27 de fevereiro de 2025

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Petrobras divulga hoje resultados de 2024: veja por que analistas esperam lucro menor

No primeiro resultado anual de Magda Chambriard no comando da Petrobras, a estatal deve registrar um lucro líquido de cerca de R$ 70 bilhões em 2024, de acordo com a previsão de analistas. Se isso se confirmar, o resultado vai representar uma queda superior a 40% em relação ao ano anterior, quando registrou ganhos de R$ 124,6 bilhões. Magda tomou posse como presidente da empresa em junho do ano passado. O resultado será divulgado nesta quarta-feira após o fechamento do mercado financeiro. No quarto trimestre, a expectativa média dos bancos é que o lucro líquido fique em torno de R$ 17 bilhões, um recuo de 45% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, há estimativas que variam entre R$ 4,6 bilhões e R$ 30 bilhões para os ganhos entre outubro e dezembro, dependendo do banco. Para as instituições financeiras ouvidas pelo GLOBO, há uma série de fatores que ajudam a explicar a queda no lucro. Citam a redução de 3,8% na produção em 2024, puxada pelas paradas para manutenção em campos do pré-sal no fim do ano passado e pelo declínio natural dos campos do pós-sal, com queda de 20%. Além disso, houve um recuo de 1,4% no volume total de vendas no mercado interno, para 1,719 milhão de barris por dia. O resultado foi influenciado pela queda de 4,1% na gasolina e pela retração de 2,8% no diesel. Os bancos também mencionam os impactos da alta do dólar ao longo do último trimestre — que chegou a ultrapassar R$ 6,20 em dezembro — e a redução do preço do barril de petróleo no exterior na comparação anual. O valor médio do barril caiu de US$ 84 para uma faixa entre US$ 71 e US$ 72 entre o fim de 2023 e o fim de 2024. Somados, esses fatores, segundo a XP, afetarão o caixa, gerando impactos no lucro. A estimativa é que a receita caia mais de 3%, para R$ 493 bilhões no ano fechado de 2024. A XP também destaca a redução dos preços dos derivados em dólar, resultante da depreciação do real. “Espera-se que esse declínio na geração de caixa operacional (Ebitda) seja transferido para o lucro líquido, também impactado por perdas cambiais”, afirma o banco. — Há uma combinação de preço menor do petróleo e apreciação do real — resume o analista de investimento independente Pedro Galdi. Dividendos de até R$ 17 bilhões Apesar da queda esperada no lucro e na receita, os bancos projetam a distribuição de dividendos ordinários. As estimativas apontam para dividendos entre US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,48 bilhões) e US$ 3 bilhões (R$ 17,25 bilhões), considerando a cotação de R$ 5,75. No último dia 11 de novembro, a Petrobras anunciou o pagamento de R$ 17,12 bilhões em dividendos ordinários referentes ao terceiro trimestre. No segundo trimestre deste ano, a estatal pagou um total de R$ 13,57 bilhões em dividendos ordinários. A empresa já havia distribuído outros R$ 13,45 bilhões referentes ao primeiro trimestre, totalizando R$ 44,14 bilhões. Além disso, no último dia 21 de novembro, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários, tema que gerou uma crise entre o antigo presidente da estatal, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira. Com informações de: O Globo.

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‘Enquanto o mundo demandar petróleo, teremos que ter oferta’, diz Silveira

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou nesta terça-feira, 25, sua defesa da exploração de petróleo na Margem Equatorial. Para ele, o Brasil não pode deixar de produzir combustíveis fósseis. “Petróleo não é questão de oferta, mas de demanda. Enquanto o mundo demandar petróleo, teremos que ter oferta”, disse. O ministro repetiu seu argumento de que os recursos do petróleo precisam financiar a transição energética. A defesa é a de que o Brasil não pode “pagar mais caro” nesse processo. Ele declarou ainda que o Ministério de Minas e Energia (MME) vai apresentar ao Congresso reforma do setor elétrico brasileiro, que estava sendo aguardada para 2024. O ministro também citou a possibilidade de fazer um “leilão de transição energética” para contratação de térmicas a biocombustível, a etanol. O leilão de reserva de capacidade já incluiu biocombustíveis. Parque térmico Silveira disse ainda que o Brasil precisa dobrar o seu parque térmico até 2034, ao falar da necessidade de fontes com segurança operativa. Para o leilão de reserva de capacidade previsto para junho, o governo vetou térmicas que utilizam como combustível carvão mineral, óleo diesel ou óleo combustível. Haverá a contratação de empreendimentos de geração termoelétrica a gás natural e a biocombustíveis. “É a térmica que segura nosso sistema nos momentos de pico (de demanda)”, disse na CEO Conference 2025, organizada pelo BTG Pactual. O ministro afirmou que a perspectiva para leilão de reserva de capacidade é boa, com “muita participação”. “Já temos cadastrados 327 projetos, claro, é um cadastramento. Termina-se nos leilões com 40% a 50% disso, porque tem que ter garantia do gás e uma série de exigências. São mais de 70 GW”, disse Silveira. Segundo ele, possíveis rotas com a Argentina para escoamento de gás natural estão sendo estudadas. Ele declarou que já houve assinatura de acordo com o governo do país vizinho para a importação, pelo Brasil, de gás produzido por meio fraturamento hidráulico (fracking). Uma das vias em estudo é um duto que liga a Argentina até a termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O problema é a limitação na infraestrutura. Seria necessário um gasoduto de aproximadamente 594 quilômetros para poder ligar essa oferta da Argentina. Com informações de: O Estado de São Paulo.

