29 de julho de 2025

Uncategorized

Tarifaço deve ter impacto limitado para petroleiras

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras, com alíquota de 50%, preocupa o setor de petróleo, especialmente as empresas independentes, cuja operação requer custos baixos e preços competitivos da produção. No entanto, a avaliação, até o momento, é de que os impactos sobre este segmento devem ser limitados. Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria, destaca que, atualmente, 12% do petróleo exportado pelo Brasil são vendidos para os Estados Unidos. “As tarifas não devem impactar a produção brasileira de petróleo, pois a fatia exportada para o mercado americano é pequena em relação ao total produzido”, disse D’Elia. Entidades como o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) defendem cautela e abertura de diálogo entre as lideranças dos dois países em busca de um desfecho diplomático para a questão. “A medida traz incertezas para o setor de petróleo e gás, que responde hoje por 17% do PIB industrial brasileiro e 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos no país”, diz o IBP em nota.A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) ressalta que a exportação de petróleo por essas empresas para os Estados Unidos representa uma pequena parcela do comércio das petroleiras independentes no Brasil. Para ler esta notícia, clique aqui. Autor/Veículo: Valor Econômico

Uncategorized

Compra de diesel russo pelo Brasil não está entre razões listadas por Trump para tarifaço

Um post no Instagram viralizou ao afirmar que o Brasil está financiando a Rússia na guerra contra a Ucrânia ao comprar diesel russo e que “essa é uma das principais razões pelas quais estamos sendo sancionados tão severamente pelos Estados Unidos”. O vídeo analisado pelo Comprova afirma ainda que “as sanções não virão somente dos Estados Unidos, mas agora virão de todos os países da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”. Mas não é bem assim. O post acerta ao falar sobre os valores que o Brasil gastou ao comprar diesel russo: US$ 95 milhões em 2022, US$ 4,5 bilhões em 2023 e US$ 5,4 bilhões em 2024. O autor fala do grande salto entre o último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL) e os anos de Lula. O Comprova contatou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e confirmou os números. No entanto, José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), destaca que “o fato de o Brasil comprar mais diesel não significa nada em relação à guerra. “O Brasil pode importar do país A, B ou C, o que são levadas em conta são decisões técnicas, anteriores a esse conflito”, explicou. Maurício F. Bento, professor de Economia Internacional na Hayek Global College, reforça: “O Brasil importa diesel não porque apoia a Rússia, mas porque que precisa de diesel e o país mantém preços bastante competitivos e favoráveis. Esse relacionamento existe porque é algo positivo para o próprio Brasil”. De acordo com ele, como muitos países romperam com a Rússia por conta da guerra, o país continuou tendo que vender seus produtos e, assim, acabou baixando os preços, o que fez com que o Brasil fizesse importação recorde mencionada no post. Se o que o autor do post diz fosse verdade, então seria correto afirmar que os Estados Unidos também financiam a Rússia, uma vez que, em 2024, eles importaram US$ 3,3 bilhões do país de Vladimir Putin. Ou que o Brasil financia a Ucrânia, tendo em vista que, em 2024, importou US$ 55,6 milhões daquele país. O governo norte-americano anunciou que pode aplicar tarifas sobre países que fazem comércio com o mercado russo, como o Brasil. A medida foi anunciada após fracassarem as tratativas de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, em julho. Mas há outra sanção anunciada pelo presidente Donald Trump contra o Brasil que nada tem a ver com a Rússia: tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros por conta, segundo Trump, de uma “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro (PL) e um suposto déficit dos Estados Unidos nas relações comerciais com o Brasil, como mostrou o Comprova. Trump não fez nenhuma conexão entre a aplicação das tarifas e a compra de diesel russo pelo país. O autor do post fala em possíveis sanções da Otan contra o Brasil, referindo-se a uma declaração do secretário-geral da instituição, Mark Rutte. Em 15 de julho, ele afirmou que Brasil, China e Índia podem ser punidos por importar produtos da Rússia. Mas ele se referia às sanções mencionadas por Trump, não a uma medida da Otan. “Se a Rússia não levar a sério as negociações de paz, em 50 dias ele (Trump) aplicará sanções secundárias a países como Índia, China e Brasil. Meu incentivo para esses três países em particular é que você pode querer dar uma olhada nisso, porque pode te atingir muito forte”, declarou Rutte. A declaração foi divulgada um dia depois do anúncio de Trump sobre novas sanções. O republicano, no entanto, não detalha o que seriam essas tarifas secundárias e quem seria afetado. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, rebateu as declarações de Rutte. “Não faz sentido discutir questões comerciais com um funcionário de uma aliança militar da qual sequer participamos”, declarou. Segundo o chanceler, o debate sobre relações com a Rússia é pauta para debates bilaterais e na Organização Mundial do Comércio (OMC). Maurício F. Bento, entrevistado pelo Comprova, disse que, “se o Brasil simplesmente rompesse com a Rússia (para agradar a Otan), seria o Brasil adotando os interesses de outro país”. O vídeo foi postado por um perfil com mais de 2,6 milhões de seguidores. Na descrição, o autor se diz “cientista da mente inconsciente, formador de líderes do novo tempo e cristão com missão de forjar Inquebráveis”. A página apresenta vídeos sobre temas de repercussão, com ênfase em política e religião. Nas postagens, o autor costuma fazer críticas ao governo Lula e ao ministro Alexandre de Moraes, além de demonstrar apoio a Trump. Ele aparece com boné com a inscrição da campanha do republicano, “Make America great again”. O post verificado aqui foi visualizado mais de 1,1 milhão de vezes até a publicação deste texto. Por que as pessoas podem ter acreditado O post é em formato de vídeo, mas, logo na legenda, o autor escreve: “Eu tenho pra onde ir quando tudo “explodir” mas e o povo que não tem?”. Mensagens alarmantes costumam ser usadas por desinformadores para prender a atenção dos internautas. Ao sugerir que o Brasil estaria acabando como nação, o autor gera sentimentos como nervosismo e ansiedade no espectador, fazendo com que ele não pare para refletir no assunto abordado. O vídeo inicia com a frase “se for inteligente, assista até o final” escrita sobre a imagem, o que atiça o internauta, levando-o a acreditar no conteúdo, uma vez que supostamente foi publicado por uma pessoa inteligente. Fontes que consultamos: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, reportagens sobre o tema e entrevistas com José Augusto de Castro, da AEB, Maurício F. Bento, da Hayek Global College. Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas, eleições e golpes virtuais e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Outras checagens sobre o tema: O Comprova já explicou a sanção imposta pelos Estados Unidos ao Brasil e

