Inflação desacelera para 0,21% em junho, aponta IBGE

Inflação desacelera para 0,21% em junho, aponta IBGE

A queda nos preços das passagens aéreas, aliada a um menor aumento nos custos dos alimentos, contribuiu para a desaceleração da inflação oficial no Brasil em junho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês em 0,21%, uma redução em comparação com a alta de 0,46% registrada em maio, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 10 de julho.

Este resultado surpreendeu positivamente, ficando abaixo das previsões dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma variação entre 0,27% e 0,38%, com uma mediana de 0,32%. Segundo André Valério, economista-sênior do Banco Inter, esta desaceleração diminui os riscos de um aumento na taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ainda este ano. Valério também prevê que a taxa Selic se mantenha no patamar atual de 10,5% ao ano até o final de 2024, com possíveis cortes no início de 2025.

A inflação acumulada em 12 meses subiu para 4,23% em junho, acelerando pelo segundo mês consecutivo, mas ainda dentro do limite de tolerância da meta de 3,0% estabelecida pelo Banco Central para 2024.

Análise de Bancos e Economistas

Economistas do Banco Bradesco e do Itaú Unibanco consideraram a dinâmica da inflação em junho positiva. Luciana Rabelo, do Itaú, espera uma reaceleração dos preços dos serviços devido ao mercado de trabalho aquecido e uma possível alta dos bens industriais devido à depreciação cambial. Já o Bradesco prevê que os reajustes dos preços administrados pelo governo, incluindo a cobrança extra na conta de luz e os aumentos nos combustíveis pela Petrobras, terão impacto relevante no próximo mês.

Preços dos Alimentos e Outros Itens

Os alimentos continuaram a influenciar a inflação em junho, embora de forma mais moderada em comparação a maio. O grupo Alimentação e bebidas teve um aumento de 0,44% em junho, contra 0,62% no mês anterior, contribuindo com quase metade do IPCA. Segundo André Almeida, do IBGE, itens como leite longa vida, batata-inglesa e gasolina puxaram os preços para cima, enquanto passagens aéreas e alguns alimentos, como mamão e cebola, ajudaram a segurar a inflação.

Os preços dos combustíveis subiram 0,54%, com a gasolina aumentando 0,64% e o etanol 0,34%. Em contrapartida, houve queda nos preços do óleo diesel (-0,64%) e do gás veicular (-0,61%).

Variação Regional

Na região metropolitana de Porto Alegre, a coleta de preços voltou ao normal em junho após ter sido intensificada remotamente devido a um desastre climático no Rio Grande do Sul. A inflação na região passou de 0,87% em maio para uma deflação de 0,14% em junho, impulsionada pela queda nos preços das passagens aéreas (-9,62%), gás de botijão (-5,02%) e alimentos para consumo no domicílio (-0,88%).

Com informações de O Estado de São Paulo

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