Author name: Sindipetro

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Incêndios em Canaviais Podem Impactar Preço do Café, Mas Combustíveis Devem Permanecer Estáveis

Plantações de cana-de-açúcar e pastagens, áreas fundamentais para o setor agropecuário, concentraram 81,29% dos 2,6 mil focos de incêndio registrados no estado de São Paulo entre 22 e 24 de agosto, conforme análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Embora parte dessas queimadas seja atribuída a atividades criminosas, o impacto nos preços dos combustíveis parece ser limitado, ao menos por enquanto. Contudo, o café diário do brasileiro pode sofrer consequências amargas. Segundo Marcus D´Elia, sócio da Leggio Consultoria, especializada em petróleo, gás e energias renováveis, os incêndios em áreas canavieiras do Sudeste ocorrem em meio à colheita da cana-de-açúcar, mas isso não deve impactar significativamente a produção de etanol nesta safra, e sim potencialmente na próxima, 2024/25. Portanto, no curto prazo, não há expectativa de aumento nos preços do etanol. “A estimativa preliminar é de que as perdas cheguem a cerca de 2%, o que não deve afetar os preços do etanol de forma imediata. No entanto, outros fatores ainda podem influenciar os volumes da próxima safra”, afirma D’Elia. Amance Boutin, especialista em combustíveis da Argus, empresa focada em relatórios e análises de preços no mercado de combustíveis e agricultura, compartilha opinião semelhante. Ele acredita que, apesar dos incêndios, não haverá impacto nos preços dos combustíveis. “Os estoques nas distribuidoras estão equilibrados, e o preço da gasolina, por exemplo, está alinhado com as cotações internacionais, o que descarta uma alta repentina. Porém, o preço do café pode ser afetado, já que os danos nos canaviais tendem a influenciar o custo do açúcar”, explica Boutin. Agosto é o período de pico da colheita da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, e os incêndios podem agravar uma safra já prejudicada pela escassez de chuvas e a idade avançada dos canaviais. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou suas estimativas, ajustando para 42 milhões de toneladas a previsão de produção de açúcar no Centro-Sul para a safra 2024/25, uma redução de 700 mil toneladas em relação à projeção anterior. Essas revisões já estão pressionando os preços do açúcar no mercado internacional. Os contratos futuros de açúcar na bolsa de Nova York registraram alta de 3,53% na segunda-feira, alcançando 19,04 centavos de dólar por libra-peso. Ontem (27), os preços avançaram mais 2,94%, negociados a 19,60 centavos de dólar por libra-peso. O açúcar branco de outubro também subiu 4,2%, chegando a US$ 548 por tonelada. Embora ainda seja cedo para medir os impactos completos dos incêndios, analistas como Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, da XP, avaliam que o mercado pode estar reagindo de forma exagerada às notícias. Marcelo Filho, analista de inteligência de mercado da StoneX, também acredita que é precipitado afirmar que os incêndios terão um impacto significativo na oferta de açúcar, mas ressalta que algumas plantas podem reconsiderar a porcentagem de cana destinada à produção de derivados. Por outro lado, as empresas do setor, como São Martinho e Raízen, iniciaram uma “corrida contra o tempo” para colher e processar a cana rapidamente. A cana afetada pelos incêndios não pode ser usada para a indústria de alimentos, mas ainda pode ser aproveitada na produção de etanol. Esse esforço pode comprometer a eficiência industrial, conforme alertam analistas do BTG Pactual. Raízen informou que 1,8 milhão de toneladas de cana foram afetadas pelo fogo, enquanto na São Martinho as queimadas atingiram 20 mil hectares, resultando em uma perda estimada de 110 mil toneladas de açúcar. Apesar disso, analistas consideram que as duas empresas ainda têm potencial de ganhos para os investidores. “Enquanto a Raízen representa uma oportunidade de investimento de alto risco e alta recompensa, a São Martinho oferece uma opção mais segura, com um rendimento de fluxo de caixa livre de 8% previsto para o ano fiscal de 2026”, destaca o relatório do BTG Pactual, que mantém recomendação de compra para ambas as ações. Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico.

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Posto de combustíveis é interditado por comercializar etanol adulterado

Um posto de combustíveis em Indaiatuba (SP) foi interditado nesta terça-feira (27) após uma fiscalização conjunta da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Polícia Civil. Durante a inspeção, foi detectada a presença de etanol misturado com metanol no combustível comercializado pelo estabelecimento. De acordo com informações da ANP, o posto, situado na região central de Indaiatuba, estava armazenando e vendendo o combustível com uma concentração irregular de metanol, o que contraria as normas vigentes. A ANP esclareceu que o estabelecimento poderá enfrentar multas que variam de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de outras penalidades previstas na legislação. No entanto, as sanções serão aplicadas apenas após a conclusão do processo administrativo. Com informações do G1.

