Author name: Sindipetro

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Mudança na Petrobras é usada para reviver discussão sobre a ‘volta da corrupção’

A demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras levou a petroleira ao centro das atenções do debate público. Esta alteração tem sido amplamente discutida não apenas na imprensa, mas também se espalhou por grupos de WhatsApp e Telegram, especialmente entre aqueles que se opõem ao governo atual. Os dados da Palver de monitoramento de mais de 70 mil grupos públicos de WhatsApp e Telegram mostram um pico significativo nas menções sobre Petrobras, Jean Paul Prates e Magda Chambriard em 14 e 15 de maio, refletindo a intensa repercussão da mudança na presidência da estatal. Com o tema em alta e pouco esclarecimento sobre o assunto, grupos de direita conseguiram impulsionar no WhatsApp a narrativa da “volta da corrupção”. Diversas mensagens traziam um texto apontando que a troca de gestão visava recriar esquemas de corrupção, relacionando Magda Chambriard com João Vaccari Neto. As principais alegações observadas são de que a nova presidente, sendo uma “petista histórica”, estaria sendo colocada no cargo para servir a interesses partidários. Além disso, muitas críticas focaram o “uso político” da Petrobras. Mensagens com o maior índice de encaminhamentos circulam com vídeos que fazem comparações com episódios de interferência na política de preços durante o governo Dilma Rousseff: “Lula está dobrando a meta do desastre econômico de Dilma, cometendo os mesmos erros e, em alguns casos, com os mesmos personagens”. Nos grupos de debate de mercado financeiro, o impacto no valor das ações foi um dos principais tópicos. As principais discussões são sobre a queda no valor de mercado da Petrobras, com investidores preocupados com a volatilidade. Por outro lado, alguns viam a situação como uma oportunidade de compra. Frases como “A Petrobras vai fazer aquilo que sabe fazer de melhor, prospecção em águas profundas” e “O risco é enorme devido ao safado do governo Lula” refletiam a divisão de opiniões. Nestes grupos, a expectativa sobre a política de dividendos também foi o principal ponto de destaque. A incerteza sobre se os dividendos seriam mantidos ou reduzidos levou a especulações variadas, desde “O governo não vai cortar os dividendos da Petrobras por agora” até “O governo pode fazer merda e ela dar prejuízo”. Entre as discussões, surgiram também alguns pontos positivos para o governo. Circulam imagens acompanhadas do texto “Lula está certo => A Petrobras é de todo o povo brasileiro e não fonte de enriquecimento fácil de poucos”. Outras mensagens apontaram que a Petrobras, sob a nova gestão de Magda Chambriard, poderia voltar a focar investimentos estratégicos: “A Petrobras vai recomprar as refinarias da Bahia e do Amazonas e reativar a indústria naval,” comentou um usuário. Acompanhar as discussões em redes sociais sobre decisões estratégicas da Petrobras sob a nova liderança e avaliar a percepção pública sobre o controle de preços dos combustíveis e outros impactos econômicos das políticas do governo Lula será essencial para entender a evolução deste cenário. Do ponto de vista da estratégia nas redes, nos grupos de direita é possível observar a tentativa de associação com eventos passados e amplamente conhecidos da população como é o caso da corrupção na Petrobras. Esse tipo de tática tem o objetivo de criar um sentimento de imediatismo na população e um pessimismo com relação ao governo. (Coluna – Encaminhado com Frequência) Autor/Veículo: Folha de São Paulo (Coluna)

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Petróleo recua, mas de olho em sinais geopolíticos após morte de líder do Irã