Uncategorized

Petrobras anuncia redução de 14% no preço do gás natural para distribuidoras a partir desta sexta

A Petrobras informou nesta segunda-feira, 28, que reduzirá em 14%, em média, os preços do gás natural para as distribuidoras a partir de 1º de agosto. Segundo a estatal, os contratos com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás e vinculam esta variação, para cima ou para baixo, às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio do real em relação ao dólar. “Para o trimestre que inicia em agosto de 2025, a referência do petróleo Brent caiu 11,0% e o câmbio teve apreciação de 3,2% (isto é, a quantia em reais para se converter em um dólar reduziu 3,2%)”, afirma a empresa. A Petrobras destaca que as variações por distribuidora dependem dos produtos contratados, e que considerando os mecanismos criados pela empresa, em 2024, dos prêmios por performance e de incentivo à demanda é possível ampliar a redução no preço da molécula. A empresa lembra que, desde dezembro de 2022, o preço médio da molécula vendido às distribuidoras acumula uma redução da ordem de 32%, incluindo o efeito da redução de agosto. Considerando a aplicação integral dos prêmios, a redução acumulada média poderia atingir mais de 33%. A Petrobras ressalta que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da molécula pela companhia, mas também pelo custo do transporte até a distribuidora, pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, assim como por suas margens (e, no caso do GNV – Gás Natural Veicular, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

