8 de setembro de 2025

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2026 será o ano das decisões de investimento em hidrogênio no Brasil?

Sete projetos em escala industrial, somando R$ 63 bilhões em investimentos, planejam chega à decisão final de investimentos (FID, na sigla em inglês) no Brasil em 2026, colocando o país, de fato, na rota do hidrogênio verde. Serão os primeiros FIDs brasileiros de produção de hidrogênio a partir da eletrólise em escala industrial, etapa que marca a transição da fase de planejamento para a implementação. Isto é, quando os recursos passam a ser destinados para compra de equipamentos, por exemplo. Na quinta (4/9), executivos do setor estiveram em Brasília, em um evento da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (Abihv) para apresentar o andamento dos projetos e expectativas tanto em relação ao Brasil quanto ao cenário internacional. Em comum, eles apontam a necessidade de ampliação da infraestrutura de transmissão e mudanças nas regras de acesso à rede, já que alguns pedidos de conexão estão recebendo negativas do ONS. Ao todo, os sete empreendimentos preveem 6,15 GW de capacidade de eletrólise. Há também uma cobrança por clareza sobre os incentivos que serão adotados no mercado doméstico para neutralizar a diferença de preço entre hidrogênio verde e fóssil. Aprovado há um ano, o marco legal do hidrogênio trouxe a previsão de subvenções para dar o pontapé nessa indústria, mas o setor ainda aguarda a conclusão da regulamentação. Falta dizer quais serão as regras para acessar os subsídios governamentais de R$ 18,3 bilhões — dentro do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). Nesse meio tempo, desde a aprovação do PHBC, há uma percepção de que o governo federal mudou o foco para os data centers, um possível concorrente na demanda de energia e, em alguns casos, com necessidades conflitantes, como explica Gabriel Chiappini na coluna Hidrogênio em foco: Os primeiros FIDs Amônia, metanol e fertilizantes serão os primeiros produtos ofertados por essas indústrias verdes que projetam FID no ano que vem. Em Uberaba (MG), a Atlas Agro planeja investir R$ 6 bilhões em uma planta com 300 MW de capacidade de eletrólise para produzir 530 mil toneladas por ano de fertilizantes nitrogenados. O hidrogênio verde substituirá o gás natural importado, oferecendo para o agronegócio local um insumo de baixo carbono que promete competir em preço com o fóssil. O projeto foi selecionado pela chamada de hubs industriais do governo federal, pelo Acelerador de Transição Industrial (ITA) e pela BIP, do Ministério da Fazenda. Também o ITA, o projeto da European Energy no porto de Suape, em Pernambuco, projeta R$ 2 bilhões na produção de metanol verde para abastecer navios, substituindo combustível fóssil. No hub de hidrogênio do porto do Pecém, Qair (R$ 17,7 bilhões), Casa dos Ventos (R$ 12 bilhões), FRV (R$ 6 bilhões) e Voltalia (R$ 2,7 bilhões) estão mirando a produção de amônia verde, como estratégia de exportação do hidrogênio. Ainda no Pecém, a Fortescue (R$ 18 bilhões) foi a primeira a obter licença prévia do governo estadual. O grupo australiano quer produzir 170 mil toneladas por ano de hidrogênio verde, a partir de 2029, também com foco na exportação. Vale dizer que a previsão inicial de FID era 2025. Por que 2026? Garantias regulatórias e de demanda são dois pontos fundamentais para a viabilidade desses investimentos bilionários. A previsão, segundo agentes do mercado, é que um decreto regulamentador do PHBC seja publicado ainda em 2025, e que o primeiro leilão de hidrogênio ocorra já em 2026 — contribuindo para as FIDs. Outro ponto é a demanda: a maioria desses projetos mira a exportação para a Europa. A demora na implementação da diretiva europeia (RED III), por exemplo, tem segurado algumas decisões, por falta de previsibilidade. Assim como o desenrolar, na Organização Marítima Internacional (IMO), do mecanismo net zero para a navegação é acompanhado com atenção, para calibrar as expectativas de demanda. Autor/Veículo: Eixos

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As promessas nos discursos de posse dos novos diretores da ANP