O petróleo operou com volatilidade na sessão de segunda-feira, 20, até fechar em queda, na esteira da retomada da produção em uma refinaria russa, e com os desdobramentos da morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em segundo plano. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho fechou em queda de 0,35% (US% 0,28), a US$ 79,30 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 0,32% (US$ 0,27), a US$ 83,71 por barril. O Rabobank escreve que investidores parecem ter reagido moderadamente à morte do presidente iraniano em acidente de helicóptero neste fim de semana. Ao longo do pregão, os preços oscilaram entre o positivo e o negativo, com apostas variando entre preocupações com o impacto da morte de Raisi e a maior convicção de que a troca no poder executivo muda pouco por lá, dado que o líder religioso tem maior influência no país. “Talvez tenhamos que esperar por mais clareza da Opep+ e de sua política de produção para o segundo semestre do ano para dar qualquer impulso ao mercado e para que ele saia de sua faixa recente”, dizem analistas do ING em nota. Segundo a Spartan Capital, nesta segunda-feira, pesaram sobre os preços da commodity fatores da economia chinesa, com o Banco do Povo da China (PBoC) mantendo os juros (LPRs) inalterados no país, enquanto o mercado imobiliário local continua em situação delicada, apesar de estímulos recentes. Mais para o fim do pregão, traders também repercutiram notícias sobre a retomada das operações em uma importante refinaria de petróleo russa, que foi atacada recentemente por drones da Ucrânia. (Estadão Conteúdo) Autor/Veículo: InfoMoney

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RELATÓRIO ABICOM – PPI X PREÇO DOMÉSTICO – 21/05/2024

No cenário atual, o preço médio do óleo diesel está 4% abaixo da paridade de importação, enquanto a gasolina está na paridade. O câmbio elevado, com o Ptax fechando em R$5,11/U$, pressiona os preços domésticos dos produtos importados, enquanto a oferta apertada mantém os futuros do Brent negociados acima dos U$83/bbl. No caso do óleo diesel S10, houve uma redução de R$0,30/L nos preços Petrobras, com a Acelen, no Polo Aratu-BA, reduzindo em R$0,0875/L. O PPI acumula redução de R$0,14/L desde o último reajuste da Petrobras. A arbitragem é desfavorável, com uma média de -R$0,14/L em seis principais polos, com preços operando abaixo da paridade. Para a gasolina A, houve uma redução média de R$0,12/L nos preços Petrobras, e a Acelen, no Polo Aratu-BA, não alterou o preço. O PPI acumula redução de R$0,04/L desde o último reajuste da Petrobras. A arbitragem é desfavorável, com uma média de -R$0,21/L nos seis principais polos, com preços operando abaixo da paridade.

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Petróleo sobe e acumula ganhos na semana; Brent é cotado a US$ 83,98

O petróleo subiu nesta sexta-feira, 17, com o preço do WTI voltando a ficar acima dos US$ 80 por barril na máxima intraday pela primeira vez neste mês. A commodity chegou a oscilar perto do negativo nesta manhã, mas se consolidou em alta em meio ao enfraquecimento do dólar contra divisas desenvolvidas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho fechou em alta de 1,07% (US% 0,84), a US$ 79,58 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho ganhou 0,95% (US$ 0,71), a US$ 83,98 por barril. Na semana, o WTI mais líquido teve alta de 1,69%, enquanto o Brent subiu 1,44%. O estrategista-chefe de commodities do Saxo Bank, Ole Hansen, pontua que os preços do petróleo bruto estão estabilizados na parte inferior da faixa esperada, dado que o mercado concluiu que conflitos no Oriente Médio terão impacto limitado – ou nulo – sobre a oferta. Enquanto isso, ele aponta que o pico da demanda no verão americano deverá sustentar os preços na faixa atual nos próximos meses. A Capital Economics pontua, em nota, que o mercado de petróleo deve ser cauteloso, dado que a Agência Internacional de Energia (AIE) atualizou para baixo pela segunda leitura consecutiva a sua perspectiva de crescimento da demanda global. Paralelo a isto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tem uma visão antagônica, destaca a consultoria, e segue esperando um crescimento robusto da demanda. Segundo a Capital, a AIE parece mais próxima de acertar do que a Opep. Em comentário a clientes, o gestor da Navellier Louis Navellier escreve que os riscos para uma alta do petróleo permanecem elevados, dadas as trocas de ataques a refinarias entre Rússia e Ucrânia. Ele prevê que, caso a Rússia capture a região de Karkhiv, a cotação do Brent toque US$ 100, visto que a Ucrânia provavelmente sabotará os oleodutos russos e as nações ocidentais ampliarão embargos ao petróleo russo, elevando os preços. (Estadão Conteúdo) Autor/Veículo: InfoMoney

