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Ações da Petrobras em NY despencam 8% na manhã seguinte à demissão de Prates

As ações da Petrobras começaram a quarta-feira em forte queda em Nova York. Nos negócios do pré-mercado, os recibos de ações da estatal brasileira – os ADRs, sigla para American Depositary Receipt – operavam às 8h20 no horário de Brasília em queda de 8,03%, negociados a US$ 15,35, após a demissão de Jean Paul Prates da presidência da companhia. A sangria das ações da Petrobras acontece após a queda de 2,05% observada no pregão tradicional de ontem em Nova York, quando as ações reagiram ao balanço da companhia divulgado na noite de segunda-feira. A demissão na Petrobras foi decidida e comunicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de terça (14). O comunicado da saída foi feito pelo próprio Prates a alguns aliados mais próximos e integrantes de sua equipe, apurou a CNN. Ontem à noite, a Petrobras também informou que a engenheira e ex-diretora geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Magda Chambriard foi indicada pelo Ministério de Minas e Energia para a presidência da companhia. Autor/Veículo: CNN Brasil

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Gestão de Prates foi marcada por cobranças e conflitos com ministro Alexandre Silveira

A demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na noite desta terça-feira, em Brasília, pelo presidente Lula e os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, encerra mais de um ano de conflitos entre Prates e os ministros. O motivo alegado, segundo apurou o Estadão/Broadcast, foi a falta de entregas de projetos por parte do dirigente da estatal, além da divergência em relação à distribuição de dividendos pela empresa. As brigas começaram logo no início da gestão de Prates, em janeiro, por vagas no Conselho de Administração da companhia. Silveira chegou a pedir a intervenção do presidente Lula para conseguir emplacar nomes da sua confiança, com a oposição de Prates, e acabou saindo vitorioso, elegendo nomes que haviam sido rejeitados pelo Comitê de Pessoas da estatal. O segundo grande conflito envolveu a cobrança de Silveira para que Prates aumentasse a produção de gás natural no País, para tentar reduzir o preço do insumo, e afirmou que estava havendo negligência por parte do presidente da Petrobras. O debate público sobre o assunto tomou grandes proporções e se repetiu logo depois em discussões sobre o preço dos combustíveis, com Silveira sendo rebatido por Prates, que chegou a sugerir ao ministro que mudasse o estatuto da estatal para poder decidir sobre reajustes. Em novembro do ano passado, outra discussão colocou os dois em lados opostos na aprovação do Plano de Negócios da companhia para o período 2024-2028. Os novos negócios em energias renováveis foram questionados pelos indicados de Silveira. Para acompanhar de perto o andamento dos projetos, o ministro avançou na indicação de cargos para os comitês da Petrobras, responsáveis por garantir a governança da companhia. Mas o auge do conflito surgiu este ano, com a decisão do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários da estatal referentes ao ano passado. Prates defendia a decisão da diretoria, de distribuir apenas metade, como acabou ocorrendo, enquanto os acionistas minoritários queriam a distribuição total do provento. A crise chegou a Lula, que ficou do lado de Silveira, agora apoiado pelo ministro da Casa Civil, e o cargo de Prates chegou a balançar com força, abalando a cotação das ações da companhia. Menos de um mês depois, passada a fervura da última crise, a gestão de Prates chegou ao fim, depois de um ano e quatro meses a frente da petroleira. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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Conheça Magda Chambriard, a indicada à Petrobras que defende mais compra em estaleiros nacionais

A substituta de Jean Paul Prates no comando da Petrobras, Magda Chambriard, é engenheira e ex-funcionária da estatal. Comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) durante o governo Dilma Rousseff. É vista pelo mercado como um quadro de perfil mais desenvolvimentista do que Prates, que tentou equilibrar sua gestão atendendo a promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sem assustar investidores privados. Ela defende o papel do setor de petróleo como indutor do desenvolvimento industrial do país, em pensamento alinhado ao do governo Lula. Um leilão de áreas petrolíferas, afirmou em entrevista de 2021, vai além de ver qual empresa paga mais. “Existe um plano de desenvolvimento nacional por trás.” “Se os projetos e obras forem para o exterior, estaremos abrindo mão do pré-sal”, afirmou nessa entrevista, concedida ao portal Petronotícias. “Se o país não emprega a mão de obra nacional na indústria, no final das contas estará afetando a própria democracia brasileira”, continuou. Em artigo publicado no fim de 2023 na revista Brasil Energia, ela questionou o primeiro plano de investimentos anunciado pela gestão petista da Petrobras por não tratar de exploração de bacias maduras e de medidas de fomento à indústria naval brasileira. “No Rio de Janeiro, mais de dez estaleiros encontram-se ociosos, enquanto o estado necessita seriamente alocar sua mão de obra produtiva”, afirmou, defendendo que a Petrobras destine à indústria nacional “uma fatia de seus investimentos um pouco maior do que a que vem sendo destinada”. Chambriard é também defensora da exploração de petróleo na margem equatorial, região alvo de embates entre as áreas ambiental e energética do governo. Em recente entrevista ao Blog do Desenvolvimento, afirmou que “é frustrante” que essa região não tenha sido explorada ainda. Procurada por telefone e mensagem, Chambriard não respondeu. Autor/Veículo: Folha de S.Paulo

