24 de setembro de 2025

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Petroleiras devem investir R$ 17 bi em campos terrestres, diz ANP

Petroleiras com atuação no Brasil devem investir cerca de R$17 bilhões em campos terrestres de óleo e gás cujos contratos originados na Rodada Zero foram prorrogados, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em comunicado nesta terça-feira. Ao todo, 139 contratos foram prorrogados e seus novos planos de desenvolvimento foram aprovados pela autarquia em agosto. Os novos investimentos têm como objetivo elevar os fatores de recuperação dos campos e assegurar a continuidade sustentável da produção, disse a autarquia. “Tratam-se de contratos que se encerrariam em 2025 e cujas prorrogações foram solicitadas pelas operadoras dos campos”, disse a agência. Apesar dos investimentos projetados, a produção de petróleo no mar é mais volumosa no país, concentrando a maior parte dos aportes no setor. “Com a medida, estão previstos investimentos recordes no setor, bem como aumento na produção desses campos, trazendo segurança energética, empregos e arrecadação para o país.” Com as prorrogações, a ANP prevê cerca de 600 milhões de barris de petróleo adicionais e de aproximadamente 72 bilhões de metros cúbicos de gás. A Rodada Zero ocorreu em 1998 como resultado da quebra do monopólio da Petrobras no setor de petróleo e gás natural, a partir da Lei do Petróleo. Com ela, houve a ratificação dos direitos da Petrobras sobre os campos em que já produzia e, desde então, outras petroleiras passaram a poder deter contratos para explorar campos no país. A partir da prorrogação, estão previstas a perfuração e completação de 2.115 novos poços, além do recondicionamento de 5.546 poços já existentes e a intervenção em outros 1.039 poços já perfurados. A ANP destacou ainda que os novos planos de desenvolvimento preveem um aumento dos fatores de recuperação de 22,56% para 26,34%, para o petróleo, e de 40,06% para 65,33% para o gás natural. Autor/Veículo: InfoMoney

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Petrobras tem estratégia de futuro descolada de metas climáticas, dizem estudos

Dois estudos divulgados na última semana afirmam que a Petrobras precisará adotar grandes mudanças em sua forma de operação nos próximos anos para que o Brasil possa alcançar as metas de redução de gases do efeito estufa. As análises se baseiam na projeção da Agência Internacional de Energia de que a demanda global por petróleo cairá a partir de 2030, em vista da implementação do Acordo de Paris. A queima de combustíveis fósseis é a maior causadora do aquecimento global e outra pesquisa recente associou a atividade de petroleiras, incluindo a brasileira, à ocorrência de ondas de calor. Os pesquisadores Carlos Eduardo Young e Helder Queiroz Pinto, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), avaliam que a Petrobras deve ser reformulada para desenvolver atividades neutras em carbono, como o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). As organizações que fazem parte do Observatório do Clima vão além e afirmam que a estratégia de futuro da petroleira está descolada dos objetivos de descarbonizar a economia brasileira. Em nota, a empresa afirma que aumenta os investimentos na transição energética, com US$ 16,3 bilhões (R$ 86,4 bilhões) destinados a projetos de baixo carbono em seu plano 2025-2029, e que reduziu suas emissões em 40% de 2015 a 2024, de 78 milhões de toneladas de carbono equivalente para 47 milhões de toneladas. “A Petrobras, bem como todas as empresas de petróleo e gás natural, face aos imperativos advindos da crise climática, necessita adequar suas estratégias empresariais, especialmente no que concerne aos projetos e posicionamentos de longo prazo”, dizem os especialistas da UFRJ. Eles reconhecem que as mudanças devem ser feita de modo gradual, sem prejudicar a sustentabilidade financeira da empresa, e afirmam ser necessário se afastar do petróleo e trabalhar com fontes limpas, como SAF, hidrogênio, biogás e biometano, além de investimentos em soluções ainda não maduras, como o sequestro e o armazenamento de carbono . Para tudo isso se concretizar, os pesquisadores argumentam que o Estado brasileiro precisa definir diretrizes claras para reduzir a demanda por combustíveis fósseis. “A Petrobras, e o setor de petróleo e gás natural como um todo, não podem ser considerados como meros instrumentos de ‘solução’ para o problema macroeconômico que abarca a questão fiscal no país”, afirmam. “Não obstante a importância dos recursos financeiros arrecadados com royalties, impostos e demais participações governamentais, é importante recordar o risco associado à dependência das administrações públicas (federal, estaduais e municipais), posto que a atividade petrolífera é caracterizada pela extração de recursos esgotáveis e cujos preços são extremamente voláteis.” O perigo, segundo os especialistas, é a empresa ficar com ativos encalhados conforme o mundo fizer a transição para longe do petróleo. “A alocação crescente de recursos em investimentos para extração destinada ao mercado externo aumenta a exposição ao risco de ‘estouro da bolha de carbono’: caso ocorra a retração na demanda global de combustíveis fósseis, conforme os países reiteradamente repetem em cada COP da UNFCCC [as conferências de clima das Nações Unidas], a demanda global será declinante, e não crescente”, afirmam. O Observatório do Clima diz que não faz sentido econômico a Petrobras continuar com os investimentos em novas refinarias ou planejar a exploração de novas fronteiras de exploração, como em três das bacias da margem equatorial, incluindo a da Foz do Amazonas, e em Pelotas (RS). As organizações afirmam que a empresa precisa rever suas prioridades de futuro e alinhar o modelo de negócio ao Acordo de Paris, à estratégia nacional de mitigação definida no Plano Clima e à meta de redução de emissões do Brasil, conhecida como NDC (contribuição nacionalmente determinada). “A companhia deve, para isso, expandir seu portfólio de investimentos para que o petróleo e gás sejam parte cada vez menor do negócio e não o único foco”, dizem. A Petrobras afirma que tem uma carteira preparada para as rotas da transição energética e destina US$ 5,7 bilhões para fontes energéticas de baixo carbono, como eólica, solar e hidrogênio. Outro ponto abordado no estudo da UFRJ é a geração de empregos. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as ocupações na extração de petróleo foram reduzidas em cerca de 10% entre 2010 e 2021, apesar do volume extraído ter quase dobrado no mesmo período, passando de 1,6 para 2,9 milhões de barris por dia. Os pesquisadores simularam o que aconteceria com os postos de trabalho a cada milhão de dólares acrescentado no valor da demanda em três setores: extração de petróleo e gás; refino e fabricação de biocombustíveis. Os cálculos mostram que a expansão na demanda por biocombustíveis gera 48,9 ocupações por milhão adicional, o triplo da expansão esperada de empregos no refino de petróleo (16). “Isso demonstra que a transição energética para combustíveis renováveis é também mais justa, tanto pela expansão do emprego quanto pela melhoria da distribuição funcional da renda”, dizem. Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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Mudanças regulatórias facilitam entrada do crime no setor de combustíveis, dizem entidades