Uncategorized

Entenda os principais pontos das novas regras da ANP para tarifas de gasodutos

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) abriu, até 10 de setembro, a consulta pública sobre os novos critérios para cálculo das tarifas de transporte de gás natural. A minuta de resolução, proposta pelo regulador, descortina alguns pontos que estão umbilicalmente ligados às revisões tarifárias das transportadoras deste ano, como: Trata-se da revisão da Resolução 15/2014, para atualizar as regras ao modelo de entrada e saída e à Lei do Gás de 2021. A minuta da nova resolução (na íntegra, em .pdf) é extensa – são 48 artigos, contra 27 da atual – e, a seguir, a agência eixos apresenta alguns de seus principais pontos:Valoração da Base Regulatória de Ativos A metodologia de valoração da base de ativos, ponto nevrálgico para definição das receitas das transportadoras e, por consequência, das tarifas, deve ser preferencialmente a do Custo Histórico Corrigido pela Inflação (CHCI). É o método que foi utilizado na revisão tarifária da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), em 2019, e que é defendido pelos demais transportadores como o mais adequado. Em resumo, o CHCI incorpora a correção monetária pela inflação, descontando-se o valor depreciado do ativo. A ANP justifica que o enfoque contábil, previsto nessa metodologia é “simples e objetivo”. A minuta de resolução propõe, ainda, que a base de ativos deve ser reajustada anualmente pelo IPCA, ancorada no Decreto 12.153/2024. A nova resolução da ANP não fecha as portas para outras metodologias de valoração da BRA. Define uma hierarquia: no caso de impossibilidade de aplicação da metodologia CHCI, devidamente justificada, também poderão ser usados, na ordem: Nesse debate, o Conselho de Usuários (CdU) defende que a definição de base de ativos da Transportadora Associada de Gás (TAG) e da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) siga a metodologia prevista nos contratos legados, e não o critério contábil. (entenda a disputa bilionária em torno da metodologia).A remuneração das transportadoras A Receita Máxima Permitida (RMP) considerará, como componentes e premissas: Pelos termos da minuta proposta, a ANP manteve o modelo Capital Asset Pricing Model (CAPM, na sigla em inglês) – ou uma de suas variantes – no cálculo dos custos de capital. A revisão tarifária de 2025 será uma oportunidade para dar mais clareza sobre o WACC, usado como taxa de remuneração do capital no cálculo das receitas das transportadoras. As empresas do setor relatam, hoje, dificuldades de aprovar novos investimentos diante das incertezas sobre que patamar será adotado a partir de 2026. O WACC atual, de 7,25% ao ano, é considerado defasado pelas transportadoras.Multiplicadores das tarifas de curto prazo As tarifas seguem uma lógica de incentivo à contratação firme e as transportadoras cobram pelos produtos de curto prazo um adicional (multiplicador) sobre a tarifa base. Durante a consulta prévia sobre a revisão da Resolução 15/2014, os usuários pediram a redução dos multiplicadores atuais, que são: A minuta de resolução propõe que os multiplicadores devem respeitar o intervalo: Ou seja, os valores atualmente praticados estão dentro do intervalo proposto, mas a nova resolução dá margem para reduções. Caberá ao transportador, ao fim, propor o valor – e à ANP aprová-lo. Pelos termos da minuta, a definição do nível dos multiplicadores deverá observar, dentre outros fatores, o equilíbrio entre facilitar o mercado de curto prazo e fornecer sinais de longo prazo para investimentos na rede; e a necessidade de evitar o subsídio cruzado entre carregadores que contratam produtos de capacidade anuais e de curto prazo. Conta Regulatória A nova resolução detalha a sistemática de apuração, controle, transparência e uso da Conta Regulatória, cujo funcionamento segue, hoje, as disposições de uma nota técnica (veja na íntegra, em .pdf). A conta regulatória registra as diferenças entre a receita máxima permitida dos transportadores e a receita efetivamente auferida durante o período tarifário (o ano). É um mecanismo criado para evitar cenários de: A minuta define que o saldo da conta poderá ser revertido, a critério da ANP, em investimentos na infraestrutura de transporte e nas tarifas de transporte – ou ser destinado a outros fins. Ou seja, deixa um campo aberto nesse sentido. Os usuários pediram, durante a consulta prévia, que o saldo fosse usado, prioritariamente, para ajudar a reduzir as tarifas. A ANP propõe que o saldo da conta regulatória de determinado ano do ciclo tarifário possa ser convertido, total ou parcialmente, em entrada para a receita em períodos subsequentes – na regra atual, o saldo deve ser reconciliado no intervalo de dois anos. A cada transportadora caberá uma conta regulatória individualizada. Além disso, em linha com a regra prevista na nota técnica, a nova resolução impede aumentos tarifários superiores a 5% em casos de recuperação insuficiente de receita. As transportadoras pediram a derrubada dessa regra.Índice de eficiência A nova resolução introduz o conceito do fator x, um índice de eficiência utilizado no reajuste anual da Receita Máxima Permitida e que visa incentivar ganhos de produtividade do transportador e a sinalização adequada dos custos na formação das tarifas. O detalhamento do fator x e seus efeitos sobre a receita serão endereçados na segunda etapa da revisão da Resolução 15/2014, em 2026. Até que a metodologia para determinação do fator x e as metas de eficiência relacionadas sejam definidas pela ANP, o valor na equação das receitas será nulo. Autor/Veículo: Eixos

plugins premium WordPress
Rolar para cima