17 de junho de 2025

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Guerra Israel x Irã afeta a Petrobras? Veja o que dizem analistas

Apesar da recente volatilidade dos preços do petróleo gerada pelos ataques entre Israel e Irã, que favorece as empresas produtoras de petróleo, analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast não esperam impacto material para a Petrobras. O cenário, até aqui, também não deve trazer mudanças para os preços praticados pela estatal. “Apesar de informações sobre novos ataques entre Israel e Irã, já vemos uma normalização nos preços no mercado internacional, a níveis praticados há um mês. O real também se mantém em níveis saudáveis, reforçando o que foi sinalizado para os investidores há dois meses”, observa João Daronco, analista CNPI da Suno. Para André Nogueira, analista de petróleo na Mantaro Capital, a queda nos preços da commodity (matéria-prima em dólar), que nesta segunda-feira, 16, fechou cotada a US$ 73,23 o barril tipo Brent, redução de 1,35% em relação à véspera, após cair quase 4% pela manhã, parece refletir uma probabilidade menor de uma disrupção de navegabilidade no Oriente Médio. “Mas ainda é cedo para dizer. O mercado está reagindo dia a dia”, complementa. De modo geral, os eventos recentes mais uma vez colocaram em evidência o Estreito de Ormuz, única rota marítima de saída do Golfo Pérsico para a maioria dos exportadores de petróleo do Golfo. Olhando para trás, no entanto, o Irã nunca fechou o Estreito, lembra a Mirabaud, gestora suíça que atua no Brasil como multifamily office (gestora de patrimônio). O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), Roberto Ardenghy, porém, lembra que o Estreito de Ormuz é muito sensível e passam por lá, diariamente, 20 milhões de barris de petróleo. “O agravamento da tensão ali, pode fazer com que haja uma medida mais radical (por parte do Irã), como fechar Ormuz”, ressalta. Qual é o impacto para os dividendos? Na avaliação do Santander, a Petrobras poderia ter rendimentos mais altos se os preços do petróleo pudessem ser sustentados em níveis elevados por mais tempo. Ainda assim, eventuais rendimentos não seriam capazes de ter o mesmo efeito para os dividendos, a exemplo do que se viu no início do conflito entre Rússia e Ucrânia, observa Daronco, da Suno. “No início do conflito no leste europeu, a Petrobras fez sua maior distribuição de dividendos, mas a empresa estava em processo de desinvestimento e com o endividamento controlado. O cenário atual é diferente, com o caixa sendo consumido por níveis mais altos de endividamento e dando pouco espaço para dividendos extraordinários robustos”, afirma. Se por um lado a tensão entre os dois países tende a ser positiva para as vendas da estatal brasileira, ela ainda não é suficiente para fazer a empresa rever os preços dos combustíveis. Conforme a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço de paridade de importação (PPI) acumula aumento de R$ 0,02 por litro desde o mais recente reajuste nos preços da gasolina e de R$0,56 por litro no diesel vendidos pela Petrobras, defasagens médias de 5% e 12%, respectivamente. Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, é necessário que a commodity ultrapasse US$ 90 e mantenha o patamar para que haja algum nível de pressão para reajustes. “A Petrobras segue com sua política de aguardar e compreender se os movimentos, de fato, indicam uma mudança de patamar para adotar algum reajuste e o mercado espera por isso”. Para Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, “é difícil imaginar o Irã sustentando por muito tempo um ambiente de tensão elevada com Israel mantendo soberania completa sobre os céus de Teerã.” Segundo ele, Washington pode, a qualquer momento, optar por ampliar o apoio militar a Israel caso o Irã resista a avançar com o diálogo no que tange ao que restou do seu programa nuclear. “Cabe destacar que o governo norte-americano já manifestou interesse em preços mais baixos do petróleo, o que reforça a leitura de que a administração Trump tem incentivo adicional para conter a escalada regional e preservar a estabilidade do mercado energético”, explicou. Arbetman destacou ainda, que o fluxo de navios pelo Estreito de Ormuz — responsável por cerca de 20% do comércio global de petróleo — apresentou apenas uma leve redução até o momento, “o que reforça a leitura de que, até o momento, não há interrupções materiais no escoamento da commodity”, afirmou. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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Em derrota para o governo, Câmara acelera votação para derrubar decreto do IOF