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Nova chefe da Petrobras já pediu intervenção de Lula para explorar petróleo na Foz do Amazonas

Explorar petróleo na Foz do Amazonas deve ser uma das missões prioritárias da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defensora do empreendimento. A petroleira insiste na exploração, mesmo após o Ibama (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais e Renováveis) dar uma série de sinalizações de que não vê a empreitada como viável. Para atingir o objetivo, Magda pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interfira no caso. O órgão ambiental barrou a perfuração de poço no bloco 59 da bacia da margem equatorial pela primeira vez em maio de 2023. Desde então, em um vai-e-vem, a empresa reiterou o pedido para exploração e segue buscando o aval do Ibama, que não deu a palavra final sobre seu entendimento, mas fez novas exigências à estatal. A última delas foi o pedido, com a Funai (Fundação dos Povos Indígenas do Brasil), de um estudo sobreo impacto da exploração sobre as comunidades indígenas da região do Oiapoque (AP). A Petrobras, ainda nos últimos dias de Jean Paul Prates como presidente, contestou a exigência, mas ainda não se sabe como a nova gestão tratará o tema. Sob reserva, integrantes da estatal e do MME (Ministério de Minas e Energia) veem como descabida a resistência do órgão ambiental, que estaria criando barreiras desnecessárias para o andamento do processo. Pessoas do governo afirmam que esse tema, no entanto, ainda não foi discutido com Magda, uma vez que ela ainda não assumiu formalmente o cargo. Já quem está na área ambiental argumenta que todas as decisões são baseadas em laudos técnicos e que as negativas se dão porque a Petrobras não conseguiu comprovar a viabilidade da exploração. Como Magda defende a exploração de petróleo na região há anos, há o receio que a tensão se acirre. A exploração da Foz do Amazonas consta no Plano de Investimentos da Petrobras. Um dos motivos que levou à queda de Jean Paul Prates da presidência da empresa foi a percepção, por parte do governo Lula (PT), de que as entregas relativas ao plano não estavam acontecendo como deveriam. A expectativa é que a nova indicada consiga dar celeridade a uma série de obras, o que inclui um polo gás-químico em Minas Gerais, a recompra de refinarias vendidas no governo Jair Bolsonaro (PL) e o investimento na indústria naval. A exploração do petróleo na margem equatorial também consta no plano de prioridades da Petrobras, e Magda é antiga incentivadora da ideia. Foi ela, inclusive, que comandou o leilão do bloco 59 da Foz do Amazonas, então arrematado pela britânica BP, em 2013 —a Petrobras herdou o direito ao local anos depois. Na época, Magda era diretora-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Em entrevista concedida em fevereiro, Magda classificou como “frustrante” a demora no licenciamento para exploração da região. “Assusta ver que a negativa agora põe em dúvida a capacidade da Petrobras de lidar com uma nova fronteira”, disse ao Blog do Desenvolvimento. Em artigo publicado na revista Brasil Energia em 2023, ela argumentou que o bloco foi licitado com aval do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), do qual o MMA (Ministério do Meio Ambiente) faz parte. Magda pediu intervenção do presidente Lula. “É ele que tem mandato para estabelecer as prioridades nacionais, em nome do povo”, escreveu. “É ele quem precisa decidir sobre os impactos e consequências.” Ela ressaltou que não advoga pelo licenciamento “inconsequente”, mas avalia que a demora pode “condenar o Brasil à estagnação”. “O MMA não pode usurpar o poder de concessão da Presidência da República”, avaliou. A exploração do petróleo na margem equatorial contrapôs os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Marina Silva (Meio Ambiente). A licença para perfurar o poço 59 foi negada após o Ibama entender que o plano apresentado pela Petrobras não garante a segurança ambiental do empreendimento. A estatal alega que cumpriu todas as determinações feitas pelo Ibama, e vê a decisão como política. Na semana passada, a direção da petroleira anunciou nova ofensiva para tentar licenciar o bloco ainda neste ano. A Petrobras que retomar as conversas com o Ibama, uma vez que a sonda contratada para perfurar o poço da Foz do Amazonas —atualmente operando em outro bloco, na região Sudeste— ficará disponível em outubro. Autor/Veículo: Folha de S.Paulo