Os novos diretores da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Artur Watt e Pietro Mendes, tomaram posse nesta sexta-feira (5/9), na FGV, no Rio de Janeiro, e, em comum, destacaram prioridades para o setor: combate a fraudes, reforço do orçamento da agência e avanço da transição energética. A posse ocorreu uma semana depois da nomeação oficial pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após aval no Senado. A seguir a agência eixos elenca os principais destaques nas falas dos novos diretores: Combate a fraudes em combustíveis e compromisso de mais fiscalizações e ações contra adulterações. Acesso ao gás de cozinha (GLP) com o Gás do Povo. Cobrança de reforço no orçamento da ANP para fiscalizar e cumprir atribuições. Menção ao potencial de ampliar a rede de gasodutos e elevar a oferta do gás natural. Licenciamento ambiental e prioridade da oferta de novos blocos para não paralisar o setor. Promessa de agilidade regulatória com redução de prazos e processos mais céleres. Defesa de uma regulação que incentive tecnologias limpas e novos combustíveis para transição energética. Combate a ilícitos na cadeia de combustíveis Watt, que assume a diretoria-geral, foi enfático ao afirmar que a ANP terá tolerância zero com irregularidades. “É preciso uma fiscalização firme contra práticas ilícitas. Temos que atuar em conjunto com órgãos federais e estaduais para enfrentar o crime organizado que age na cadeia de combustíveis”, disse. Mendes reforçou a mesma linha, destacando que a ANP precisa se estruturar em torno de uma “agenda antifraude” e aproximar-se do Congresso. “Esse será um compromisso central, e precisamos trabalhar em rede para coibir práticas que prejudicam o consumidor e o mercado”, afirmou. Comentário vem na esteira da operação da Polícia Federal, Carbono Neutro, que deflagou um esquema que vinculava diretamente a cadeia de combustíveis ao crime organizado. Acesso ao gás de cozinha (GLP) O diretor-geral Artur Watt relacionou a atuação da ANP ao recém-lançado programa Gás do Povo, anunciado por Lula, na quinta-feira (4/9). Segundo ele, a agência terá papel central na regulação que permitirá levar o botijão de gás a preços acessíveis para a população de baixa renda. “Na cerimônia de nomeação, o presidente Lula lembrou que nossa missão deve sempre ter em vista o que é melhor para o povo brasileiro, especialmente o mais humilde. (…) Ontem mesmo lançou o programa do Gás do Povo, que tem o componente de política pública, mas também regulatório, cabendo à ANP viabilizar essa chegada do gás de botijão à população que mais precisa e mais necessita dele”, afirmou Watt. Ele acrescentou que esse compromisso social sintetiza sua visão de atuação à frente da agência: “escutei essas palavras na cerimônia e pensei, agora respondo ao presidente em alto e bom som: sim, presidente, porque se não fosse para isso, eu nem estaria aqui”. Desafios incluirão o equilíbrio entre as novas regras para o GLP e a manutenção de controle de qualidade e segurança, alvo de preocupação entre os atuais agentes do mercado. Orçamento e estrutura da agência A limitação orçamentária foi outro ponto de convergência. Em sua posse como diretor-geral da ANP, Watt lembrou que os cortes comprometeram as atividades essenciais da agência. “Sem orçamento adequado, não há como garantir fiscalização, transparência e regulação de qualidade”, defendeu. Em junho, a ANP chegou a suspender integralmente do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), depois de o governo federal congelar R$ 35 milhões do seu orçamento. Em agosto, os recursos voltaram a ser liberados, o que Mendes avaliou como sinal de que o diálogo com o governo pode destravar novos recursos. “Foi um exemplo de esforço conjunto para recompor condições mínimas de funcionamento. Mas é preciso avançar muito mais”, afirmou. Artur Watt enfatizou o papel da agência num momento de “mudanças profundas”, em que a “transição energética justa e descarbonização são os temas mais relevantes do nosso tempo”. Ele reforçou: “Há a necessidade de reduzir carbono, mas nem por isso vamos deixar de produzir petróleo. No atual cenário, reduzir a oferta representaria sofrimento da população. Precisamos olhar novas fronteiras, sempre com segurança”. Licenciamento, novas ofertas e infraestrutura Pietro Mendes foi mais incisivo ao criticar entraves no licenciamento ambiental, que chamou de “gargalo para investimentos”. Ele também defendeu um calendário estruturado de leilões de petróleo. “Como é que a gente vai abrir mão dessa reserva? De onde vêm esses recursos? Quanto seria o câmbio se não tivesse a entrada de recursos de investimentos no Brasil no setor petrolífero? Como estaria a nossa inflação? Como estaria a nossa taxa de juros?”, argumentou. “E se não tiver novas ofertas, não tem atividade de exploração (…), se não tiver novas ofertas, não tem conteúdo local, se não tem conteúdo local, não tem PDI, que não tem produção. Então, a gente depende de um calendário estruturado de ofertas”, alertou. Pietro Mendes explicou que as manifestações conjuntas, assinadas pelo MME e MMA, têm sofrido resistência devido às Avaliações Ambientais de Área Sedimentar (AAAS), mais demoradas. Mendes ressaltou o efeito cascata dessa trava e a relevância das receitas do petróleo para a União. As receitas com petróleo livraram o governo federal do contingenciamento de R$ 20 bilhões, majoritariamente via leilões de óleo e gás pela PPSA. O diretor ainda citou como “cruciais” o acesso de terceiros às infraestruturas de gás e a revisão tarifária do transporte, considerando todos os lados, incluindo a Petrobras. Na agenda do gás natural da ANP, estão abertas quatro consultas públicas sobre transporte, que incluem: classificação de gasodutos de transporte; Plano Coordenado de Desenvolvimento do Sistema de Transporte de Gás Natural; critérios para cálculo das tarifas de transporte; e propostas tarifárias e de valoração da Base Regulatória de Ativos (BRA). Ambos diretores sublinharam ainda a importância de ampliar o acesso ao gás natural. Artur Watt defendeu “modelos de contratação flexíveis” que aumentem a competição no setor. Mendes apontou que garantir acesso às redes de transporte é “pauta crucial” para reduzir tarifas e ampliar o consumo. O novo diretor-geral ainda afirmou que sua gestão será pautada pela cooperação com os “agentes do