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (16) um requerimento de urgência para um projeto que suspende os efeitos do decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), editado pelo governo Lula. A urgência permite que a proposta seja votada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões temáticas da Casa. O mérito da proposta, no entanto, ainda não tem data para ser analisado. Foram 346 votos a favor da urgência e 97 votos contra. O requerimento foi apresentado pelo deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara e contou com o apoio de parlamentares do PP, União Brasil, Republicanos e PSD, partidos que comandam ministérios na Esplanada. O discurso oficial é o de que não existe clima no Congresso para dar aval ao aumento de impostos, mas os deputados estão descontentes com o ritmo de pagamento das emendas parlamentares e querem mandar um recado ao Executivo. Segundo um deputado da oposição, a ideia é deixar o governo “sangrar” com a urgência aprovada para continuar costurando um acordo em relação às emendas e ao pacote de medidas que propõe substituir a alta do IOF. A urgência foi votada mesmo após uma reunião de ministros do governo Lula com líderes e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no início desta tarde. Nos bastidores todos admitem que a nova decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que cobrou explicações sobre a destinação das verbas de parte das emendas, foi o estopim para uma reação mais contundente. O ministro deu 10 dias para o Congresso explicar um orçamento “paralelo” de R$ 8,5 bilhões atrelado ao Palácio do Planalto. O despacho do ministro incomodou Motta (Republicanos-PB). Ele afirmou a líderes da base governista que os projetos de interesse do Palácio do Planalto não terão trânsito na Casa e sequer serão pautados por ele se o pagamento de emendas parlamentares for novamente paralisado. -No texto publicado na quarta (11), o governo recuou em parte do aumento feito em maio ao reduzir a alíquota fixa do IOF (incidente na contratação dos empréstimos), que havia subido no mês passado, de 0,95% para 0,38%. A alíquota diária, entretanto, foi mantida em 0,0082%. Antes, era de 0,0041% ao dia. -O governo também recuou em parte do aumento do tributo sobre o chamado “risco sacado”, operação em que um um banco antecipa o pagamento de uma fatura que é cobrada depois de seu cliente. Com o recuo desta semana, o governo deixou de cobrar a alíquota fixa (incidente na contratação do crédito) de 0,95%. Mas manteve a alíquota diária em 0,0082%. -Com o novo decreto, o IOF nos aportes em VGBL passa a incidir somente sobre o valor que exceder R$ 300 mil, considerados a partir da data de entrada em vigor do decreto, e em uma mesma seguradora. Assim, para 2025, fica flexibilizada a exigência de verificação global dos aportes em diferentes entidades, para evitar problemas operacionais nas entidades seguradoras. A partir de 1º de janeiro de 2026, o IOF nos aportes em VGBL passa a incidir sobre o valor que exceder R$ 600. Autor/Veículo: g1

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Brasil oferece 172 blocos para exploração de petróleo em leilão nesta terça (17); veja onde estão