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As pautas que Magda Chambriard terá pela frente no gás natural

Magda Chambriard assume Petrobras com desafios e pressões políticas a administrar no gás. Redução da reinjeção tende a voltar à pauta. Mas a nova CEO da estatal também terá de dar respostas sobre fertilizantes, Sergipe, gás da Argentina e novas fronteiras. ANP sinaliza modelo mais brando de desverticalização nas infraestruturas essenciais. 3R e Enauta encaminham fusão. Edge estreia no mercado livre. New Fortress prepara IPO para impulsionar negócios no Brasil e mais. Confira: NO COLO DA MAGDA Ter a Petrobras como aliada na redução da reinjeção de gás natural é uma das expectativas de alas do governo que miram a troca do comando da estatal como uma oportunidade de destravar pautas que não encontraram respaldo em Jean Paul Prates. Magda Chambriard assumirá a presidência da petroleira com o desafio de administrar pressões políticas por um protagonismo maior da Petrobras na busca por soluções (nenhuma delas simples) para aumentar a oferta de gás a preços competitivos para a indústria. São assuntos pendentes da gestão Prates que tendem a cair, agora, no colo da ex-diretora-geral da ANP: reduzir a reinjeção; voltar a investir em fertilizantes; viabilizar a produção de Sergipe; buscar gás na Argentina; desbravar novas fronteiras; rever compromissos com o Cade para abertura do mercado… Conforme antecipado pelo político epbr, serviço de assinatura exclusivo para empresas (teste grátis por 7 dias), Magda se reuniu esta semana com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e se mostrou aberta a buscar soluções (e investir em infraestrutura) para elevar a oferta de gás. Vem aí uma mudança de postura da estatal sobre a reinjeção? A seguir, a gas week navega por algumas das principais pautas que a nova CEO da Petrobras terá pela frente na indústria do gás. REINJEÇÃO DE VOLTA À PAUTA? O tema não é novo na trajetória política de Magda. Num passado não tão remoto, a ex-diretora-geral da ANP, vestindo o chapéu de diretora da Assessoria Fiscal da Alerj, ajudou a CPI dos Royalties (2021) a fazer oposição ao excesso de reinjeção no pré-sal – que, no limite, afeta a capacidade de arrecadação do Rio de Janeiro. Saiu em defesa, inclusive, da construção de um projeto estruturante de gás para o Rio: o hub de gás da Baixada Fluminense (leia na íntegra o estudo) Uma tentativa de atrair investimentos para o Rota 4B (gasoduto de escoamento até Itaguaí), associado ao desenvolvimento de mercado consumidor local baseado em condomínios industriais, plantas de fertilizantes e beneficiamento de minérios, gás-química… Em parte, é a bandeira do gás como matéria-prima. Tema caro à Coalizão pela Competitividade Gás Natural – grupos empresariais liderados pela Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) que tentam emplacar junto ao governo uma política de gás a preços competitivos, em especial para fertilizantes e química. O combate aos elevados índices de reinjeção conta com a simpatia de Silveira e foi uma rotas de colisão públicas entre o ministro e Jean Paul Prates – que resistiu às pressões para rever os projetos do pré-sal que injetam 100% do gás. Relembrando… nos últimos anos, houve uma mudança no perfil de reinjeção do gás nos campos do pré-sal. Os FPSOs mais recentes passaram a ser planejados com capacidades cada vez maiores de produção de petróleo. Ao menos quatro das plataformas mais recentes, contratadas pela Petrobras, preveem a reinjeção total do gás e uma produção de 225 mil barris/dia – ante os patamares usuais, até então, de 180 mil barris/dia. CAMINHOS PARA REDUZIR A REINJEÇÃO Rever projetos já contratados é uma solução que conta com a oposição das petroleiras – a Petrobras, inclusive, nas gestões passadas – porque significa mudar os planos de desenvolvimento já aprovados que sustentaram decisões de investimentos. Os produtores argumentam que otimizar a produção de óleo resulta em mais participações governamentais para os cofres públicos. E que, por isso, não se deve falar em “desperdício de gás” com a reinjeção. Nas discussões do Gás para Empregar, a Coalizão, por exemplo, tentou pressionar para que os projetos contratados e ainda não entregues fossem revistos, para inclusão de plantas de separação de CO2. Mas há o que fazer mirando-se projetos futuros. Dentro da alçada da Petrobras, isso passa por mudanças no escopo das plataformas e mais investimentos em infraestrutura — o governo espera encontrar eco em Magda. Do ponto de vista regulatório, há espaço para aprimoramentos. Como dar mais transparência nas definições das estratégias de injeção do gás, nas discussões sobre os planos de desenvolvimento dos campos – etapa em que são traçadas as perspectivas de oferta de gás. Há também espaço para se negociar com os agentes do mercado formas de se reduzir a reinjeção de campos já em produção, a partir da otimização da infraestrutura existente, se houver os incentivos corretos, defende a diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloísa Borges. A MISSÃO NOS FERTILIZANTES Outra pauta que Magda herdará de Prates é a retomada dos investimentos em fertilizantes. Historicamente, um desafio do ponto de vista econômico, no Brasil, por exigir preços bastante competitivos para o gás natural. Destravar as fafens é uma encomenda do governo Lula 3. Pouco antes de ser demitido, Prates havia estimado ser possível estabelecer uma holding para a companhia atuar no setor de fertilizantes somente em 2025. Magda terá de acelerar o passo. E o cenário é desafiador: o projeto de Três Lagoas (MS) é uma obra abandonada; e falta chegar a uma solução para retomada das operações das unidades de Sergipe e Bahia, arrendadas à Unigel. Sob a gestão de Prates, a Petrobras avançou num acordo temporário de tolling com a empresa do setor químico, para retomar as operações, mas esbarrou em questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU). Magda terá de desatar esse nó – politicamente sensível, caro ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT/BA), por envolver a geração de emprego e renda em seu estado. MAIS OFERTA, COM SERGIPE Tirar do papel o projeto de Sergipe Águas Profundas também será uma tarefa para a nova CEO da Petrobras. A estatal vem

