Author name: Sindipetro

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Excesso de oferta e juros nos EUA fazem o petróleo fechar em queda

O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, 14, em meio ao temor de mais aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e de excesso na oferta do óleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em queda de 1,39% (US$ 1,10), a US$ 78,02 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 1,18% (US$ 0,98), a US$ 82,38 por barril. Nesta terça, os preços do petróleo caíram mais de 1%, após leitura da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA. O resultado renovou expectativa por aperto monetário prolongado do Fed. Analista da Mizuho, Robert Yawger afirmou que o dado e os comentários do presidente do BC americano, Jerome Powell, “não fizeram nada para apoiar a confiança” dos investidores de energia e estimou que “a saúde do mercado dependerá da força da gasolina”, que também pesa sobre os preços neste momento, devido ao amplo armazenamento do derivado. Além disso, a Ritterbusch projeta que o cenário apoiará tendência de alta do dólar americano, em detrimento do petróleo. Por outro lado, a Oxford Economics ampliou sua previsão para os preços do petróleo bruto em 2024, mas projeta que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) começará a desfazer os cortes na produção, o que pressionará os preços do petróleo devido a demanda modesta. Pela manhã, a Opep reafirmou projeções de demanda global pela commodity em 2,2 milhões de barris por dia em 2024, segundo relatório mensal. O cartel também manteve expectativas para a oferta global (1,2 milhão) e para o Produto Interno Bruto (PIB) global (2,8%) neste ano. (Estadão Conteúdo) Autor/Veículo: InfoMoney

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Opep mantém projeções sobre combustíveis e avanço do PIB do Brasil em 2024/2025

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve inalteradas suas expectativas para a oferta de combustíveis líquidos e o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024 e 2025, em relatório mensal publicado hoje. A Opep ainda espera que a oferta de combustíveis líquidos do Brasil suba 120 mil barris por dia (bpd) neste ano, para uma média de 4,3 milhões de bpd. Para o próximo ano, a projeção é de alta de 180 mil bpd, a 4,5 milhões de bpd. O cartel destacou o Brasil como um dos três países de fora da Opep que mais deverão impulsionar o avanço da oferta global. Em 2024, o País figura em terceiro lugar, atrás de EUA (+440 mil bpd) e Canadá (+240 mil). Em 2025, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos (+500 mil). A produção brasileira de combustíveis líquidos caiu 78 mil bpd em março, à média de 4,2 milhões de bpd, segundo a Opep. No entanto, na comparação com março de 2023, o resultado representa uma alta de 300 mil bpd. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o cartel segue prevendo que o Brasil crescerá 1,6% neste ano e 1,9% no próximo. (Agência Estado) Autor/Veículo: CNN

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Petrobras não pretende reajustar preços dos combustíveis, mesmo com petróleo a US$ 80