O Brasil realiza nesta terça-feira (17) mais um leilão de concessão de áreas para exploração de petróleo, com foco em fomentar expansão da atividade para novas fronteiras onde ainda não há produção nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul. O leilão é alvo de protestos de organizações ambientalistas internacionais que pedem pela redução da queima de combustíveis fósseis e alertam para riscos à biodiversidade. Na semana passada, o Ministério Público Federal pediu a exclusão das áreas oferecidas na bacia da Foz do Amazonas. A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) vai oferecer ao mercado 172 áreas, a grande maioria em bacias onde ainda não há produção, como Pelotas, no Rio Grande do Sul, Parecis, no Mato Grosso, e Foz do Amazonas, no Amapá. Há também blocos na bacia potiguar, no Rio Grande do Norte, cuja porção em águas profundas também é vista vista como nova fronteira e pode atrair interesse depois que a Petrobras confirmou duas descobertas de petróleo na região, ainda em avaliação. Dentre as bacias brasileiras hoje produtoras, apenas Santos terá blocos oferecidos no leilão, mas em áreas fora do chamado polígono do pré-sal, onde estão as maiores reservas brasileiras de petróleo. As áreas foram escolhidas a partir de manifestação de interesse de empresas do setor, segundo o modelo vigente nos leilões de petróleo brasileiros hoje, conhecido como oferta permanente. Pelotas e Parecis atraíram grande interesse no último leilão brasileiro, em 2023. A primeira guarda semelhanças geológicas com regiões na costa da África que tiveram grandes descobertas de petróleo recentemente. A segunda tem potencial para descobertas de gás em uma região distante dos principais gasodutos brasileiros e com grande crescimento nos últimos anos. Já a Foz do Amazonas é considerada pelo setor a principal aposta para a renovação das reservas brasileiras de petróleo após o esgotamento do pré-sal, o que deve começar a ocorrer no início da próxima década. Por outro lado, é alvo de protestos de ambientalistas, que alertam para os riscos da atividade em uma região de elevada sensibilidade ambiental. A Petrobras vem há anos esbarrando em resistência da área ambiental do governo para perfurar o primeiro poço em águas profundas na região. Na sexta-feira (13), a ANP informou que 12 empresas declararam interesse em áreas e apresentaram garantias para fazer ofertas nos leilões. Outras 31 empresas foram habilitadas para participar como sócias em consórcios. Entre elas estão empresas de grande porte —como a Petrobras, a americana ExxonMobil, a francesa TotalEnergies, a inglesa Shell, a norueguesa Equinor e as estatais chinesas CNOOC e CNODC— além de petroleiras independentes. O presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás), Roberto Ardenghy, avalia que o conflito entre Israel e Irã pode aumentar o interesse de empresas de petróleo pela busca por reservas em regiões menos instáveis do ponto de vista geopolítico, o que favoreceria o Brasil. “O que está acontecendo hoje no Oriente Médio tem um fator de aumento de preço [do petróleo], que sempre estimula empresas a buscar novas reservas”, afirmou. “Preço é elemento fundamental na decisão das empresas de buscar outras áreas exploratórias.” Em meio aos protestos contra o leilão às vésperas da COP30, Ardenghy defende que o aumento do risco geopolítico reforça a importância do leilão, já que novas novas reservas garantiriam a segurança energética do país por um prazo mais longo. “O Brasil tem relação entre reserva e produção de 13 a 14 anos. Isto é, se deixar de encontrar petróleo, teríamos reservas para apenas 14 anos”, argumenta, dizendo que nos Estados Unidos, por exemplo, são 50 anos. “Não é uma situação muito confortável [no Brasil]. Em torno de 20 a 25 anos seria bem mais confortável.” Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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Petrobras assina contratos de R$ 4,9 bi para ampliar Refinaria Abreu e Lima, alvo da Lava-Jato

A Petrobras assinou os três primeiros contratos para a conclusão das obras da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, paralisadas após as investigações da Operação Lava-Jato, que revelaram um esquema de corrupção em obras da unidade. O valor dos contratos é de R$ 4,9 bilhões. Eles foram assinados com a Consag Engenharia, do grupo Andrade Gutierrez, um dos alvos da investigação e são relativos à conclusão da construção do trem 2 da refinaria, em Pernambuco. “A decisão foi submetida à aprovação pelas instâncias competentes, em conformidade com os procedimentos de governança da companhia”, disse a Petrobras em comunicado nesta segunda-feira. As obras contemplam a implementação da Unidade de Coqueamento Retardado (UCR), da Unidade de Hidrotratamento de Diesel S10 (UHDT-D) e da Unidade de Destilação Atmosférica (UDA). O valor já está previsto no Plano de Negócios 2025-2029. A conclusão do projeto contará ainda com outros pacotes de serviços, que se encontram em processo de licitação. A previsão é que as unidades entrem em operação em 2029, permitindo dobrar a capacidade instalada da refinaria, passando dos atuais 130 mil barris/dia para 260 mil barris/dia, tornando-se assim a segunda maior refinaria da Petrobras em capacidade de processamento de petróleo. PDVSA desistiu da refinariaA Rnest foi concebida ainda na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contava originalmente com a participação da venezuelana PDVSA, que anos mais tarde desistiu do projeto. Em 2005, o orçamento inicial previsto era de US$ 2,3 bilhões. Nove anos depois, a Rnest já havia consumido quase US$ 20 bilhões. A primeira unidade de refino de Abreu e Lima entrou em operação no fim de 2014. O projeto original previa uma segunda unidade, mas esta foi descartada em 2015. Na gestão de Jair Bolsonaro a estatal colocou a Rnest à venda junto com outras sete refinarias. Mas não houve interessados. Autor/Veículo: O Globo

