o MME precisa concluir uma análise de impacto regulatório (AIR) a partir dos resultados apresentados pelo Instituto Mauá. Com informações de: Eixos.

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