Sergio Caetano, diretor Financeiro da Petrobras, afirmou, durante teleconferência de resultados do primeiro trimestre deste ano com analistas, que a empresa não prevê reajustes nos preços dos combustíveis. A nova estratégia comercial de preços da estatal está completando um ano. — Estamos monitorando o cenário para ver se haverá mudança estrutural nas condições. E ainda não notamos essas mudanças. Faz um ano que lançamos a estratégia comercial de preços, que não é uma política de preços, pois ela trata ainda de abastecimento e logística — disse Caetano. Ontem, a estatal anunciou que seu lucro líquido no primeiro trimestre deste ano ficou em R$ 23,7 bilhões, valor 37,9% menor em relação aos R$ 38,156 bilhões obtidos nos primeiros três meses do ano passado. Segundo a companhia, o resultado foi influenciado pela queda nas vendas de combustíveis no mercado interno e a desvalorização do real frente ao dólar. Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, lembrou ainda que as cotações internacionais vêm mostrando muita variação, com o preço do barril oscilando dos US$ 83 a US$ 84 e chegando a picos de US$ 93. — Mas existe um suporte aos US$ 80 (por barril), que é gerado pela tensão geopolítica ou por cortes dos produtores da Opep+ (os maiores produtores do mundo, com os países do Oriente Médio). Os combustíveis têm outros substitutos, como o etanol e o diesel russo. E outro fator é que não estamos repassando a volatilidade — explicou Schlosser, lembrando que os últimos reajustes ocorreram em outubro na gasolina, quando houve queda no preço, e em dezembro, com recuo no diesel. Vendas fracas Caetano lembrou ainda que o resultado veio dentro do planejado pela companhia. Ele, no entanto, citou que as vendas de combustíveis são sazonalmente mais fracas no primeiro trimestre. Citou também o aumento da safra do etanol, que impactou a gasolina, o avanço do biodiesel na mistura do diesel e a importação do diesel russo. –Houve cenário ainda adverso na margem do diesel, que caiu 26%. Aproveitamos para fazer paradas programadas, e a produção estabelecida no plano de negócios vai ser mantida. A empresa segue saudável e robusta. A Petrobras está entre as duas maiores entregadoras de resultado do mundo — disse Cateano. –Jean Paul Prates, em mensagem gravada aos analistas, voltou a destacar a disciplina de capital da estatal e a saúde financeira da empresa. Houve redução de 1,2% no nível de endividamento bruto no fim do trimestre, para US$ 61,84 bilhões. A dívida financeira ficou em US$ 27,7 bilhões, menor nível desde 2010. -Mantemos geração de caixa consistente para garantir os investimentos. O primeiro trimestre é mais fraco em volumes de venda por conta de sazonalidade e aproveitamos para fazer paradas programadas nas refinarias. Ainda sim, o fator de utilização chegou a 92%, sete pontos acima de um ano atrás. Esse aumento no nível de processamento ocorre com aumento de geração de valor e segurança — destacou Prates. Dividendos extraordinários A estatal informou ainda que aprovou a distribuição de R$ 13,45 bilhões em dividendos relativos ao período. Esse valor também foi menos que o esperado por bancos, que estimavam valor de R$ 15,4 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando a empresa alterou a regra de distribuição dos ganhos a acionistas, a queda foi de 45%. Além da distribuição de dividendos de R$ 13,45 bilhões, a estatal informou ainda que recomprou um total de R$ 1,1 bilhão em ações ao longo do primeiro trimestre. — Anunciamos a recompra de 157 milhões de ações e já recompramos 130 milhões. Esse programa acaba em agosto. E vamos fazer uma nova proposta para fazer novas recompras, mas isso será analisado ainda pelo Conselho — disse Caetano. Perguntado sobre os dividendos extraordinários, Caetano voltou a falar que o Conselho de Administração vai analisar esse ano quando distribuir metade dos R$ 43, 9 bilhões de recursos referentes ao exercício do ano passado. — O Conselho vai analisar nesse exercício, e os recursos podem ser pagos esse ano ou no início do ano que vem — afirmou Caetano. Segundo a Petrobras, no primeiro trimestre deste ano, o resultado financeiro foi negativo em R$ 9,6 bilhões por conta do câmbio. A queda nas vendas dos derivados de petróleo no mercado interno nos primeiros três meses do ano foi de 2,9%, para 1,648 milhão de barris por dia, na comparação com o mesmo período de 2023. Além das vendas menores, a estatal destacou ainda a redução da margem do diesel — o preço dos derivados registrou queda média por barril de 16,3% no trimestre — e recuo nas exportações, especialmente de gasolina. O resultado menor ocorreu mesmo diante de uma pequena elevação do preço do petróleo no mercado internacional. Segundo a estatal em seu balanço, o valor médio do barril do Brent, referência no mercado internacional, subiu 2,4%, de US$ 81,27 no primeiro trimestre de 2023, para US$ 83,24 no primeiro trimestre deste ano. Assim, a receita de vendas chegou a R$ 117,721 bilhões no primeiro trimestre de 2024, valor 15,4% menor em relação aos R$ 139 bilhões do mesmo período do ano passado. Os investimentos somaram US$ 3,043 bilhões no trimestre, alta de 22,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta foi influenciada pelas atividades do pré-sal da Bacia de Santos e na Bacia de Campos. Autor/Veículo: O Globo

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Haddad nega que estude tributar empresas de petróleo e bancos para compensar desoneração da folha