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Nova política de preços da Petrobras completa um ano com efeito reduzido sobre combustíveis

O fim da política de paridade de importação (PPI) na Petrobras completou um ano nesta sexta-feira, 17, e a avaliação é que houve uma redução no preço dos combustíveis, porém tímida. O destaque foi o gás de cozinha, vendido, em média, 10% abaixo da cotação do mercado internacional, segundo levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP), ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A gasolina e o diesel tiveram reduções menores, em torno dos 5%. Nesses últimos 12 meses, a estatal cobrou o litro da gasolina, em média, 6% abaixo da cotação do mercado internacional, e o diesel S-10 se manteve 7% menor do que a paridade de importação. O PPI foi adotado pela Petrobras em outubro de 2016, vigorando por seis anos e meio. Essa medida foi responsável pelos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha mais altos da história do Brasil em 2022. Em maio, a estatal decretou o fim do PPI e anunciou uma nova estratégia comercial, que leva em conta o preço mínimo que a Petrobras considera vender e o preço máximo que o cliente se dispõe a pagar. No último ano em que essa política de preços (PPI) esteve em vigor, o botijão de 13 quilos de gás de cozinha nas refinarias da estatal custava 23% acima do PPI, informou o Observatório. O levantamento, com base nos dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostra que a Petrobras cobrava R$ 9,68 mais caro pelo botijão quando utilizava o PPI para calcular os preços dos combustíveis. Com o fim dessa referência, o GLP passou a ser comercializado R$ 3,68 mais barato do que a paridade de importação. Quando a gestão da Petrobras implementou uma nova estratégia de preços, em 17 de maio do ano passado, eliminou o PPI do cálculo da gasolina e do diesel, mas manteve a referência para o gás de cozinha. “Inicialmente, o preço do GLP continuou sendo guiado pelas cotações de importação, mas houve uma inversão dessa prática no final de julho e, a partir daí, o preço vem sendo mantido abaixo do PPI”, explicou o economista do OSP e do Instituto Brasileiros de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas. Gasolina e diesel No último ano em que o PPI esteve em vigor — de 17 de maio de 2022 a 16 de maio do ano passado —, a gasolina era comercializada a 2,5%, em média, abaixo da paridade de importação, enquanto o diesel custava cerca de 0,4% a menos. O observatório comparou os dois períodos e constatou que, na vigência do PPI, a gasolina da estatal custava cerca de R$ 0,08 abaixo da referência internacional, valor que caiu para R$ 0,19 após a extinção da política de paridade de importação. O preço do diesel, durante a vigência do PPI, era apenas R$ 0,03 menor do que a referência internacional. A diferença saltou para R$ 0,26 após a eliminação dessa fórmula de preços. “O levantamento demonstra que nossa exigência pelo fim do PPI era justa e correta. Com o fim desta política, houve redução concreta dos preços. Mas também revela que o abrasileiramento dos preços ainda não é realidade. A queda é muito tímida”, disse Dantas. Segundo o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, a futura presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem condição de nacionalizar de fato os preços, seja acelerando e ampliando a capacidade de refino no País, seja alterando a atual política de remuneração aos acionistas privados, marcada por dividendos recordes. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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Não se discute o essencial na Petrobras

