11 de julho de 2025

Uncategorized

Brasil e Índia firmam cooperação para ampliar renováveis e bioenergia

Brasil e Índia formalizaram nesta terça-feira (8/7) um memorando de entendimento que amplia a cooperação bilateral em tecnologias ligadas à transição energética, com foco em fontes renováveis como solar, eólica, hidrelétrica e bioenergia, além de sistemas de armazenamento de energia e hidrogênio de baixas emissões. O acordo foi assinado em Brasília pelos ministérios de Minas e Energia (MME) do Brasil e de Energias Novas e Renováveis da Índia, durante visita oficial do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse o MME. Segundo a pasta, a iniciativa estabelece diretrizes para ações conjuntas no setor energético, incluindo formação técnica, troca de especialistas e desenvolvimento de projetos e pesquisas em tecnologias limpas. Entre as medidas previstas, está a criação de um grupo de trabalho bilateral para coordenar as atividades e facilitar o intercâmbio de experiências e boas práticas. Para o MME, o acordo, válido por cinco anos, amplia a cooperação Sul-Sul e aproxima Brasil e Índia das ações globais contra a mudança do clima, ao incentivar o uso de tecnologias limpas e reforçar a segurança energética. “A parceria com a Índia reforça o protagonismo do Brasil na transição energética global. Estamos unindo forças com uma nação estratégica para acelerar o desenvolvimento de tecnologias limpas, gerar empregos verdes e garantir segurança energética com responsabilidade ambiental. É a diplomacia da energia a serviço de um futuro mais sustentável”, disse o ministro Alexandre Silveira (PSD). O texto do memorando também ressalta o alinhamento dos dois países com os esforços internacionais de mitigação das mudanças climáticas, por meio do avanço de soluções sustentáveis para geração e uso de energia. Autor/Veículo: Eixos

Uncategorized

Brasil prepara retaliação às tarifas de Trump em meio a risco de escalada em guerra comercial