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Lula acha que a Petrobras é dele; vai ser um horror outra vez, diz Adriano Pires

Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) e ex-assessor na ANP (Agência Nacional do Petróleo), Adriano Pires criticou, nesta terça-feira (14), os resultados do primeiro trimestre da Petrobras divulgados na véspera e disse enxergar a companhia voltando para os mesmos problemas do passado. Pires chegou a ser indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a presidência da estatal, mas acabou abrindo mão do cargo por conflitos de interesse com sua atividade de consultor. Ele disse que o ano passado foi bom para a petroleira porque, apesar da nova política de preços de combustíveis, a empresa manteve a paridade internacional. Com o barril do petróleo ainda em nível elevado, a estatal se beneficiou, segundo o diretor do CBIE. Mas neste ano Pires disse que preocupa o aumento dos investimentos da companhia, inclusive em refinarias, voltando a uma política do passado e deixando de focar no seu ramo principal, que é a exploração e produção de petróleo. “Não vai dar certo. Vai ser um horror outra vez”, afirmou. “O governo olha para esse modelo de economia mista e acha que a Petrobras é do governo de plantão. O presidente Lula só falta passar para o Imposto de Renda dele a Petrobras. Porque ele acha que é dele. O Bolsonaro também achava”, declarou durante painel no Tag Summit 2024, evento com investidores em São Paulo. Pires disse que a sociedade brasileira está madura para discutir a privatização da Petrobras. “Eu não vejo uma lógica um país como o Brasil ser acionista majoritário de uma empresa de petróleo em plena transição energética”. Ele defendeu que essa discussão da privatização aconteça logo, para aproveitar enquanto o petróleo ainda tem uma participação importante na economia global. Segundo ele, conforme essa participação diminuir, o valor de mercado da companhia tende a cair. “Quanto mais você demorar para privatizar a Petrobras, menos ela vai arrecadar. Porque vai valer menos”, afirmou. ENERGIA LIMPA Pires também criticou o planejamento energético no país, que leva a um aumento de tarifas mesmo com uma oferta maior de energia do que a demanda. Ele disse que a energia solar e a eólica não vão resolver os problemas do setor elétrico do Brasil, que segundo ele está passando por uma espiral da morte, com a quebra das distribuidoras. “Sol e vento são ótimos, energia que a gente tem que aproveitar mesmo porque nos dá uma vantagem comparativa. Mas elas têm seus limitantes técnicos. São intermitentes. Então, não geram segurança energética. Quem gera segurança energética é a térmica. É por isso que precisa de térmica a gás, por isso vai ter a volta, na minha opinião, da nuclear”, completa. Ele ainda disse que, com tarifas bem menores da geração solar, as pessoas consomem muito mais energia e o operador do sistema nacional acaba não dando conta de um consumo que está fora do sistema interligado elétrico e, por isso, há picos de energia com riscos de apagões. Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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Lula demite Jean Paul Prates; Magda Chambriard será a próxima presidente da Petrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que ele está fora da empresa. Prates se despediu nesta tarde de seus diretores e comunicou à equipe que Magda Chambriard será a nova presidente da Petrobras. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff e atuou como funcionária de carreira da petroleira por 22 anos. Engenheira de formação, Magda é também consultora na área de energia e petróleo. Uma vez oficializada no cargo, será a segunda presidente mulher da estatal – a primeira foi Graça Foster (2012-2015). O Conselho de Administração da companhia, segundo apurou a equipe do blog, ainda não foi informado sobre a demissão de Jean Paul Prates. Após a publicação desta matéria, a empresa informou através de um comunicado que Prates convocou uma reunião para que o colegiado delibere sobre o “encerramento antecipado de seu mandato como presidente” da estatal “de forma negociada”. Ainda segundo a nota, o CEO pretende apresentar sua renúncia ao cargo de membro do conselho após a confirmação de seu desligamento do comando da Petrobras. Na interpretação de conselheiros e executivos, a ida de Magda para a estatal representa uma vitória da linha intervencionista do governo sobre a empresa no momento em que o presidente Lula pressiona a petroleira a licitar e acelerar obras polêmicas