A Petrobras está no centro do debate, de novo. E, como das outras vezes, não se discute o essencial. Qual o futuro de uma petrolífera num mundo em que a mudança climática já está cobrando uma conta alta do país em vidas humanas e em devastação material e econômica? Esse é o essencial, mas não é uma questão que tenha provocado a troca de Jean Paul Prates por Magda Chambriard. A mudança na estatal tem a ver apenas com o grau de simpatia ou antipatia que cada pessoa desperta no Palácio do Planalto. Ambos têm a mesma agenda e a mesma aceitação de interferências políticas na gestão. O Brasil se mobiliza pelo Rio Grande do Sul, mas a tragédia não provoca uma mudança de rumo coerente com a dimensão do que está diante dos nossos olhos. Houve uma discussão emblemática no Senado essa semana, quando se debatia o projeto para a criação de um Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, de autoria da deputada Tabata Amaral. O senador Flávio Bolsonaro conseguiu adiar por um dia a votação do projeto. Ele disse que havia poder demais na mão dos órgãos ambientais, e falou coisas assim: “Eu pergunto: o que está acontecendo no Rio Grande do Sul tem relação com emissão de carbono ou tem relação com o zoneamento urbano em todas as cidades impactadas? Com queima de petróleo ou com questões geográficas?” É a oposição sendo negacionista, a mesma que tentou impedir a adoção das medidas sanitárias na pandemia que matou mais de 700 mil brasileiros. O governo, contudo, diz estar aberto aos avisos da ciência. Da Petrobras, quer mais petróleo mesmo que isso signifique explorar nas costas da Amazônia, com todos os riscos envolvidos para o bioma brasileiro que é o mais importante na definição dos rumos da mudança do clima. A ideia de abrir essa nova fronteira da exploração de petróleo era defendida por Jean Paul Prates e será defendida por Magda Chambriard. Nenhum dos dois representa um projeto de levar a Petrobras a ser uma empresa de energia, agregando fontes sustentáveis. O plano da presidência da empresa continuará o mesmo. Recomprar uma refinaria na Bahia, concluir a refinaria Abreu e Lima, com seu histórico de sobrepreço e corrupção, ter uma política que agrade o presidente da República, usar a petrolífera para induzir crescimento em outros setores da economia como a indústria naval. Cada um desses pontos é bem discutível. Não faz sentido gastar o dinheiro da estatal para reestatizar uma refinaria, a Petrobras já tem outras sob seu controle. A refinaria Abreu e Lima só poderia ser retomada após medidas para aumentar a transparência. O governo está convencido de que em refino é preciso ter escala para ser eficiente, e por isso vê a unidade de Pernambuco como o ideal. O programa de a Petrobras cumprir planos de desenvolvimento do governo na área naval, por exemplo, já deu errado no passado. A política de preços que Jean Paul Prates diz que entregou foi a que o presidente Lula pediu. Não há, em todos esses pontos, uma diferença entre os dois gestores, o demitido e a admitida. Não há também qualquer debate com visão estratégica sobre o futuro de uma produtora do combustível de alta emissão de gases de efeito estufa no tempo em que se discute transição energética, meta de redução de emissões e segurança climática. Não existe um planejamento sólido, coerente, e prioritário para preparar o país para enfrentar os efeitos da mudança climática nem quando, diante de nossos olhos, há um estado náufrago, lutando para emergir de águas que teimosamente não baixam. A tragédia do Rio Grande do Sul e o futuro da Petrobras deveriam estar sendo vistos de forma integrada pelo governo. A proteção aos biomas, inclusive o pampa, teria que estar no radar do Congresso. Mas não está, pelo contrário. O pacote antiambiental deu apenas uma parada para ver se a boiada consegue passar sem que a vejam. Muita gente luta dentro do governo para que o país perceba o que o planeta exige de todos nós nesse tempo perigosamente mutante, mas quem defende o meio ambiente é visto como se estivesse perseguindo uma agenda pessoal. Cada aprovação de medida que facilita o aumento do desmatamento é apresentada como uma “derrota da Marina”. A derrota é de todos nós. Se não houver uma agenda de futuro, todo o país pagará um preço alto. A longa agonia dos gaúchos deveria nos ajudar a ver o essencial. Autor/Veículo: O Globo