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) negou nesta terça-feira (14) que a equipe econômica esteja estudando tributar empresas de petróleo e instituições financeiras para financiar a compensação da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores neste ano. Em reportagem publicada nesta segunda (13), a Folha relata que um integrante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na condição de anonimato, afirmou que uma elevação da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) das empresas de petróleo está entre as medidas analisadas por técnicos. “Não tem nenhum estudo no Ministério da Fazenda que diga respeito a esses setores. Nós já temos alguns cenários, mas nenhum deles diz respeito à notícia que saiu publicada hoje. Realmente não sei de onde saiu (a informação)”, disse o ministro sem citar nominalmente a Folha. Segundo ele, a reportagem “não tem procedência” e a informação publicada é “absolutamente falsa”. Apesar da negativa de Haddad, outra possibilidade que também está na cesta de medidas em análise é a tributação de bancos, mas o impacto no custo de crédito pesa contra essa alternativa no momento em que o governo busca aumentar os financiamentos. O acordo para a manutenção da desoneração da folha em 2024, com aumento gradual de tributos a partir de 2025, foi anunciado por Haddad na semana passada. Há um entendimento no governo de que será necessário compensar a renúncia tributária que seria gerada pela desoneração com medidas de aumento da arrecadação. Segundo Haddad, o custo da desoneração gira em torno de R$ 10 bilhões por ano –o valor não está previsto no Orçamento deste ano. “Nós fizemos um acordo primeiro. Agora estão terminando os cálculos, e nós vamos levar ao Congresso uma proposta de compensação nos marcos do que a gente tem feito”, disse. “É na linha do que nós estamos trabalhando desde o começo do ano passado, sem surpresa e com muita compreensão por parte do Congresso Nacional. Nossa relação com o Congresso está muito boa, vai continuar boa”, acrescentou. O benefício da desoneração da folha foi criado em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), e teve sucessivas prorrogações. A medida permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência. Entre os 17 setores da economia beneficiados está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, entre outros. Questionado por jornalistas sobre os cenários mencionados, Haddad não deu detalhes sob a alegação de que depende do aval do presidente Lula. “Assim que ele [Lula] der o aval, eu notifico. Mas não passa pela discussão que está nos jornais hoje. Isso eu posso assegurar”, acrescentou. Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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Ações da Petrobras em NY despencam 8% na manhã seguinte à demissão de Prates

As ações da Petrobras começaram a quarta-feira em forte queda em Nova York. Nos negócios do pré-mercado, os recibos de ações da estatal brasileira – os ADRs, sigla para American Depositary Receipt – operavam às 8h20 no horário de Brasília em queda de 8,03%, negociados a US$ 15,35, após a demissão de Jean Paul Prates da presidência da companhia. A sangria das ações da Petrobras acontece após a queda de 2,05% observada no pregão tradicional de ontem em Nova York, quando as ações reagiram ao balanço da companhia divulgado na noite de segunda-feira. A demissão na Petrobras foi decidida e comunicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de terça (14). O comunicado da saída foi feito pelo próprio Prates a alguns aliados mais próximos e integrantes de sua equipe, apurou a CNN. Ontem à noite, a Petrobras também informou que a engenheira e ex-diretora geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Magda Chambriard foi indicada pelo Ministério de Minas e Energia para a presidência da companhia. Autor/Veículo: CNN Brasil

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Gestão de Prates foi marcada por cobranças e conflitos com ministro Alexandre Silveira

A demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na noite desta terça-feira, em Brasília, pelo presidente Lula e os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, encerra mais de um ano de conflitos entre Prates e os ministros. O motivo alegado, segundo apurou o Estadão/Broadcast, foi a falta de entregas de projetos por parte do dirigente da estatal, além da divergência em relação à distribuição de dividendos pela empresa. As brigas começaram logo no início da gestão de Prates, em janeiro, por vagas no Conselho de Administração da companhia. Silveira chegou a pedir a intervenção do presidente Lula para conseguir emplacar nomes da sua confiança, com a oposição de Prates, e acabou saindo vitorioso, elegendo nomes que haviam sido rejeitados pelo Comitê de Pessoas da estatal. O segundo grande conflito envolveu a cobrança de Silveira para que Prates aumentasse a produção de gás natural no País, para tentar reduzir o preço do insumo, e afirmou que estava havendo negligência por parte do presidente da Petrobras. O debate público sobre o assunto tomou grandes proporções e se repetiu logo depois em discussões sobre o preço dos combustíveis, com Silveira sendo rebatido por Prates, que chegou a sugerir ao ministro que mudasse o estatuto da estatal para poder decidir sobre reajustes. Em novembro do ano passado, outra discussão colocou os dois em lados opostos na aprovação do Plano de Negócios da companhia para o período 2024-2028. Os novos negócios em energias renováveis foram questionados pelos indicados de Silveira. Para acompanhar de perto o andamento dos projetos, o ministro avançou na indicação de cargos para os comitês da Petrobras, responsáveis por garantir a governança da companhia. Mas o auge do conflito surgiu este ano, com a decisão do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários da estatal referentes ao ano passado. Prates defendia a decisão da diretoria, de distribuir apenas metade, como acabou ocorrendo, enquanto os acionistas minoritários queriam a distribuição total do provento. A crise chegou a Lula, que ficou do lado de Silveira, agora apoiado pelo ministro da Casa Civil, e o cargo de Prates chegou a balançar com força, abalando a cotação das ações da companhia. Menos de um mês depois, passada a fervura da última crise, a gestão de Prates chegou ao fim, depois de um ano e quatro meses a frente da petroleira. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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Conheça Magda Chambriard, a indicada à Petrobras que defende mais compra em estaleiros nacionais