como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo um aliado histórico de Lula, a nova CEO foi apadrinhada por lideranças do PT da Bahia, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado Federal, Jaques Wagner. Em uma mensagem enviada a aliados por WhatsApp, em tom de desabafo, Jean Paul Prates afirmou que sua missão à frente da Petrobras “foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira [ministro de Minas e Energia] e Rui Costa”. “Não creio que haja chance de reconsideração”, lamentou o CEO demissionário. “Só me resta agradecer a vocês e torcer que consigam ficar ou se reposicionar. Contem comigo no que eu puder fazer”. Processo de fritura O CEO da Petrobras enfrentou nos últimos meses uma intensa fritura interna no governo, acumulando disputas com Costa e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que almejavam ampliar o poder sobre a estatal. Silveira e Prates rivalizavam em torno da influência sobre a estrutura da Petrobras. Enquanto o CEO buscou assegurar o domínio sobre a diretoria da petroleira, o ministro de Minas e Energia emplacou nomeações importantes no Conselho de Administração. Conforme publicamos na semana passada, Silveira colocou várias pessoas de sua confiança em postos estratégicos na companhia. Além dos três conselheiros que ele indicou, Silveira também domina os colegiados pelos quais passam todas as decisões importantes da Petrobras. Hoje, 17 das 25 vagas em comitês da companhia, incluindo o Conselho Fiscal, são ocupadas por pessoas indicadas pelo ministro, de dentro e de fora da empresa. A presença deles é tão marcante na companhia que ganharam o apelido de “Silveirinhas”. Mas o desgaste entre o CEO e o ministro, que se prolongava desde o início do terceiro mandato de Lula, se agravou após Silveira conceder uma entrevista à Folha de S. Paulo admitindo o conflito com Prates e dizendo que não abriria mão de sua autoridade como ministro sobre a companhia. Como informou o colunista Lauro Jardim à época, a situação se agravou depois de que Prates declarou à colunista da Folha Monica Bergamo que havia pedido uma reunião “definitiva” com Lula para tratar sobre a sua fritura no cargo. No Planalto, o movimento foi encarado como uma tentativa do CEO da Petrobras de emparedar o presidente, o que o teria irritado. Em abril, o presidente Lula chegou a convidar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para assumir o comando da petroleira. Mas pesou a favor da permanência de Prates o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como publicamos no blog. Briga por dividendos A fritura ocorreu em meio ao impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia a proposta da diretoria de distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram no caixa após o pagamento dos dividendos regulares – R$ 43,9 bilhões. Já o grupo de Alexandre Silveira defendia segurar todo esse dinheiro em um fundo de reserva com o objetivo de melhorar as condições da empresa de obter empréstimos para investimentos. Lula arbitrou a disputa e determinou que os seis conselheiros indicados pela União votassem contra o pagamento. Prates negou publicamente que houvesse uma ordem do presidente da República nesse sentido, mas foi desmentido pelo próprio petista no mesmo dia. Após duas reuniões encabeçadas por Lula, o presidente encampou a tese de Silveira, o que irritou Jean Paul Prates. Como publicamos no blog, o presidente da estatal chegou a acompanhar a reunião do Conselho de Administração de forma remota após considerar a derrota para o ministro de Minas e Energia irreversível. A reação do mercado financeiro à decisão do governo foi vender ações e derrubar o valor de mercado da companhia em mais de 10%. Num único dia, a Petrobras se desvalorizou em R$ 55 bilhões. No ápice da crise, auxiliares de Lula no Palácio do Planalto atribuíram a Prates, ex-senador do PT pelo Rio Grande do Norte, uma falta de traquejo político na gestão da empresa. Mesmo Haddad, que sempre funcionou como uma espécie de escudo para o CEO na guerra interna do governo em torno dos rumos da companhia, admitiu a Silveira e Costa no auge da fritura que o dirigente tinha um temperamento difícil e dificuldades de dialogar. Um dos exemplos dessa falta de traquejo, de acordo com ministros palacianos, foi o entrevero entre Prates e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, a respeito de um pedido de autorização dos técnicos da corte contábil para investigar a possibilidade de fraude no contrato da Petrobras com a fábrica de fertilizantes Unigel. Em uma dura troca de

