7 de agosto de 2025

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Tarifa de 100% para o Brasil? Entenda ameaça dos EUA por comércio com a Rússia

O governo dos Estados Unidos voltou a sinalizar que pode impor tarifas pesadas, possivelmente próximas de 100%, a países que mantêm relações comerciais com a Rússia, especialmente na compra de petróleo, combustíveis e fertilizantes. A ameaça, feita pelo presidente Donald Trump em evento na Casa Branca na terça-feira (5), pretende exercer pressão sobre Moscou para encerrar a guerra contra a Ucrânia. O movimento pode atingir diretamente o Brasil, que figura entre os maiores compradores mundiais de diesel e fertilizantes do país de Vladimir Putin. “Vamos tomar uma decisão sobre sanções a países que compram energia russa após a reunião de amanhã com a Rússia”, disse Trump, sem citar o Brasil, mas indicando que a sobretaxa ficaria “próxima de 100%”. Dados da consultoria StoneX mostram que, no primeiro semestre, 39,1% do diesel importado pelo Brasil veio da Rússia, à frente dos EUA, que responderam por 32,8%. O risco também se estende ao agronegócio, altamente dependente dos fertilizantes russos. Segundo o Ministério da Agricultura, mais de 90% dos insumos usados no país são importados, sendo 30% originários da Rússia. “O mercado de fertilizantes tem visto uma alta de preços desde o começo do ano, muito por uma falta de produto a nível internacional. A China era o grande exportador, e eles vêm segurando essas explorações, criando barreiras para tentar controlar os preços internos de fertilizantes na China e com isso vem aumentando a dependência do Brasil, da Rússia, por exemplo”, explica Samuel Isaak, analista de commodities agrícolas da XP. Segundo ele, os fertilizantes, por estarem ligados à segurança alimentar, normalmente ficam de fora de barreiras e sanções. Então, mesmo sancionada, a Rússia continua exportando. “É bastante difícil a gente substituir 100% [dos fertilizantes importados pelo Brasil da Rússia]”, avalia Isaak, que vê uma incerteza sobre esse tipo de comércio que até então era protegido pela OMC, devido às atitudes erráticas de Trump. Mercado teme punição Representantes do setor agroindustrial alertaram o Itamaraty para os impactos potenciais de novas sanções. “Se o cenário evoluir para o ponto em que o Brasil seja taxado por manter relações comerciais com a Rússia, o Brasil vai continuar comprando os produtos russos”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), ao Estadão/Broadcast. “Não é simples tirá-los do mercado e encontrar fornecedores alternativos.” Parlamentares brasileiros que estiveram recentemente em Washington também saíram com a percepção de que uma nova frente de atrito pode se abrir nos próximos 90 dias. “Há outra crise pior que pode nos atingir”, disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG), na última semana, acrescentando que congressistas republicanos e democratas defenderam a aprovação de uma lei prevendo sanções automáticas a países que mantêm negócios com Moscou. A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que integrou a comitiva, reforçou que, na visão americana, essas transações ajudam a prolongar o conflito. “Eles acham que quem compra da Rússia dá munição para a guerra continuar”, afirmou.Além de sobretaxas, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, advertiu que os EUA poderiam impor restrições diretas à compra de produtos brasileiros como forma de retaliação. Autor/Veículo: InfoMoney

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Compra de petróleo russo é motivo de preocupação para negociações com EUA, dizem senadores a Alckmin

