‘Sócio estratégico para Raízen é opção que gostamos; temos conversado com a Shell’, diz CE

O CEO da Cosan, Marcelo Martins, disse que a companhia gosta da opção de trazer um sócio estratégico para a Raízen e que tem conversado com a sócia Shell sobre essa opção. “Não faz sentido colocar capital na Raízen hoje. Foco é buscar solução para estrutura de capital da empresa.” Ele disse que a Cosan está empenhada em trazer esse terceiro sócio estratégico para o negócio.

Falando do processo de busca por desalavancagem da companhia, o CFO da Cosan, Rodrigo Araujo, disse que a empresa tem ativos para os quais considera a solução de venda parcial. “Temos conversas acontecendo e, até o fim do ano, queremos dar indicação clara ao mercado”, afirmou.

Ele disse, no entanto, que o processo não deve terminar neste ano e que a companhia busca uma dívida próxima de zero na holding. “Não queremos prejudicar a qualidade do nosso portfólio ao fim do processo de desalavancagem”, ponderou.
A Raízen teve prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão no primeiro trimestre do ano-safra 2025/26 (1º de abril a 30 de junho de 2025)

A Raízen registrou prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão no primeiro trimestre do ano-safra 2025/26 (1º de abril a 30 de junho de 2025), revertendo o lucro de R$ 1,066 bilhão obtido em igual intervalo da safra anterior. A receita líquida recuou 6,1%, passando de R$ 57,759 bilhões para R$ 54,218 bilhões na comparação anual.

O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 1,889 bilhão, queda de 23,4% em relação aos R$ 2,467 bilhões do primeiro trimestre de 2024/25.

Segundo a companhia, a redução no trimestre “reflete o desempenho inferior no segmento de Distribuição de Combustíveis Argentina, pontualmente afetado pela parada para manutenção da refinaria, mais extensa que o previsto, e por efeitos negativos de inventário”.

O prejuízo líquido também foi influenciado pelo “aumento das despesas financeiras em razão do maior saldo de dívida e da taxa média do CDI”, afirmou a empresa.

A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado dos últimos 12 meses subiu para 4,5 vezes, ante 2,3 vezes um ano antes. A dívida líquida avançou 55,8% na comparação anual, atingindo R$ 49,220 bilhões. Os investimentos caíram 23,4%, para R$ 1,704 bilhão.

De acordo com a Raízen, o aumento do endividamento reflete, principalmente, “a substituição de R$ 8,9 bilhões em linhas de capital de giro (operações de convênios com fornecedores e adiantamento de clientes) por instrumentos de dívida mais eficientes e de prazos mais longos”.
Sucessão

Martins disse que o tema de sucessão nos negócios é importante e discutido na companhia. No entanto, deixou claro que o poder de decisão é do fundador e sócio controlador da empresa, Rubens Ometto e sua família.

A resposta veio após uma pergunta do analista Gabriel Barra, do Citi, que citava o tema da sucessão e questionava sobre a possibilidade de que, na ausência de um sócio estratégico para a Raízen, a Cosan trouxesse um sócio para a empresa mãe.

“Na falta de sócio estratégico na Raízen, não há necessidade de trazer sócio na Cosan”, pontuou o CEO.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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