A substituta de Jean Paul Prates no comando da Petrobras, Magda Chambriard, é engenheira e ex-funcionária da estatal. Comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) durante o governo Dilma Rousseff. É vista pelo mercado como um quadro de perfil mais desenvolvimentista do que Prates, que tentou equilibrar sua gestão atendendo a promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sem assustar investidores privados. Ela defende o papel do setor de petróleo como indutor do desenvolvimento industrial do país, em pensamento alinhado ao do governo Lula. Um leilão de áreas petrolíferas, afirmou em entrevista de 2021, vai além de ver qual empresa paga mais. “Existe um plano de desenvolvimento nacional por trás.” “Se os projetos e obras forem para o exterior, estaremos abrindo mão do pré-sal”, afirmou nessa entrevista, concedida ao portal Petronotícias. “Se o país não emprega a mão de obra nacional na indústria, no final das contas estará afetando a própria democracia brasileira”, continuou. Em artigo publicado no fim de 2023 na revista Brasil Energia, ela questionou o primeiro plano de investimentos anunciado pela gestão petista da Petrobras por não tratar de exploração de bacias maduras e de medidas de fomento à indústria naval brasileira. “No Rio de Janeiro, mais de dez estaleiros encontram-se ociosos, enquanto o estado necessita seriamente alocar sua mão de obra produtiva”, afirmou, defendendo que a Petrobras destine à indústria nacional “uma fatia de seus investimentos um pouco maior do que a que vem sendo destinada”. Chambriard é também defensora da exploração de petróleo na margem equatorial, região alvo de embates entre as áreas ambiental e energética do governo. Em recente entrevista ao Blog do Desenvolvimento, afirmou que “é frustrante” que essa região não tenha sido explorada ainda. Procurada por telefone e mensagem, Chambriard não respondeu. Autor/Veículo: Folha de S.Paulo

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Lula acha que a Petrobras é dele; vai ser um horror outra vez, diz Adriano Pires

Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) e ex-assessor na ANP (Agência Nacional do Petróleo), Adriano Pires criticou, nesta terça-feira (14), os resultados do primeiro trimestre da Petrobras divulgados na véspera e disse enxergar a companhia voltando para os mesmos problemas do passado. Pires chegou a ser indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a presidência da estatal, mas acabou abrindo mão do cargo por conflitos de interesse com sua atividade de consultor. Ele disse que o ano passado foi bom para a petroleira porque, apesar da nova política de preços de combustíveis, a empresa manteve a paridade internacional. Com o barril do petróleo ainda em nível elevado, a estatal se beneficiou, segundo o diretor do CBIE. Mas neste ano Pires disse que preocupa o aumento dos investimentos da companhia, inclusive em refinarias, voltando a uma política do passado e deixando de focar no seu ramo principal, que é a exploração e produção de petróleo. “Não vai dar certo. Vai ser um horror outra vez”, afirmou. “O governo olha para esse modelo de economia mista e acha que a Petrobras é do governo de plantão. O presidente Lula só falta passar para o Imposto de Renda dele a Petrobras. Porque ele acha que é dele. O Bolsonaro também achava”, declarou durante painel no Tag Summit 2024, evento com investidores em São Paulo. Pires disse que a sociedade brasileira está madura para discutir a privatização da Petrobras. “Eu não vejo uma lógica um país como o Brasil ser acionista majoritário de uma empresa de petróleo em plena transição energética”. Ele defendeu que essa discussão da privatização aconteça logo, para aproveitar enquanto o petróleo ainda tem uma participação importante na economia global. Segundo ele, conforme essa participação diminuir, o valor de mercado da companhia tende a cair. “Quanto mais você demorar para privatizar a Petrobras, menos ela vai arrecadar. Porque vai valer menos”, afirmou. ENERGIA LIMPA Pires também criticou o planejamento energético no país, que leva a um aumento de tarifas mesmo com uma oferta maior de energia do que a demanda. Ele disse que a energia solar e a eólica não vão resolver os problemas do setor elétrico do Brasil, que segundo ele está passando por uma espiral da morte, com a quebra das distribuidoras. “Sol e vento são ótimos, energia que a gente tem que aproveitar mesmo porque nos dá uma vantagem comparativa. Mas elas têm seus limitantes técnicos. São intermitentes. Então, não geram segurança energética. Quem gera segurança energética é a térmica. É por isso que precisa de térmica a gás, por isso vai ter a volta, na minha opinião, da nuclear”, completa. Ele ainda disse que, com tarifas bem menores da geração solar, as pessoas consomem muito mais energia e o operador do sistema nacional acaba não dando conta de um consumo que está fora do sistema interligado elétrico e, por isso, há picos de energia com riscos de apagões. Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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Lula demite Jean Paul Prates; Magda Chambriard será a próxima presidente da Petrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que ele está fora da empresa. Prates se despediu nesta tarde de seus diretores e comunicou à equipe que Magda Chambriard será a nova presidente da Petrobras. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff e atuou como funcionária de carreira da petroleira por 22 anos. Engenheira de formação, Magda é também consultora na área de energia e petróleo. Uma vez oficializada no cargo, será a segunda presidente mulher da estatal – a primeira foi Graça Foster (2012-2015). O Conselho de Administração da companhia, segundo apurou a equipe do blog, ainda não foi informado sobre a demissão de Jean Paul Prates. Após a publicação desta matéria, a empresa informou através de um comunicado que Prates convocou uma reunião para que o colegiado delibere sobre o “encerramento antecipado de seu mandato como presidente” da estatal “de forma negociada”. Ainda segundo a nota, o CEO pretende apresentar sua renúncia ao cargo de membro do conselho após a confirmação de seu desligamento do comando da Petrobras. Na interpretação de conselheiros e executivos, a ida de Magda para a estatal representa uma vitória da linha intervencionista do governo sobre a empresa no momento em que o presidente Lula pressiona a petroleira a licitar e acelerar obras polêmicas como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo um aliado