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Opep+ decide ampliar produção de petróleo um ano antes do previsto

Os oito países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) concordaram em ampliar a produção de petróleo em 137 mil barris por dia (bpd), segundo comunicado divulgado após reunião neste domingo, 7. Com o ajuste, o cartel começa a desfazer parte do segundo pacote de cortes voluntários na produção, de 1,65 milhão de bpd no total, um ano antes do previsto. A Opep+ afirmou que pretende retomar parte ou completamente a produção de 1,65 milhão de bpd de maneira gradual, a depender das condições do mercado, mas sem dar um período específico para a implementação. Segundo a Bloomberg, delegados que participaram da reunião disseram que os valores podem ser adicionados em etapas mensais até setembro de 2026. Em nota, a Opep+ reiterou que continuará a monitorar de perto os desdobramentos do mercado de energia para garantir a sua estabilidade e que atuará cautelosamente. “Retemos completa flexibilidade para pausar ou reverter a produção voluntária adicional, incluindo retomar os cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia implementados em novembro de 2023”, disse. A decisão de aumentar a produção teve como base as “perspectivas estáveis para a economia global e os fundamentos saudáveis do mercado, refletidos pelos estoques baixos de petróleo”. Os oito países também concordaram que a medida facilitará a aceleração da compensação de produção por alguns membros, em conformidade com o acordo de ajustes voluntários e incluindo “qualquer volume excessivo produzido desde janeiro de 2024”.Rússia e Arábia Saudita vão liderar o aumento na produção Em tabela divulgada junto ao comunicado, a Opep+ esclareceu a quantidade mensal de produção adicional acordada por cada país. Rússia e Arábia Saudita lideram a lista, com 42 mil bpd, cada, seguidos pelo Iraque (17 mil bpd). Os oito países-membros – Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Casaquistão, Argélia e Omã – realizarão reuniões mensais para revisar as condições do mercado e a conformidade com o acordo, afirmaram em nota. O próximo encontro será em 5 de outubro. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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É preciso continuar a fechar cerco contra fraudadores no setor de combustíveis, diz Silveira

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, nesta sexta-feira (5), que é preciso continuar a fechar o cerco contra agentes do mercado de combustíveis que atuam de forma ilegal, capitaneados pelo crime organizado. Ele afirmou também que, com a criação de um novo órgão, o Operador Nacional do Sistema de Combustíveis, haverá maior proteção aos consumidores. O órgão atuaria como uma espécie de “ONS dos combustíveis”, com atribuições semelhantes às do Operador do Sistema Elétrico brasileiro. Clique aqui para continuar a leitura. Autor/Veículo: Valor Econômico

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