Anfavea solicita aumento imediato da taxa de importação para veículos eletrificados

Anfavea solicita aumento imediato da taxa de importação para veículos eletrificados

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) fez um pedido formal ao governo para que a alíquota de importação de veículos híbridos e elétricos seja elevada imediatamente para 35%. Esta solicitação se refere a uma revisão do plano publicado em novembro de 2023, que estabeleceu um aumento gradual da tarifa, com previsão de alcançar o máximo em janeiro de 2026.

O intuito é proteger o mercado nacional contra a crescente entrada de veículos eletrificados importados, especialmente da China, informou a associação nesta quinta-feira (27).

O pedido foi inicialmente submetido na semana passada ao governo e ao Ministério da Fazenda. Na quarta-feira (26), foi detalhado ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Bens e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, e sua equipe técnica, conforme relatado pela Anfavea.

O Mdic confirmou o recebimento da solicitação da Anfavea através de sua assessoria de imprensa e também informou ter recebido um pedido contrário por parte dos importadores, solicitando a manutenção das regras atuais. O ministério declarou que iniciará uma análise técnica sem pré-julgamentos.

O escalonamento das alíquotas de importação está previsto no programa Mover (Mobilidade Verde e Sustentabilidade) do governo federal, com taxas que podem chegar a 35% dentro de dois anos.

A partir de segunda-feira (1º), o novo escalonamento prevê as seguintes alíquotas: 18% para carros 100% elétricos, 24% para híbridos plug-in (que podem ser recarregados na tomada) e 25% para outros tipos de híbridos.

No entanto, devido às condições atuais do mercado nacional, com exportações em ritmo lento e um forte crescimento das importações, a antecipação deste prazo é considerada muito relevante, segundo uma fonte da Anfavea que preferiu não ser identificada.

“O mercado nacional está sendo abastecido por importados e a produção local está estagnada”, afirmou a fonte. “O volume de veículos importados está muito acima do esperado e isso afeta diretamente os empregos no Brasil, pois não se trata de vendas adicionais, mas de substituição.”

A maior parte dos veículos elétricos e híbridos é produzida na China, e mercados como Europa e Estados Unidos já estão adotando medidas para proteger suas indústrias locais contra subsídios externos.

Apesar disso, ao propor a alteração no escalonamento atual, a Anfavea vai contra um dos principais pontos do Mover: a previsibilidade das regras.

O diretor de marketing da BYD no Brasil, Pablo Toledo, comentou à Reuters que a demanda das montadoras “tradicionais” mostra o impacto que os elétricos estão causando no mercado. “Está claro como a BYD está incomodando; amanhã faz um ano que lançamos nosso carro 100% elétrico abaixo de R$ 150 mil”, disse. “O jogo é pesado, mas pergunte ao consumidor o que ele acharia de um aumento de 35% no valor do veículo.”

A Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) também se manifestou, afirmando que o aumento imediato do imposto de importação é uma política protecionista que não trará benefícios ao Brasil. “Nos anos 1990, se não fosse a abertura do mercado interno para veículos importados, o país não teria o parque industrial de hoje com diversas fabricantes”, diz a nota.

Conheça a diferença entre carros híbridos:

  • PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle): Veículos híbridos que possuem um plugue externo para recarga e também podem usar gasolina ou etanol. Podem rodar entre 30 km e 150 km em modo elétrico.
  • HEV (Hybrid Electric Vehicle): Híbridos plenos como Toyota Corolla Hybrid Flex, Honda Civic ee Kia Niro. Utilizam sistemas próprios para gerenciar motores elétricos e a combustão de forma eficiente.
  • MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle): Híbridos leves ou micro-híbridos. A eletricidade ajuda a reduzir o consumo de combustível nas partidas e fornece torque extra nas arrancadas, entre outros recursos.

Com informações de Reuters.

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