histórico de Lula, a nova CEO foi apadrinhada por lideranças do PT da Bahia, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado Federal, Jaques Wagner. Em uma mensagem enviada a aliados por WhatsApp, em tom de desabafo, Jean Paul Prates afirmou que sua missão à frente da Petrobras “foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira [ministro de Minas e Energia] e Rui Costa”. “Não creio que haja chance de reconsideração”, lamentou o CEO demissionário. “Só me resta agradecer a vocês e torcer que consigam ficar ou se reposicionar. Contem comigo no que eu puder fazer”. Processo de fritura O CEO da Petrobras enfrentou nos últimos meses uma intensa fritura interna no governo, acumulando disputas com Costa e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que almejavam ampliar o poder sobre a estatal. Silveira e Prates rivalizavam em torno da influência sobre a estrutura da Petrobras. Enquanto o CEO buscou assegurar o domínio sobre a diretoria da petroleira, o ministro de Minas e Energia emplacou nomeações importantes no Conselho de Administração. Conforme publicamos na semana passada, Silveira colocou várias pessoas de sua confiança em postos estratégicos na companhia. Além dos três conselheiros que ele indicou, Silveira também domina os colegiados pelos quais passam todas as decisões importantes da Petrobras. Hoje, 17 das 25 vagas em comitês da companhia, incluindo o Conselho Fiscal, são ocupadas por pessoas indicadas pelo ministro, de dentro e de fora da empresa. A presença deles é tão marcante na companhia que ganharam o apelido de “Silveirinhas”. Mas o desgaste entre o CEO e o ministro, que se prolongava desde o início do terceiro mandato de Lula, se agravou após Silveira conceder uma entrevista à Folha de S. Paulo admitindo o conflito com Prates e dizendo que não abriria mão de sua autoridade como ministro sobre a companhia. Como informou o colunista Lauro Jardim à época, a situação se agravou depois de que Prates declarou à colunista da Folha Monica Bergamo que havia pedido uma reunião “definitiva” com Lula para tratar sobre a sua fritura no cargo. No Planalto, o movimento foi encarado como uma tentativa do CEO da Petrobras de emparedar o presidente, o que o teria irritado. Em abril, o presidente Lula chegou a convidar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para assumir o comando da petroleira. Mas pesou a favor da permanência de Prates o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como publicamos no blog. Briga por dividendos A fritura ocorreu em meio ao impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia a proposta da diretoria de distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram no caixa após o pagamento dos dividendos regulares – R$ 43,9 bilhões. Já o grupo de Alexandre Silveira defendia segurar todo esse dinheiro em um fundo de reserva com o objetivo de melhorar as condições da empresa de obter empréstimos para investimentos. Lula arbitrou a disputa e determinou que os seis conselheiros indicados pela União votassem contra o pagamento. Prates negou publicamente que houvesse uma ordem do presidente da República nesse sentido, mas foi desmentido pelo próprio petista no mesmo dia. Após duas reuniões encabeçadas por Lula, o presidente encampou a tese de Silveira, o que irritou Jean Paul Prates. Como publicamos no blog, o presidente da estatal chegou a acompanhar a reunião do Conselho de Administração de forma remota após considerar a derrota para o ministro de Minas e Energia irreversível. A reação do mercado financeiro à decisão do governo foi vender ações e derrubar o valor de mercado da companhia em mais de 10%. Num único dia, a Petrobras se desvalorizou em R$ 55 bilhões. No ápice da crise, auxiliares de Lula no Palácio do Planalto atribuíram a Prates, ex-senador do PT pelo Rio Grande do Norte, uma falta de traquejo político na gestão da empresa. Mesmo Haddad, que sempre funcionou como uma espécie de escudo para o CEO na guerra interna do governo em torno dos rumos da companhia, admitiu a Silveira e Costa no auge da fritura que o dirigente tinha um temperamento difícil e dificuldades de dialogar. Um dos exemplos dessa falta de traquejo, de acordo com ministros palacianos, foi o entrevero entre Prates e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, a respeito de um pedido de autorização dos técnicos da corte contábil para investigar a possibilidade de fraude no contrato da Petrobras com a fábrica de fertilizantes Unigel. Em uma dura troca de