O governo Lula prepara nesta quinta-feira, 10, a retaliação à decisão dos Estados Unidos de elevar em 50% a tarifa dos produtos exportados aos EUA, em meio à expectativa de um dia de fortes perdas no mercado financeiro e de embates políticos e jurídicos. E a resposta brasileira ainda pode levar a uma escalada da guerra comercial entre os países. Na quarta-feira, 9, o presidente norte-americano, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que justifica a elevação das tarifas como uma resposta do tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas de tecnologia. O presidente Lula anunciou nas redes sociais que vai recorrer à lei de reciprocidade econômica, aprovada neste ano pelo Congresso. Segundo a lei, o governo fica autorizado a adotar tarifas comerciais sobre bens e serviços importados e até suspender concessões e obrigações do país relativas a direitos de propriedade intelectual. “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”, afirmou Lula, em nota nas redes sociais. A medida deverá provocar uma escalada na guerra comercial. Em sua carta, Trump havia ameaçado Lula com nova alta tarifária em caso de retaliação. “Se, por qualquer motivo, você decidir aumentar suas tarifas, então, qualquer que seja o número escolhido para aumentá-las, ele será adicionado aos 50% que cobramos”, escreveu Trump. A ofensiva de Trump vai deflagrar fortes impactos na economia, na política e no judiciário no Brasil. Na quarta, a Bolsa de Valores já estava fechada quando Trump anunciou a medida. No mercado futuro, as apostas são de que a Bolsa caia mais de 2% nesta quinta, mas com a perspectiva de prejuízos à economia brasileira. Em relatório divulgado na noite de quarta-feira, o banco Goldman Sachs avaliou que a elevação das tarifas deve reduzir o Produto Interno Brasileiro (PIB) entre 0,3 e 0,4 ponto porcentual, caso não haja retaliação significativa. “Caso o País opte por retaliar, o impacto negativo na atividade econômica e na inflação poderá ser maior”, escreveram os analistas do Goldman Sachs. Entre os produtos que o Brasil mais exporta para os Estados Unidos estão aço, petróleo, aviões, celulose, café, carne e suco de laranja. Na quarta, os títulos da Embraer no mercado americano chegaram a cair 8% depois do fechamento do pregão regular da Bolsa de Valores. Às 21h40, também estavam em queda papéis da Petrobras, Vale, Bradesco e Itaú. No agronegócio, o impacto deverá ser grande. Segundo o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, os exportadores foram pegos de surpresa. “Ainda vamos avaliar o impacto, mas é uma notícia péssima para o setor.” A Associação Brasileira das Indústria Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que a medida representa um “entrave ao comércio internacional”. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os EUA consomem cerca de 24 milhões de sacas de café, e o Brasil tem 30% desse mercado. No front político, a pressão de Trump para beneficiar Bolsonaro não deve mudar a disposição do STF em julgar o ex-presidente Bolsonaro. Ministros do Supremo disseram, em caráter reservado, à repórter Carolina Brígido, que não se impressionariam se os ataques dos EUA ao Brasil se intensificassem à medida que se aproxima o julgamento de Bolsonaro, previsto para acontecer entre o fim de agosto e o início de setembro. Segundo ministros do Supremo, esse tipo de pressão não impedirá o julgamento de ser realizado. O presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, conversou com Lula sobre a crise aberta pelo tarifaço de Trump. Ficou combinado que os integrantes do tribunal não vão se manifestar sobre o caso. A tarefa ficou com o Itamaraty, que já se manifestou. Na quarta, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, foi convocado para uma reunião com a embaixadora Maria Luisa Escorel, secretária da América do Norte e Europa, do Itamaraty. Maria Luisa avisou que Lula mandou “devolver a carta por meio da qual Trump anunciou a taxação por considerá-la ofensiva”, com “afirmações inverídicas” sobre o País e “erros factuais” a respeito da relação comercial entre os dois países. Mais cedo, a embaixada americana havia dito que Bolsonaro e sua família têm sido “fortes parceiros” dos norte-americanos, e afirmou que a “perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil”. A nota da embaixada americana reforçou declaração de Trump na segunda-feira, 7, que falou em “perseguição” e “caça às bruxas”, além de pedir para que “deixem Bolsonaro em paz”. Outro front aberto pelas tarifas de Trump foi na política interna brasileira. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou a decisão de Trump para cobrar do Congresso Nacional a aprovação de uma anistia para seu pai, Jair Bolsonaro. O parlamentar licenciado chega a chamar a sobretaxação imposta pelos EUA de “tarifa-Moraes”. Eduardo, que está morando nos Estados Unidos, onde diz atuar para impor sanções contra o STF por causa das investigações contra seu pai, publicou uma nota intitulada “Uma hora a conta chega”, em que fala para que as autoridades brasileiras “evitem escalar o conflito e adotem uma saída institucional que restaure as liberdades.” A medida de Trump e as falas de Eduardo viraram combustível para o discurso de petistas contra bolsonaristas. Os petistas responsabilizaram os bolsonaristas pelas tarifas e partiram para o ataque. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse que o partido estuda formas de pedir a cassação do mandato de Eduardo. Lindbergh também responsabilizou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que postou foto nas redes sociais com boné dos Estados Unidos nesta semana. “Não tem dúvidas que teve a atuação do Eduardo. E teve essa campanha que estão fazendo fora do País cotidianamente”, disse Lindbergh. “Os vira-latas da direita têm que se explicar”, atacou. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