Grupos ligados ao setor de combustíveis, bem como à segurança pública, avaliam que mudanças regulatórias no setor de gás liquefeito de petróleo (GLP) podem favorecer a atuação do crime organizado nas atividades do combustível.É o que entendem participantes do painel para debater a ilegalidade do setor na Liquid Gas Week, realizado nesta terça-feira (23) no Rio de Janeiro. De acordo com o presidente do Instituto Combustível Legal (ICL), Emerson Kapaz, a permissão para o enchimento fracionado de vasilhames, por exemplo, é uma porta de entrada para organizações devido à dificuldade de fiscalização.“Esse fracionamento, que será sem o pagamento de imposto, é um perigo na nossa opinião. É importante expor publicamente, perder o medo de falar”, justifica. Kapaz entende que a operação Carbono Oculto é um ótimo exemplo de integração entre entes políticos e privados, que tem por consequências bons resultados.O setor de GLP, porém, vê na revenda a maior dificuldade de fiscalização, e não na distribuição, como foi com os integrantes de facções envolvidos na operação.É uma avaliação semelhante a do coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques. Ele alerta sobre as discussões que estão em jogo na revisão do marco regulatório, processo em andamento na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “A gente costuma focar na agenda do nível de competitividade do setor, mas temos atualmente empresas chamando atenção para as vulnerabilidades dessas mudanças. Existe um potencial para que o setor de GLP seja usado como financiamento por facções criminosas”, explica o pesquisador. Atualmente, a ANP avalia a revisão de resolução para flexibilizar as regras de envase e comercialização dos botijões. O relatório da Análise de Impacto Regulatório (AIR) com tais mudanças já foi aprovado pela diretoria colegiada e a fase, neste momento, é de elaboração da minuta da nova resolução. Marques explica que a cadeia do gás de cozinha não é o principal segmento usado pelo crime organizado, mas as revendas maiores, com mais de 59 mil vasilhames, são o elo mais capilarizado e desafiador para se fiscalizar. O mapeamento das dificuldades é o mesmo dentro da área de fiscalização da ANP. Segundo o coordenador da área, Ary Bello, a agência vem trabalhando há alguns anos na questão da rastreabilidade e junto com órgãos para contribuir com operações de controle. Bello destaca que o crime organizado, como facções do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), agregaram o GLP ao seu portfólio.Diferente dos combustíveis como gasolina e etanol, que ficam mais baratos, o controle dos botijões geralmente provoca um aumento do preço do produto.“Eles têm oportunidade de oferecer esses produtos e serviços além do tráfico. Temos dados que mostram que, hoje, eles já ganham mais com esses produtos do que a droga” declara. Não é um desafio exclusivo do Brasil. A presidente-executiva da Amexgas, Rocio Serrano, disse que o roubo de caminhões com o insumo e a importação ilegal de GLP, com sonegação de impostos, fez com que o governo mudasse o sistema de cobrança de tributos. “O governo federal começou a levar as aduanas para os portos e a marinha passou a fazer a coordenação da importação. Os volumes de roubo de carga são extratosféricos, não apenas GLP, mas diesel e gasolina. Para dimensionar, 80% do gás liquefeito do México vem da importação”, ressalta Autor/Veículo: Jota

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