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Rio Grande do Sul: a rotina de uma distribuidora de combustíveis que não pode parar no meio do caos

O vai e vem dos barcos, ambulâncias, helicópteros e carros de bombeiros nas operações de salvamento pelas ruas alagadas nos municípios do Rio Grande do Sul depende do essencial para rodar: o combustível. Para que haja fornecimento de gasolina, diesel e etanol, a unidade da distribuidora Vibra de Canoas não pode parar, mesmo curando suas próprias cicatrizes. A sede foi invadida pela enchente que atingiu a cidade da região metropolitana. A atividade foi interrompida, pois parte do maquinário ficou embaixo d’água. Dois dias depois, as bombas puderam voltar a funcionar, ainda que de forma manual. Muitos funcionários também retornaram, outros demoraram um pouco mais: moradores da cidade destruída, eles perderam suas casas, suas memórias e entes queridos. O blog conversou por vídeo com três dos 84 funcionários lotados na unidade, que é a principal base de distribuição de combustíveis da empresa no estado, com atendimento a 70% dos municípios gaúchos e funcionamento 24 horas. Os operadores Silovete Machado e Moises Vissoto tiveram suas casas invadidas pela água e saíram do local com a família. A empresa os hospedou em hotéis da região, deu o apoio necessário e tempo para se recuperar. Mas eles quiseram voltar a trabalhar. -Meu filho quando me viu me arrumando me perguntou se eu ia voltar a trabalhar. Eu respondi: meu filho, a gente precisa de combustível para poder ajudar essas outras pessoas, ambulância, policial, todo o pessoal envolvido – relembrou a operadora, que está no hotel com seu marido e os dois filhos. Este foi o mesmo sentimento de Moisés: – Se a gente parar, para o estado inteiro. A vontade de trabalhar era muito grande, de querer vir ajudar para que as coisas voltassem à normalidade o mais rápido possível.No ápice do caos, o gerente da base de Canoas, Geraldo Marchesan, sabia que precisava colocar a unidade para funcionar e, ao mesmo tempo, tinha que pensar no drama dos colaboradores atingidos pela água. Dos 98 motores da distribuidora, 25 ficaram totalmente submersos com a enxurrada. Na parte da equipe, turmas de voluntários lotados no Rio e em São Paulo foram para Canoas em voos da FAB para render os funcionários gaúchos. – Acho que a gente saiu de um período extremamente crítico, que foi a parte que impactou muita gente, com a chuva e água subindo. Quando a água baixar e entendermos o tamanho do estrago na cidade, acho que esse período vai ter muito impacto emocional, psicológico para todo mundo – analisa ele. A base tem capacidade de armazenar 100 milhões de litros e não houve risco de desabastecimento, já que havia estoque. Marcelo Bragança, vice-presidente de Operações, Logística e Sourcing da Vibra, explica que a unidade agora opera em plena carga, mas a demanda está 30% abaixo do movimento normal. Além da questão logística – várias estradas destruídas – a agricultura e indústrias estão paralisadas. – A unidade de Canoas atende boa parte da economia do estado. O Rio Grande do Sul é um estado muito forte no agro, que é atendido a partir daquela base. Sem contar a questão dos serviços essenciais, como transporte urbano, hospitais, polícia, corpo de bombeiros, que são atendidas majoritariamente por essa unidade. O trabalho ali é essencial, o combustível é necessário para ter esta mobilidade dos barcos, os resgates, transporte de alimento, de remédios. Em conversa com autoridades e com a diretoria, a expectativa de Bragança é que o estado vai viver meses intensos de recuperação em maior e menor grau. Na parte corporativa, a preocupação é com o psicológico dos funcionários. – A primeira preocupação era como que garantiríamos que as pessoas estão bem mentalmente, aptas a trabalhar para aí sim botar a base para operar e dar esse apoio todo que a gente está dando para o estado? Esta é uma preocupação que temos e vamos continuar tendo, sem dúvida alguma, por alguns meses. A gente lida com um produto perigoso. Mesmo quando não tem crise, uma atenção constante é o estado mental das pessoas. O empregado não pode entrar num terminal de combustível com a cabeça pensando em outra coisa. Disponibilizamos psicólogos para acompanhá-los, sabemos que será um longo processo. Diria que para alguns a ficha ainda nem caiu completamente. O operador Moises diz que a situação está um pouco melhor, pois alugou uma casa para a família, a mulher e os três filhos, de 14, 9 e 2 anos. – Nunca imaginei que ia atingir minha casa como atingiu. Foi um pânico, um trauma muito grande, especialmente para as crianças. Agora conseguimos nos instalar e estou conseguindo vir trabalhar tranquilamente sabendo que minha família está segura. (Blog Míriam Leitão) Autor/Veículo: O Globo (Blog)