Senadores da Comissão de Relações Exteriores levaram a preocupação com a compra de derivados de petróleo da Rússia, no âmbito das negociações de tarifas com os Estados Unidos, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Na terça-feira, 5, o presidente americano, Donald Trump, voltou a ameaçar sanções comerciais contra países que importam petróleo da Rússia. Trump não citou especificamente o Brasil, mas o País é um tradicional comprador de diesel russo. A reunião dos senadores com o vice-presidente, no fim da tarde desta quarta-feira, 6, tinha o objetivo de fazer um balanço das agendas da comitiva aos EUA, realizada na semana passada, para discutir a sobretaxa aplicada aos produtos brasileiros. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comissão, disse que ele e os colegas fizeram um relato de todas as agendas que tiveram nos EUA. “Viemos com alguns recados importantes, a questão do comércio de petróleo e de óleo diesel com a Rússia. Foi algo muito marcante falado por democratas e republicanos com que a gente conversou”, destacou Trad. Questionado se o comércio do Brasil de óleo e também fertilizantes com a Rússia poderia impactar o País com a aplicação de mais sanções dos EUA, o senador disse que a comitiva sentiu que isso é “uma possibilidade real”. “Por incrível que pareça, une republicanos com democratas no âmbito do Congresso. Foi dito claramente para nós isso”, prosseguiu Trad. Apesar disso, ele disse vislumbrar “um horizonte para se fazer um gesto” e disse ter ouvido que esse assunto está no radar do governo brasileiro para poder ser resolvido. Plano de contingência Os senadores disseram que Alckmin não sinalizou uma data para apresentação do plano de contingência para socorrer os setores brasileiros afetados pelo tarifaço. O plano é esperado para ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta semana. “A luta continua, tanto para esclarecer adequadamente, precisamente, o que faz parte das exclusões. Isso tem que ser bem esclarecido e a luta continua, ou seja, a negociação, eu acho que nós ajudamos a iniciar, com nossa presença lá”, afirmou o senador Esperidião Amin (PP-SC). Os senadores também relataram que os parlamentares e os empresários americanos receberam a comitiva brasileira “com receptividade” e disseram ter ouvido de um interlocutor americano que o governo Donald Trump está “fazendo um gol contra”. “Não podemos nos acomodar no que a partir de hoje vai ser uma realidade e procurar buscar alternativas para reverter determinados produtos que para eles também são caros. Eles não têm uma carne para fazer hambúrguer com a qualidade da nossa, o nosso café, a questão da madeira e outros produtos que com certeza a sociedade americana vai sentir”, concluiu Trad. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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É preciso pensar novas formas de financiar fiscalização, diz diretora da ANP

A diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, afirmou que o orçamento do órgão para 2026 está com um referencial menor do que o aprovado em 2025 e destacou a necessidade de encontrar novas formas de financiar a fiscalização. “Após o contingenciamento que tivemos, o Congresso, a agência e o setor deram as mãos para retomarmos as atividades com certa regularidade. Tivemos um fôlego e já trouxemos de volta o PMQC [Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis], que é um programa que vai além da estatística, e cumpre um papel pedagógico para a indústria”, disse a diretora na Biodiesel Week, promovida pela Ubrabio nesta quarta-feira (6/8). O programa de monitoramento foi suspenso em julho devido à falta de verba na autarquia. Araújo também pontuou que será necessário dar continuidade à mobilização para a ampliação do novo PMQC, modelo já consolidado em Goiás e no Distrito Federal e com planos para ser expandido para o Tocantins e Mato Grosso. Diferentemente da versão anterior, o novo modelo prevê o acompanhamento de 100% dos postos revendedores da região monitorada, assim como de todas as distribuidoras, que também passarão a ter os produtos monitorados em suas bases, e os TRRs. “Qual será o PMQC que conseguiremos construir, agregando o programa e os nossos desafios orçamentários e financeiros? Não podemos abrir mão deste programa. Estamos agora, em agosto, ascendendo ao mandato de 15% [de biodiesel no diesel]“, reforçou Symone. Segundo ela, o reforço na fiscalização é essencial, sobretudo ante o aumento na mistura de biocombustíveis aos combustíveis. Histórico de dados da ANP mostra que a fraude cresce após ampliação da mistura. Passou a valer no começo de agosto o aumento na mistura de etanol à gasolina para 30% (E30), assim como a elevação para 15% do teor de biodiesel no diesel (B15). Segundo o superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Júlio Nishida, quando houve a elevação do B12 para o B14, caiu o grau de conformidade do diesel B. A situação foi agravada com a interrupção do programa de monitoramento em 2024. ”Quando houve o aumento [da mistura], teve uma queda [na conformidade], mas conseguimos voltar ao patamar histórico. Depois que suspendeu o PMQC, a gente perdeu metade deste trabalho, que voltou acima dos 98% após a retomada do programa”, disse Nishida. Crise do orçamento A ANP teve um alívio no orçamento no fim de junho, quando foram liberados R$ 10 milhões de antecipação de limites de movimentação de empenho, que ampliou o limite global até julho de R$ 57,5 milhões para R$ 67,5 milhões. Na sequência, o governo anunciou o descontingenciamento de R$ 20 bilhões, zerando a contenção determinada em maio pela equipe econômica em razão da frustração de receitas e aumento das despesas, em relação ao previsto no orçamento. Essa operação só foi possível graças às estimativas de arrecadação com as receitas do petróleo, que incluíram: Equipamentos para detecção de fraudes Fiscais da ANP já estão utilizando os equipamentos doados por um consórcio de distribuidoras e associações do setor de biodiesel para detectar fraudes na composição do diesel B in loco. Os espectrofotômetros (nome técnico do aparelho) estão nas ruas há dez dias e resultaram em pelo menos uma dezena de interdições. Além dos aparelhos que a agência já recebeu, a Trinamix doará dois novos aparelhos, que utilizam de outro tipo de tecnologia, com menor custo e “mais portátil”. A companhia é subsidiária da Basf. Uma demonstração foi feita pelo diretor de manômeros da Basf, Alejandro Bossio, à ANP nesta terça (5). “Ele é capaz de descobrir moléculas misturadas a outras moléculas, por exemplo, biodiesel misturado no diesel e água no etanol”, explicou Bossio. Autor/Veículo: Eixos