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Trump ameaça etanol brasileiro com tarifas: quais os impactos

O Brasil voltou ao centro das atenções comerciais do presidente norte-americano Donald Trump, que critica as tarifas de importação aplicadas pelo país. Segundo o Banco Mundial, as taxas gerais brasileiras são, em média, cinco vezes superiores às praticadas pelos Estados Unidos. O etanol, em particular, tornou-se alvo dessas críticas. “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre o biocombustível americano. Como resultado, em 2024 os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, afirmou Trump em documento divulgado no dia 13, após anunciar um memorando sobre a possibilidade de adoção de tarifas recíprocas para permitir um comércio mais justo entre os países. Estados Unidos quase não geram excedentes de etanol O estabelecimento de tarifas adicionais para o etanol brasileiro pode afetar mais os americanos do que os brasileiros, diz a coordenadora de análise de mercado da Hedgepoint Global Markets, Lívea Coda. Segundo ela, a produção americana mal atende à demanda. Um aumento na taxação também pode ter impactos nos preços ao consumidor por lá, justamente no momento em que estão voltando com mais força as preocupações com a inflação nos Estados Unidos. A Renewable Fuels Association (RFA), uma das principais entidades representativas da indústria do etanol nos EUA, aponta que a produção em novembro foi de 17,9 milhões de litros por dia, enquanto a demanda, de 17,3 milhões. Os estoques disponíveis eram suficientes para 21,2 dias. A produção total entre dezembro de 2023 e novembro de 2024 foi de 61,5 bilhões de litros. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única), no ano passado o Brasil produziu 36,6 bilhões de litros de etanol, dos quais 1,9 bilhão (5,4% do total) foram vendidos para o exterior. Entre essas exportações, 313 milhões de litros (menos de 1% da produção brasileira) tiveram como destino os Estados Unidos. A analista estima que essa parcela da produção brasileira pode ser redirecionada para uso doméstico. O aumento da proporção de etanol anidro na gasolina – previsto na Lei do Combustível do Futuro e que pode passar de 27% a 30% a partir de abril – é um dos fatores que ajudaria a absorver parte do excedente gerado por uma eventual restrição americana. O uso do etanol combustível está em alta no país. A receita das vendas cresceu 33,4% no ano passado, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), enquanto a de gasolina caiu 4%. Os volumes de etanol negociados pelas usinas registram níveis elevados neste início de ano. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), as vendas do tipo hidratado em janeiro foram as maiores desde novembro de 2020. Os preços, tanto do anidro quanto do hidratado, continuam a subir nas primeiras semanas de fevereiro em São Paulo, o maior produtor, refletindo a entressafra e a alta demanda. Importações de etanol dos Estados Unidos perdem espaço para as do Mercosul Apesar da posição dos Estados Unidos como segundo maior parceiro comercial do Brasil para biocombustíveis, o país tem perdido relevância nos negócios. Há dez anos os EUA eram o principal destino do etanol brasileiro no exterior, comprando quase a metade do total exportado (49,7%). No ano passado, foi o segundo maior, com 16,3% do total. A parceria nas importações também perdeu força nesses dez anos. Em 2015, os Estados Unidos forneciam 97% do etanol comprado pelo Brasil lá fora. No ano passado, a fatia caiu a 56,7%. Quem vem ganhando força nesse mercado são o Paraguai, com 31,3% do mercado, e a Argentina, com 10,3%. Possíveis tarifas de Trump ao etanol brasileiro são estratégia para proteger americanos Uma das estratégias de Trump é buscar proteger a indústria doméstica norte-americana de etanol. “Não é a primeira vez que vemos medidas como essa; trata-se de um movimento estratégico com outras intenções”, analisa Heloisa Burnquist, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e pesquisadora do Cepea. A possibilidade do estabelecimento de sobretaxas ao produto brasileiro poderá entrar em vigor em abril. No dia 13, Trump instruiu sua equipe econômica a calcular novas tarifas de importação, baseadas em impostos, taxas regulatórias e barreiras enfrentadas por produtos norte-americanos no exterior. A estratégia, chamada de “tarifas de reciprocidade”, será definida país a país. A Unica lamentou essa possibilidade. “A medida pretende colocar no mesmo patamar o etanol produzido no Brasil e nos Estados Unidos, embora possuam atributos ambientais e potencial de descarbonização diferentes, e, portanto, não faz sentido falar em reciprocidade”, disse a associação, em nota. “Se a medida se confirmar, será mais um passo dos Estados Unidos rumo ao abandono à rota de combate à mudança do clima. Esperamos que os estados americanos e a indústria local, comprometidos com o combate à mudança do clima, trabalhem para impedir esse retrocesso proposto pelo governo”, acrescentou. Esse não seria o primeiro movimento protecionista no setor, lembra o economista-chefe da G5 Partners, Luiz Otávio Leal. No mandato anterior, Trump reduziu a cota de importação de etanol brasileiro isento de tarifa, taxando quase toda a exportação em 20%. O Brasil retaliou de forma similar. “Como resultado, o comércio bilateral desse biocombustível, antes pujante, se tornou insignificante desde então”, disse. As tarifas também são ferramenta de pressão da política comercial de Trump, visando acordos mais favoráveis aos EUA. Levantamento feito pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) aponta que entre 2014 e 2023 os Estados Unidos tiveram um superávit acumulado de R$ 263,1 bilhões nas relações comerciais com o Brasil. Em 2024, o saldo positivo foi de US$ 7,3 bilhões, o sétimo maior entre os parceiros comerciais americanos. Segundo a Amcham, a tarifa média nominal brasileira é de 12,4%, mas quase metade (48%) das exportações americanas ao Brasil ingressa sem tarifas. Outros 15% estão sujeitos a alíquotas de até 2%. Com informações de: Gazeta do Povo.

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