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‘Piratas dos rios’ saqueiam combustíveis na Amazônia; entenda como ataques funcionam

Enquanto moradores da Ilha de Santana (AP) se recolhem para dormir, um grupo de dez criminosos parte de lá em pequenos barcos rumo ao Pará. O foco são grandes embarcações que passam carregadas de combustível pelo Rio Amazonas. Tripulação rendida, armas apontadas para a cabeça e ameaça de morte: a ação dos “piratas dos rios” costuma ser rápida, e prontamente eles fogem, com os barris roubados, pelo emaranhado hídrico da região. No Estado do Amazonas, só em ataques contra embarcações de transportadores, mais de 7,7 milhões de litros de combustível foram levados do fim de 2020 a 2023, segundo levantamento do sindicato local das Empresas de Navegação Fluvial (Sindarma). “O combustível é o maior foco desses tipos de criminosos pela facilidade de se desfazerem dele e comercializá-lo de forma ilegal”, Algenor Teixeira Filho, secretário executivo de operações integradas da Secretaria de Segurança do Amazonas. Segundo ele, por mais que eletroeletrônicos e outros tipos de cargas possam ter maior valor agregado, costuma ser mais trabalhoso vendê-los a terceiros do que o diesel, por exemplo. Além disso, é mais fácil identificar, no caso dos eletroeletrônicos, quando são fruto de roubo. A atuação dos piratas – também chamados de “ratos d’água” – não necessariamente tem elo com facções criminosas. Mas o avanço na região de organizações como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC) aumenta a circulação de grupos armados e atrai outros tipos de atividades ilegais, como roubos de armas e combustíveis. Em meio à rotina de medo e instabilidade, empresas contratam até escolta armada para proteger cargas maiores. Para incrementar a segurança, recorrem a botões de emergência, câmeras de monitoramento e até à Starlink, serviço de internet da SpaceX, do bilionário americano Elon Musk. Em geral, os piratas trafegam por meio de lanchas ou barcos pequenos, o que facilita fugas após os roubos e a distribuição das mercadorias para outros barcos de redes criminosas. Os alvos mais comuns, em contrapartida, são embarcações cargueiras mais lentas, com menor poder de reação. Estimativa da Polícia Federal indica que só a atuação do grupo descrito no começo da reportagem causava prejuízo mensal de R$ 150 mil a uma das empresas afetadas. Para o delegado Bruno Belo, da PF do Amapá, o tamanho do prejuízo está subvalorizado, uma vez que as quadrilhas não costumam atacar só uma transportadora. Ao mesmo tempo, o delegado afirma que alguns navios, sobretudo de companhias estrangeiras, sequer registram ocorrência no Brasil – quando o assunto é transporte, tempo é dinheiro. “Além dos valores, tem também a questão de os tripulantes terem medo de serem mortos por criminosos locais”, diz Belo. No fim do ano passado, ele comandou a Operação Detour, que cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em endereços de supostos membros de uma quadrilha de piratas. A ação contou também com participação da Polícia Civil e do Ministério Público do Amapá (MP-AP). As embarcações apreendidas totalizam mais de R$ 1 milhão. Já o material eletrônico agora está em fase de análise. Segundo o delegado, a Ilha de Santana, de onde partiam os principais suspeitos de integrar o grupo, tem forte atuação da facção local Amigos Para Sempre (APS), mas também tem crescido por lá a presença do Comando Vermelho, considerado dominante na região Norte. As organizações criminosas costumam cobrar uma espécie de “pedágio” de grupos menores que entram com produtos roubados na ilha. Como agem os piratas dos riosGrupos costumam se aproximar dos alvos na calada da noite. Em poucos segundos, sobem nas embarcações e anunciam o assalto Em alguns casos, os piratas chegam a mirar até mesmo cargas de cocaína e skunk, importadas pelas facções de países vizinhos, como Peru, Colômbia e Bolívia. Depois, revendem para grupos rivais aos roubados. “Não à toa, hoje a gente observa alguns dos ‘transportadores de drogas’ circulando com armas muito pesadas”, Roberto Magno,pesquisador do Laboratório de Geografia da Violência e do Crime da Universidade do Estado do Pará. Segundo explica, os roubos são observados mesmo em rios pequenos, considerados centrais para a vida dos moradores e não tão policiados como as cidades. Um desses exemplos é o estreito de Breves, localizado aos pés da Ilha do Marajó. Em 2022, ele recebeu a primeira base fluvial lançada pelo governo do Pará, na altura do município de Antônio Lemos (PA), para combater a alta de roubos de carga. O foco nesse ponto considerado estratégico, que liga o Rio Amazonas à região metropolitana de Belém, foi importante para ajudar a diminuir as ocorrências envolvendo embarcações nos anos seguintes, afirma a gestão estadual. Mesmo com a desaceleração, esse tipo de roubo ainda preocupa, diante das dificuldades de fiscalização em um território amplo e complexo. “A região encontra-se bastante vulnerável em relação a esses grupos, que atuam por toda a região amazônica, sobretudo nas áreas ribeirinhas”, Aiala Colares Couto,pesquisador da Uepa e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Couto afirma que o problema afeta o deslocamento em rios estratégicos da região, como Madeira, Amazonas e Solimões. Nos últimos meses, o Amazonas também avalia ter conseguido reverter a alta de roubos, mas monitora eventuais novos pontos de ação das quadrilhas. Compostos por pelo menos quatro pessoas, os grupos de criminosos normalmente agem não só fortemente armados – usam inclusive fuzis –, como de forma silenciosa e a luzes apagadas em alguns casos, quando há cooptação de tripulantes dos barcos roubados. Esse segundo tipo é considerado menos frequente. “A disputa pelo controle dos rios se dá de forma extremamente violenta, com abordagens e embates entre grupos criminosos fortemente armados, no meio de intensa troca de tiros, ocasionando combates letais”, Igor Starling,promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas “É uma constante guerra entre criminosos para a tomada dos pontos de controle dos rivais, ‘decretando’ vidas (jurando de morte), soltando ‘salves’ (mensagens a outros membros da facção), matando e corrompendo”, continua. Atualmente, segundo o promotor, investigações do Ministério Público indicam inclusive o envolvimento de milícias e agentes do Estado em dinâmicas envolvendo os piratas dos rios. “Muitas vezes há uma blindagem dos criminosos ou