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Veículos 1.0 têm alta nas vendas após lançamento do programa “Carro Sustentável”

As vendas de veículos com motor 1.0 aumentaram 13% em julho na comparação com junho, segundo dados apresentados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O avanço ocorre menos de um mês após o lançamento do programa Carro Sustentável, que reduz tributos para modelos mais leves e eficientes e com menor impacto ambiental. Em relação a julho de 2024, o crescimento foi de 11,35%. As informações foram repassadas ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), durante visita a concessionárias em Brasília no sábado (2/8). Durante a visita, Alckmin ouviu de concessionários que as vendas praticamente dobraram no último mês. Em uma revenda da Fiat, o modelo Argos teve alta de 40 para 76 unidades vendidas; o Mobi passou de 25 para 40 unidades. “O programa é um sucesso. O presidente Lula zerou o IPI. E as montadoras também ajudam com um bom desconto. É a indústria e o comércio no Brasil gerando emprego e renda para a população”, afirmou Alckmin. Além da Fiat, o vice-presidente também passou por lojas da Renault e da Chevrolet. Em semanas anteriores, ele já havia visitado revendas da Volkswagen e da Hyundai. O programa prevê cortes no IPI para automóveis movidos a energia limpa que cumpram critérios de eficiência energética, reciclabilidade e segurança. Para modelos compactos fabricados no Brasil e com desempenho ambiental elevado, a alíquota do IPI foi zerada. Com isso, os preços de veículos populares caíram até R$ 13 mil, de acordo com o governo. Montadoras como GM, Renault, Volkswagen, Hyundai e Stellantis encaminharam ao MDIC no início de julho solicitações para incluir cinco modelos de carros populares no programa Carro Sustentável: Pelo decreto nº 12.549/2025 que regulamentou o programa, carros com emissão inferior a 83g de CO2 por quilômetro — considerado o ciclo poço a roda — compostos por mais de 80% de materiais recicláveis e montados no país (com etapas como soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem no país) terão IPI zerado. Atualmente, a alíquota mínima para esses carros é de 5,27%. Autor/Veículo: Eixos

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Trump diz que EUA cobrarão tarifa de 100% sobre importação de semicondutores

