Oportunidades no Médio Prazo, Transição no Etanol e a Realidade do ‘Sonho Americano’ no Brasil

Oportunidades no Médio Prazo, Transição no Etanol e a Realidade do ‘Sonho Americano’ no Brasil

A transição energética, os biocombustíveis, as oportunidades no mercado de açúcar e etanol, inovações no cultivo e sustentabilidade financeira foram temas centrais no “Jalles Day” desta quinta-feira (4), promovido pela Jalles Machado (JALL3) para seus investidores.

Otávio Lage Filho, CEO da empresa, abriu o evento destacando a cana-de-açúcar como um “poço de petróleo dentro da fazenda”, repleto de oportunidades. Ele destacou que a companhia está focada em investimentos em gás carbônico de fermentação, hidrogênio verde (H2V), amônia líquida para fertilizantes, biometano, etanol de milho e combustível sustentável de aviação (SAF). “Estamos avaliando investimentos em etanol de milho e buscando a certificação para o SAF”, afirmou.

O Papel dos Biocombustíveis na Transição Energética

Durante o painel “Transição Energética e o Projeto do Combustível do Futuro: Oportunidades para o Setor Sucroenergético”, Plinio Nastari, presidente da Datagro e conselheiro da Jalles Machado, enfatizou os quatro pilares do arcabouço legal para a transição energética:

  • Programa Mover: Introduz o vetor ambiental no setor automotivo, considerando toda emissão de carbono na fabricação do veículo.
  • PL do Combustível do Futuro: Estabelece regras para diversos biocombustíveis e a captura de CO2.
  • Programa de Aceleração da Transição Energética (PATEN).
  • Renovabio: Expande a produção de biocombustíveis no Brasil.

“Estamos trabalhando para aumentar a mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, podendo chegar a 35%. Nos Estados Unidos, esse nível de mistura ainda é um sonho, mas aqui já é realidade. O setor sucroalcooleiro é fundamental para a transição energética”, explicou Nastari.

A Cana-de-Açúcar e o Milho no Mercado de Etanol

Rodrigo de Penna Siqueira, CFO da Jalles Machado, destacou que, no médio prazo, a empresa planeja investimentos em etanol de milho, biometano e melhorias marginais para aumento de moagem e mix. A longo prazo, a companhia considera fusões e aquisições, além da diversificação geográfica.

Tiago Medeiros, diretor da Czarnikow no Brasil, comentou que o etanol de milho será cada vez mais necessário à medida que a demanda global por açúcar continua crescendo. “No médio-longo prazo, o biocombustível de cana-de-açúcar deve perder espaço. Os menores custos do etanol de milho (~R$ 1.700/m³) comparados ao etanol de cana (~R$ 2.100/m³) reforçam essa perspectiva. Esperamos que a produção de etanol de milho dobre nos próximos 5 anos, atingindo 14 milhões de litros”, explicou.

Nastari finalizou defendendo a inclusão do açúcar no Mercosul e afirmou que o Brasil está em uma posição privilegiada para atender à crescente demanda global por açúcar, com um aumento anual de 1,8 milhões de toneladas. No ciclo 24/25, a Jalles Machado espera um incremento de 49,6% na produção de açúcar e uma queda de 13,16% na produção de etanol. Mesmo com a demanda crescente, o açúcar continua proporcionando boa remuneração no mercado internacional.

Com informações de Money Times

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