
Mato Grosso do Sul avança rumo à liderança na produção nacional de etanol
Com um crescimento acima da média nacional e expressivos investimentos em expansão, Mato Grosso do Sul está prestes a disputar a vice-liderança entre os maiores produtores do setor sucroenergético da região Centro-Sul do Brasil. Essa perspectiva foi apresentada durante a reunião do Conselho da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), conduzida pelo CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, na última quinta-feira (22/08).
O encontro contou com a presença de executivos das empresas associadas, do Secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Jaime Verruck, representando o governador Eduardo Riedel (PSDB), além do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, Márcio Fernandes, e do presidente da BioSul, Amaury Pekelman. Durante sua exposição, Ono destacou os fatores que impulsionam as expectativas otimistas para a produção do estado.
“Mato Grosso do Sul já ultrapassa 50 milhões de toneladas de cana moída por ano, com grandes investimentos programados para expandir ainda mais, inclusive na produção de etanol de milho. Atualmente, já temos duas usinas em operação, da Inpasa e Cerradinho, e uma nova unidade da Inpasa em construção”, detalhou o executivo.
Ele também salientou o imenso potencial do estado para a produção de etanol de milho, afirmando que essa capacidade terá impacto significativo na produção total de biocombustíveis. Ono elogiou ainda as mudanças tributárias promovidas pelo governo estadual, que favoreceram a venda de etanol hidratado no mercado interno, impulsionando o crescimento do setor.
Além disso, o executivo mencionou programas governamentais que estão em fase de aprovação, como o ‘Combustível do Futuro’ e o Mover, recentemente aprovado, que garantem maior segurança jurídica aos investidores. Segundo projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o crescimento na produção e consumo de etanol e biodiesel nos próximos 10 anos é uma realidade que deve atrair novos investimentos.
Apesar do cenário promissor, Ono ressaltou os desafios enfrentados pelo setor, como o descumprimento de normas do programa RenovaBio por distribuidoras de combustíveis. “O RenovaBio precisa de mais atenção do Governo, do Ministério Público e do Ministério de Minas e Energia para garantir que as distribuidoras adquiram os CBios conforme a legislação”, alertou.
Quanto ao Mato Grosso do Sul, ele destacou que a maior parte da produção de etanol é destinada a outros estados, sendo transportada por meio de uma logística predominantemente rodoviária, que é cara e ineficiente. “Com os investimentos que o estado vem recebendo, é fundamental melhorar essa logística, adotando soluções como dutos e transporte ferroviário, como já ocorre em estados como Goiás e Mato Grosso”, completou Ono.
O presidente da BioSul, Amaury Pekelman, aproveitou a presença do Secretário Jaime Verruck para agradecer as políticas de incentivo ao etanol hidratado: “A redução do ICMS melhorou a competitividade, o que já se reflete nas vendas e beneficia o consumidor. As oportunidades no setor seguem em crescimento, justificando a continuidade dessa estratégia com investimentos que reduzam os custos logísticos”, concluiu.
Com informações de Notícias Agrícolas.