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Lucro da Petrobras cai 37,9% no primeiro trimestre

A Petrobras fechou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, uma queda de 37,9% em relação ao resultado de um ano atrás, e de 23,7% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, informou ontem à noite a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Endividamento Dívida líquida da estatal teve alta de 16,1% no trimestre, para US$ 43,6 bilhões Pelo balanço publicado, a receita de vendas no período caiu 15,4%, para R$ 117,72 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2023. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o recuo foi de 12,3%. Já o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, ficou em R$ 60 bilhões no primeiro trimestre de 2024, o que representou uma queda de 17,2% ante igual período de 2023, e recuo de 10,2% em relação ao quarto trimestre de 2023. A dívida líquida da empresa subiu para US$ 43,64 bilhões, valor 16,1% superior ao registrado no primeiro trimestre de 2023, mas 2,4% menor do que o registrado ao fim do quarto trimestre do ano passado. DIVIDENDOS. O conselho de administração da Petrobras aprovou ontem o pagamento de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) da ordem de R$ 13,45 bilhões relativos ao resultado do primeiro trimestre de 2024. O provento equivale a uma remuneração de R$ 1,04 por ação ordinária e preferencial. O pagamento será feito em duas parcelas iguais de R$ 0,52 por ação em 20 de agosto e, depois, em 20 de setembro. O montante veio 45,5% abaixo dos dividendos de R$ 24,7 bilhões relativos a igual período do ano passado. A redução está ligada não só a um balanço menos robusto agora, mas também à mudança na fórmula de cálculo dos dividendos – que caiu de 60% para 45% do chamado fluxo de caixa livre, implementada em julho de 2023. Apesar da redução, a regularidade dos dividendos da Petrobras sob o governo Lula vinha surpreendendo positivamente o mercado com valorização do papel, à exceção dos dias que se seguiram à decisão de retenção dos dividendos extraordinários relativos ao ano passado, o que acabou sendo revertido em assembleia de acionistas no fim de abril depois de forte pressão política. UNIÃO. Dona de 36,6% do capital da empresa – via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar –, a União vai ficar com R$ 4,92 bilhões dos dividendos aprovados para o período dos três primeiros meses deste ano. Em 2023, a Petrobras distribuiu um total de R$ 94,4 bilhões, o que incluiu R$ 72,4 bilhões de proventos ordinários e outros R$ 22 bilhões de extraordinários, metade do valor apurado. A outra metade, informou a empresa, está em reserva de remuneração e deve ser distribuída em parcelas até o fim deste ano. • Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo

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Preços do petróleo sobem com sinais de aumento na demanda

Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira, à medida que os sinais de melhoria da demanda nos Estados Unidos e na China, os dois principais consumidores de petróleo, contribuíram com uma recuperação após a queda de 1 dólar por barril da sessão anterior. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiram 0,86 dólar, ou 1,1%, a 79,12 dólares o barril. Os futuros do petróleo Brent subiram 0,57 dólar, ou 0,7%, a 83,36 dólares o barril. Os preços foram apoiados pelas expectativas de uma forte procura de gasolina nos EUA, uma vez que o grupo de motoristas AAA prevê que a atividade de viagens do Memorial Day deste ano será a mais elevada desde 2005, com as viagens rodoviárias atingindo um recorde desde 2000. Os estoques de petróleo dos EUA provavelmente caíram na semana passada, de acordo com uma pesquisa preliminar da Reuters com analistas. A queda dos estoques é normalmente um sinal de aumento da demanda. Os dados chineses divulgados no fim de semana mostraram que os preços ao consumidor subiram pelo terceiro mês consecutivo em abril, enquanto os preços ao produtor prolongaram as descidas, sinalizando uma melhoria da demanda interna. O país também planeja arrecadar 1 trilhão de iuanes (138,26 bilhões de dólares) para estímulo econômico. (Reuters) Autor/Veículo: Terra

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ANP: abertura do mercado de gás será prejudicada por cortes

O processo de abertura do mercado de gás natural será prejudicado pela falta de pessoal e pelos cortes orçamentários da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), disse o diretor-geral Rodolfo Saboia, em entrevista ao estúdio epbr durante a Offshore Technology Conference (OTC) 2024, em Houston (Texas). “Não temos como não acreditar que isso vai acontecer, porque não há braços, não há braços e pernas. E agora, soma-se a isso, uma restrição também de caráter orçamentário inédita, que não é um mérito contingenciamento, é um corte orçamentário de 18%“, disse Saboia. O problema foi levantado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou os efeitos da falta de recursos humanos na agência sobre a regulamentação do mercado de gás – a agência tem solicitado concurso para pelo menos 120 cargos efetivos, sem sucesso. “Não posso deixar de externar o impacto que isso tem na ANP, para as atribuições da ANP, para o gargalo que a ANP passa a ser por conta das tarefas que ela não é capaz de entregar resultados com a celeridade que é necessária, que nós gostaríamos”, disse Saboia. Na entrevista, Saboia fala também sobre outros temas importantes como a revisão das áreas exploratórias da oferta permanente e as medidas adotadas durante a crise provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Autor/Veículo: EPBR

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Senado vota regras para planos de adaptação à mudança do clima nesta terça (14)

O Plenário do Senado deve analisar nesta terça-feira (14/5), a partir das 14h, um projeto de lei que estabelece normas para a formulação de planos de adaptação às mudanças climáticas (PL 4.129/2021). A proposta complementa a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei 12.187, de 2009) em relação às medidas para a redução da vulnerabilidade e da exposição a riscos ante os efeitos atuais e esperados. As principais diretrizes gerais previstas incluem a criação de instrumentos econômicos, financeiros e socioambientais que permitam a adaptação dos sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestrutura; e a integração entre as estratégias locais, regionais e nacionais de redução de danos e ajuste às mudanças. O projeto, da Câmara dos Deputados, foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente (CMA) no fim de fevereiro, com voto favorável do relator, senador Alessandro Vieira (MDB/SE). O texto aprovado foi o substitutivo do relator, que sugeriu alterações. Pela proposta, os planejamentos dos órgãos públicos devem conter medidas para integrar a gestão do risco e as estratégias de desenvolvimento local, estadual, regional e nacional. Além disso, as ações de adaptação devem estar ligadas aos planos de redução de emissão dos gases de efeito estufa. Segundo o texto do relator, os planos nacional, estaduais e municipais deverão ser disponibilizados na internet. O substitutivo estabelece que as ações deverão ser avaliadas, monitoradas e revisadas a cada quatro anos. No projeto original, esse prazo era de cinco anos. Se for aprovado pelos senadores, a proposta deve retornar para a análise da Câmara dos Deputados, pois passou por mudanças na CMA. (Agência Senado) Autor/Veículo: EPBR

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