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‘Piratas dos rios’ saqueiam combustíveis na Amazônia; entenda como ataques funcionam

Enquanto moradores da Ilha de Santana (AP) se recolhem para dormir, um grupo de dez criminosos parte de lá em pequenos barcos rumo ao Pará. O foco são grandes embarcações que passam carregadas de combustível pelo Rio Amazonas. Tripulação rendida, armas apontadas para a cabeça e ameaça de morte: a ação dos “piratas dos rios” costuma ser rápida, e prontamente eles fogem, com os barris roubados, pelo emaranhado hídrico da região. No Estado do Amazonas, só em ataques contra embarcações de transportadores, mais de 7,7 milhões de litros de combustível foram levados do fim de 2020 a 2023, segundo levantamento do sindicato local das Empresas de Navegação Fluvial (Sindarma). “O combustível é o maior foco desses tipos de criminosos pela facilidade de se desfazerem dele e comercializá-lo de forma ilegal”, Algenor Teixeira Filho, secretário executivo de operações integradas da Secretaria de Segurança do Amazonas. Segundo ele, por mais que eletroeletrônicos e outros tipos de cargas possam ter maior valor agregado, costuma ser mais trabalhoso vendê-los a terceiros do que o diesel, por exemplo. Além disso, é mais fácil identificar, no caso dos eletroeletrônicos, quando são fruto de roubo. A atuação dos piratas – também chamados de “ratos d’água” – não necessariamente tem elo com facções criminosas. Mas o avanço na região de organizações como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC) aumenta a circulação de grupos armados e atrai outros tipos de atividades ilegais, como roubos de armas e combustíveis. Em meio à rotina de medo e instabilidade, empresas contratam até escolta armada para proteger cargas maiores. Para incrementar a segurança, recorrem a botões de emergência, câmeras de monitoramento e até à Starlink, serviço de internet da SpaceX, do bilionário americano Elon Musk. Em geral, os piratas trafegam por meio de lanchas ou barcos pequenos, o que facilita fugas após os roubos e a distribuição das mercadorias para outros barcos de redes criminosas. Os alvos mais comuns, em contrapartida, são embarcações cargueiras mais lentas, com menor poder de reação. Estimativa da Polícia Federal indica que só a atuação do grupo descrito no começo da reportagem causava prejuízo mensal de R$ 150 mil a uma das empresas afetadas. Para o delegado Bruno Belo, da PF do Amapá, o tamanho do prejuízo está subvalorizado, uma vez que as quadrilhas não costumam atacar só uma transportadora. Ao mesmo tempo, o delegado afirma que alguns navios, sobretudo de companhias estrangeiras, sequer registram ocorrência no Brasil – quando o assunto é transporte, tempo é dinheiro. “Além dos valores, tem também a questão de os tripulantes terem medo de serem mortos por criminosos locais”, diz Belo. No fim do ano passado, ele comandou a Operação Detour, que cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em endereços de supostos membros de uma quadrilha de piratas. A ação contou também com participação da Polícia Civil e do Ministério Público do Amapá (MP-AP). As embarcações apreendidas totalizam mais de R$ 1 milhão. Já o material eletrônico agora está em fase de análise. Segundo o delegado, a Ilha de Santana, de onde partiam os principais suspeitos de integrar o grupo, tem forte atuação da facção local Amigos Para Sempre (APS), mas também tem crescido por lá a presença do Comando Vermelho, considerado dominante na região Norte. As organizações criminosas costumam cobrar uma espécie de “pedágio” de grupos menores que entram com produtos roubados na ilha. Como agem os piratas dos riosGrupos costumam se aproximar dos alvos na calada da noite. Em poucos segundos, sobem nas embarcações e anunciam o assalto Em alguns casos, os piratas chegam a mirar até mesmo cargas de cocaína e skunk, importadas pelas facções de países vizinhos, como Peru, Colômbia e Bolívia. Depois, revendem para grupos rivais aos roubados. “Não à toa, hoje a gente observa alguns dos ‘transportadores de drogas’ circulando com armas muito pesadas”, Roberto Magno,pesquisador do Laboratório de Geografia da Violência e do Crime da Universidade do Estado do Pará. Segundo explica, os roubos são observados mesmo em rios pequenos, considerados centrais para a vida dos moradores e não tão policiados como as cidades. Um desses exemplos é o estreito de Breves, localizado aos pés da Ilha do Marajó. Em 2022, ele recebeu a primeira base fluvial lançada pelo governo do Pará, na altura do município de Antônio Lemos (PA), para combater a alta de roubos de carga. O foco nesse ponto considerado estratégico, que liga o Rio Amazonas à região metropolitana de Belém, foi importante para ajudar a diminuir as ocorrências envolvendo embarcações nos anos seguintes, afirma a gestão estadual. Mesmo com a desaceleração, esse tipo de roubo ainda preocupa, diante das dificuldades de fiscalização em um território amplo e complexo. “A região encontra-se bastante vulnerável em relação a esses grupos, que atuam por toda a região amazônica, sobretudo nas áreas ribeirinhas”, Aiala Colares Couto,pesquisador da Uepa e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Couto afirma que o problema afeta o deslocamento em rios estratégicos da região, como Madeira, Amazonas e Solimões. Nos últimos meses, o Amazonas também avalia ter conseguido reverter a alta de roubos, mas monitora eventuais novos pontos de ação das quadrilhas. Compostos por pelo menos quatro pessoas, os grupos de criminosos normalmente agem não só fortemente armados – usam inclusive fuzis –, como de forma silenciosa e a luzes apagadas em alguns casos, quando há cooptação de tripulantes dos barcos roubados. Esse segundo tipo é considerado menos frequente. “A disputa pelo controle dos rios se dá de forma extremamente violenta, com abordagens e embates entre grupos criminosos fortemente armados, no meio de intensa troca de tiros, ocasionando combates letais”, Igor Starling,promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas “É uma constante guerra entre criminosos para a tomada dos pontos de controle dos rivais, ‘decretando’ vidas (jurando de morte), soltando ‘salves’ (mensagens a outros membros da facção), matando e corrompendo”, continua. Atualmente, segundo o promotor, investigações do Ministério Público indicam inclusive o envolvimento de milícias e agentes do Estado em dinâmicas envolvendo os piratas dos rios. “Muitas vezes há uma blindagem dos criminosos ou

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