Os Estados Unidos vão impor uma tarifa de cerca de 100% sobre chips semicondutores importados para o país, disse o presidente Donald Trump nesta quarta-feira (6). Trump afirmou a repórteres na Casa Branca que a nova taxa será aplicada a “todos os chips e semicondutores que entram nos Estados Unidos”, mas não se aplicará a empresas que se comprometeram a fabricar esses componentes nos Estados Unidos. O Brasil exportou US$ 8,5 milhões (R$ 46,6 milhões) em semicondutores no ano passado, uma queda em comparação aos US$ 9,2 milhões (R$ 50 milhões) registrados em 2023, de acordo com dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). A maior parte da produção brasileira exportada tem destino a países da América do Sul. Em 2024, o país teve de importar US$ 6,3 bilhões (R$ 34,5 bilhões) em semicondutores para suprir a demanda interna. O principal parceiro comercial do Brasil no setor de produtos eletroeletrônicos, que inclui também a indústria elétrica, é os Estados Unidos. No ano passado, os americanos exportaram US$ 4,2 bilhões (R$ 23 bilhões) em itens dessa pauta para o Brasil e importaram US$ 1,9 bilhões (R$ 10,4 bilhões), resultando em um superávit de US$ 2,3 bilhões (R$ 12,6 bilhões) para o país de Trump. Contudo, a produção de semicondutores envolve uma cadeia de suprimentos complexa, e, por isso, a medida tende a ter reflexos nos preços globais dos chips e processadores, usados em computadores, smartphones e carros. A empresa taiwanesa TSMC concentra 67,6% do mercado de impressão de microchips e atende Apple, Nvidia, AMD, Qualcomm, entre outras empresas americanas, de acordo com dados da consultoria TrendForce. As maiores concorrentes da TSMC são a chinesa Semiconductor Manufacturing International, com 6% da produção, a taiwanesa United Microelectronics (4,7%) e a americana GlobalFoundries (4,2%). Os chips são impressos com uma técnica chamada de fotolitografia, feita com equipamentos produzidos pela empresa holandesa ASML, que domina mais de 80% do mercado, também de acordo com dados da TrendForce. APPLE PROMETEU INVESTIR US$ 100 BI EM FÁBRICAS NOS EUANa mesma ocasião, o presidente Trump anunciou que a Apple prometeu investir mais US$ 100 bilhões (R$ 548 bilhões) nos Estados Unidos, no mais recente movimento da empresa para comprar mais componentes de fornecedores americanos e evitar a ameaça do presidente de impor tarifas aos iPhones. Ao lado do CEO da Apple Tim Cook no Salão Oval da Casa Branca, Trump destacou a criação do Programa de Manufatura Americana da Apple, cujo objetivo é trazer mais componentes da cadeia de suprimentos e manufatura da empresa para os Estados Unidos. Em fevereiro, a Apple anunciou que planejava gastar US$ 500 bilhões (US$ 2,7 trilhões) e contratar 20 mil pessoas nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, incluindo a inauguração der uma fábrica no Texas para produzir as máquinas que impulsionam seu braço de inteligência artificial. O investimento, segundo o que Trump deu a entender, livraria a Apple da tarifa sobre semicondutores. O anúncio ainda não atende à exigência de Trump de que a Apple comece a fabricar iPhones nos Estados Unidos. A fabricante do iPhone fez promessas semelhantes, porém de menor escala, durante o governo Biden e o primeiro mandato de Trump. No entanto, ainda não cumpriu algumas desses compromissos. Apesar de uma década de pressão de Trump para começar a “construir seus malditos computadores e coisas neste país”, a Apple continuou a fabricar a maior parte do que vende —iPhones, iPads e Macs— na Ásia. A China é a principal base de fabricação da empresa desde os anos 2000. A empresa americana transferiu parte da produção para o Vietnã, Tailândia e Índia nos últimos anos, mas nunca investiu na construção de uma fábrica para um produto importante nos Estados Unidos. De acordo com o New York Times, Apple diz que apoia mais de 450 mil empregos americanos com milhares de fornecedores e parceiros em 50 estados. Ela depende de mais de três milhões de trabalhadores em sua rede de fornecimento na China e recentemente tem expandido a produção na Índia, o que irritou o presidente. COREIA DO SUL NÃO SERÁ AFETADAO principal encarregado de comércio da Coreia do Sul nos Estados Unidos, Yeo Han-koo, disse nesta quinta-feira (7, no fuso horário da sul-coreano), que as fabricantes de chip Samsung Electronics 005930.KS e SK Hynix 000660.KS não estarão sujeitas as tarifas de 100% mencionadas por Trump. Em entrevista a uma rádio local, Yeo disse que, entre vários países, a Coreia do Sul enfrentará as taxas mais favoráveis dos EUA sobre chips sob o acordo comercial entre Washington e Seul. Autor/Veículo: Folha de S.Paulo

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