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Preço médio da gasolina e do etanol no país avançam em abril, informa Ineep

O preço médio dos combustíveis no Brasil segue em ritmo de crescimento nos últimos meses. A gasolina comum nos postos de revenda registrou mais um ligeiro avanço no valor médio aplicado na bomba, de R$ 5,74 em março, para R$ 5,80 em abril. No mesmo período, o etanol também subiu em 5,6%, e atingiu o valor médio de R$ 3,78 nos postos de todo o país. Também registrou elevação no preço médio no último mês, o diesel S10, que apresentou um leve aumento de 0,2% em abril, atingindo R$ 5,94 por litro na bomba. O Ineep avalia que os preços internacionais do petróleo se mantiveram em alta devido às tensões no Oriente Médio. Em abril, o preço do petróleo tipo Brent, no mercado internacional, subiu 5,3% e atingiu US$ 89,94, o que representa uma elevação maior que o dobro da que foi registrada no mês anterior, quando o avanço foi de 2,3%. O instituto também ressalta a forte variação do dólar em relação ao real, devido, principalmente, à insegurança no investimento em mercados emergentes, como o Brasil, por conta da política monetária mais restritiva dos EUA. Com os juros em alta no país, a pressão inflacionária aumentou ainda mais no último período analisado. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem do preço da gasolina nas refinarias da Petrobras atingiu 21% no mês passado – o maior patamar do ano. Segundo o Ineep, é importante ressaltar que, mesmo com um cenário internacional desafiador, a estabilidade aparente é um efeito da mudança na política de preços da petrolífera em maio do ano passado. “Esta política tem exercido influência significativa sobre seus competidores, incentivando-os a manter preços mais alinhados com os praticados pela empresa líder, cada um ajustando-se conforme suas possibilidades e considerando as particularidades regionais. A incerteza quanto à duração dessa estabilidade permanece como a principal questão em aberto”, pontua, em nota,o instituto. Autor/Veículo: Correio Braziliense

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