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ANP oferta áreas de petróleo sob risco de judicialização

Previsto para o fim de 2024 e adiado para ajustes no edital, o leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a concessão de 172 blocos será realizado nesta terça-feira (17) sob atenções do mercado. O certame é alvo de ações na justiça contra a oferta de áreas que estariam, segundo os autores, em regiões ambientalmente sensíveis, fato negado nos bastidores pela ANP. O leilão faz parte do 5º ciclo da oferta permanente de concessão, um sistema simplificado de venda das áreas. Se todos os blocos forem vendidos, a expectativa de arrecadação mínima supera os R$ 600 milhões. Áreas situadas nas bacias da Foz do Amazonas e de Pelotas devem ser as mais disputadas do leilão, segundo previsão de agentes do setor. Na Foz do Amazonas, a Petrobras vem tentando obter licença do Ibama para perfurar um poço situado em alto mar, no Amapá. O tema é polêmico dada justamente a sensibilidade ambiental da região. Nos últimos dias, Petrobras e Ibama acertaram a realização da avaliação pré-operacional (APO), uma simulação de respostas a acidentes. É a última etapa antes da emissão da licença ambiental. A previsão é que a sonda que vai fazer os trabalhos exploratórios chegue ao Amapá em 29 de junho. Do total de áreas do leilão, a Bacia da Foz do Amazonas reúne o segundo maior volume, com 47 blocos, atrás da Bacia de Santos (54). A Foz do Amazonas é considerada de alto potencial dada a proximidade com Guiana e Suriname, países que fizeram grandes descobertas de petróleo. A inclusão desses 47 blocos na rodada é alvo de duas três ações ações judiciais. A mais recente é do Ministério Público Federal (MPF), com pedido de liminar, até que sejam cumpridas medidas previstas na legislação socioambiental. Para ler esta notícia, clique aqui. Autor/Veículo: Valor Econômico

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Irã: Governo brasileiro atuará para conter alta de preços pela Petrobras

Com 6 das 11 cadeiras do conselho da Petrobras, o governo pressionará a companhia para evitar uma alta de preços dos combustíveis, após a disparada do petróleo reflexo do ataque de Israel ao Irã. A ideia é tentar conter o máximo possível um reajuste. Após o ataque, o barril do petróleo tipo Brent disparou mais de 10%. Nesta sexta, subiu quase 8%, fechando a US$ 74,8. Com isso, a defasagem entre os preços praticados pela Petrobras e o petróleo no mercado internacional abriu uma diferença ainda maior, segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). A gasolina ficou 6% mais barata no Brasil ante o mercado externo e o diesel, 11%. Essa defasagem era de 1% e 5%, respectivamente, na quinta (12). Uma defasagem alta por um tempo longo acaba prejudicando os resultados financeiros da Petrobras, o que mobiliza acionistas minoritários. Interlocutores do governo dizem que a atual estratégia comercial da estatal não leva em conta volatilidades instantâneas e, sim, movimentos com maior duração. Por isso, os reajustes demoram mais para ocorrer. Faz dez dias que a petroleira reduziu seus preços de venda da gasolina para as distribuidoras. A redução foi de 5,6%, ou R$ 0,17 por litro. Foi o primeiro corte do ano no combustível. No entanto, essa queda só compensou uma diferença de preços ante o mercado externo, que na época era menor que a defasagem atual. A gasolina estava sendo vendida com ágio (mais cara no Brasil) de 3%. Analistas já estão projetando o barril de petróleo acima de US$ 100 caso o conflito entre Israel e o Irã persista. Se isso ocorrer, a Petrobras deve ser obrigada a reajustar seus preços para cima. Essa é a aposta do mercado, que está elevando as ações da Petrobras nesta sexta (13). Os papéis com voto da petroleira subiu 2,13%, fechando a R$ 34,98. Autor/Veículo: Folha de São Paulo (Painel S.A.)

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