Uncategorized

Trump sobretaxa Brasil em 50% em retaliação a julgamento de Bolsonaro

Donald Trump anunciou nesta quarta-feira que vai impor tarifas de 50% sobre o Brasil, a partir de 1° de agosto — um aumento drástico que veio após duras críticas do presidente americano às políticas internas e externas do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou que, se o Brasil retaliar os EUA, vai acrescentar o percentual da reação aos 50%, aumentando ainda mais a sobretaxa de produtos brasileiros em seu país. Apesar de o Brasil comprar mais do que vende aos EUA desde 2009, Trump fala em relação comercial injusta no texto. Também hoje, Trump anunciou novas taxações a sete países, chegando a 21 o número de nações que receberam novos acordos comerciais. A sobretaxa dos produtos brasileiros chamou a atenção. O jornal The New York Times, por exemplo, observou que foi a mais alta imposta por Trump a um parceiro comercial significativo dos EUA. Lula convocou ministros para uma reunião de emergência no início da noite de hoje para definir uma resposta ao governo americano, informou a colunista do GLOBO Renata Agostini. Há insatisfação no governo principalmente por Trump misturar na carta questões políticas e técnicas sobre comércio. Mais tarde, o governo divulgou uma nota informando que pretende retaliar os EUA com base na legislação brasileira de reciprocidade econômica, aprovada recentemente pelo Congresso. A nota ressalta que os EUA acumulam superávit comercial com o Brasil “da ordem de US$ 410 bilhões ao longo dos últimos 15 anos”. Na carta publicada em sua conta nas redes sociais, Trump justificou a decisão “em parte pelos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos.” Na carta, Trump diz ainda que determinou a abertura de uma investigação sobre supostas restrições à atividade de empresas de tecnologia americanas no Brasil e outras práticas comerciais desleais ou injustas, invocando a Seção 301 da Lei de Comércio americana. A Seção 301 é um dispositivo da Lei de Comércio de 1974 dos Estados Unidos. A norma prevê a apuração de práticas estrangeiras desleais que afetam o comércio americano. Na prática, a medida funciona como um mecanismo de pressão internacional para defender os interesses dos EUA. O dispositivo estabelece um procedimento conduzido pelo Representante de Comércio dos Estados Unidos para verificar se algum governo estrangeiro está adotando práticas abusivas contra o país. Inicialmente, o Brasil estava previsto para enfrentar uma tarifa mínima de 10%, conforme o plano de tarifas “recíprocas” anunciado por Trump em abril. A nova carta representa a primeira revisão significativa de tarifas para cima desde os anúncios anteriores, e o primeiro aumento direcionado a um país que ainda não havia sido citado como alvo — sinalizando uma frustração particular de Trump em relação ao Brasil. Mais cedo, durante um evento na Casa Branca, Trump declarou que o Brasil “não tem sido bom conosco.” Segundo ele, a decisão foi baseada em “fatos muito, muito substanciais, e também no histórico passado.” De uma leva de tarifas que o presidente dos EUA anunciou nesta semana, esta é a mais alta até o momento. O anúncio veio poucos dias após Donald Trump ameaçar impor tarifas adicionais aos países membros do Brics — grupo de nações emergentes — por suas supostas “políticas antiamericanas”, em meio à cúpula de líderes do grupo realizada no Rio de Janeiro. Na declaração oficial do encontro, os líderes do Brics, sob a presidência de Lula, criticaram as políticas tarifárias que distorcem o comércio e os ataques militares contra o Irã — posições que entraram em conflito com Trump, ainda que o grupo tenha evitado confrontos diretos com os Estados Unidos. Após praticamente não mencionar o Brasil nos primeiros meses de seu mandato, Trump saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira, acusando o país sul-americano de perseguição política ao ex-mandatário de direita, que enfrenta um julgamento iminente por tentativa de golpe. Na carta, Trump reiterou seu apelo para que as autoridades brasileiras retirem as acusações contra Bolsonaro relacionadas à tentativa de golpe. “Esse julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caçada às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump. Lula respondeu duramente ao final da cúpula do BRICS na segunda-feira, dizendo que Trump deveria “cuidar dos próprios assuntos” em relação ao Brasil e classificando como “irresponsável” a ameaça de tarifas feita pelo ex-presidente dos EUA nas redes sociais. Lula também convocou os líderes mundiais a buscarem alternativas para reduzir a dependência do comércio internacional em relação ao dólar. Antes do anúncio oficial das tarifas, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que não via motivo para um aumento, já que os Estados Unidos registram superávit comercial com o Brasil. “Qualquer medida desse tipo contra o Brasil seria injusta e, na verdade, prejudicaria a própria economia americana”, declarou Alckmin, que também é ministro da Indústria e Comércio. Ele acrescentou que o Brasil não irá “mudar o tom” enquanto continuam as negociações sobre tarifas ao aço e outros produtos. No início da semana, Trump manteve a tarifa original aplicada à África do Sul, outro membro do BRICS. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — os fundadores —, o bloco agora inclui também Etiópia, Egito, Irã, Indonésia e Emirados Árabes Unidos. Autor/Veículo: O Globo

plugins premium WordPress
Rolar para cima