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Suspeitos de Incêndio em Canaviais de SP Teriam Ligações com o PCC, Afirma Secretário

Alguns dos cinco indivíduos detidos por suspeita de provocar incêndios em canaviais no Estado de São Paulo declararam ser membros da facção criminosa PCC, e suas ações teriam sido motivadas por uma tentativa de retaliação contra as medidas de combate ao crime implementadas pelo governo paulista, conforme informou o secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai, nesta terça-feira à Reuters. “A motivação ainda não é totalmente clara. Alguns dos suspeitos afirmaram estar ligados ao PCC, enquanto outros parecem ter agido de forma ingênua, buscando se vingar do agronegócio, que é, de fato, um dos grandes pilares da economia brasileira,” disse Piai durante uma pausa em um evento do setor em São Paulo. Os incêndios devastaram milhares de hectares de canaviais em São Paulo na última semana, causando prejuízos de milhões de reais aos produtores. A Polícia Federal está investigando o caso em conjunto com as autoridades paulistas. De acordo com o secretário, há evidências de que alguns focos de incêndio começaram simultaneamente, o que descarta a hipótese de um acidente, sendo essa conclusão baseada em imagens de satélite. Segundo Piai, os atos criminosos podem ser uma forma de retaliação do crime organizado ao governo paulista, que tem intensificado a luta contra a comercialização de combustíveis adulterados. “O governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Segurança Pública e da Secretaria da Fazenda, está combatendo fortemente os combustíveis adulterados,” destacou Piai. Ele ainda mencionou que o crime organizado adquiriu usinas em recuperação judicial e centenas de postos de combustíveis, e os incêndios podem ser uma resposta a essa repressão. Mais cedo, o secretário ressaltou que as queimadas causaram prejuízos bilionários ao agronegócio paulista, com perdas de 400 milhões de reais apenas no setor de cana-de-açúcar. Ele fez essas declarações na abertura de um evento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Durante seu discurso, Piai classificou os incêndios da semana passada como “criminosos” e anunciou que um quinto suspeito foi preso em São José do Rio Preto. O secretário também mencionou que o governo paulista vai disponibilizar crédito para pequenos produtores e pessoas que tiveram suas casas destruídas pelo fogo. No total, 150 municípios foram afetados. Segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), os prejuízos das queimadas da última semana nos canaviais paulistas foram estimados em 350 milhões de reais, com o fogo atingindo mais de 1% das plantações do estado. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que também participou do evento, classificou os incêndios como criminosos, mas não forneceu mais detalhes. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi procurada, mas não se manifestou até o momento. A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), que representa as usinas do centro-sul do Brasil, preferiu não comentar as investigações em andamento. Com informações da Udop Notícias.

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Mudanças no Mercado de Gás Natural Dividem Setores: Indústria Apoia, Petroleiras Criticam

Dois decretos assinados na última segunda-feira (26) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva introduziram novas regras para o mercado de gás natural, com a intenção, segundo o governo, de reduzir os preços do produto. Enquanto a medida foi bem recebida pela indústria, o setor petrolífero expressou insatisfação, levantando a possibilidade de judicialização. As novas diretrizes foram reveladas durante uma cerimônia do Ministério de Minas e Energia (MME). O decreto que gerou maior desconforto entre as empresas privadas é aquele que impõe novas regulamentações para as petroleiras envolvidas na exploração e comercialização de gás natural. Essa medida altera o Decreto 10.712, de 2021, que regulamentava a nova Lei do Gás, também de 2021, abordando aspectos como transporte, escoamento, armazenamento e comercialização do gás. A principal mudança proposta pelo governo é a limitação da reinjeção do gás natural, extraído durante a exploração de petróleo, obrigando as empresas a disponibilizarem o produto no mercado. Executivos do setor afirmam que o gás é utilizado para melhorar a eficiência na extração de petróleo e alertam que a nova regulamentação pode resultar em uma redução da produção de petróleo no Brasil. Eles também criticam a intervenção governamental, alegando que isso quebra contratos e compromete os planos de negócios e exploração das petroleiras. Por outro lado, diversos setores da indústria que consomem gás natural, presentes na cerimônia de anúncio, manifestaram apoio à iniciativa, vislumbrando a possibilidade de acessar o gás a preços mais baixos. O governo projeta uma redução de 35% a 40% nos custos. O decreto também concede à Agência Nacional do Petróleo (ANP) o poder de revisar os planos de desenvolvimento dos campos de produção das petroleiras, com o objetivo de aumentar a produção de gás. Além da Petrobras, multinacionais como Shell, BP, Galp e Equinor também operam nesse segmento no Brasil. Durante o evento, o presidente Lula criticou a prática de queimar o gás ainda nas plataformas. “O gás é barato. A Petrobras não tem o direito de queimar gás. Ela tem o direito de trazer o gás e colocá-lo à disposição do povo, para que o povo pobre possa cozinhar, senão vai ter que voltar a usar lenha”, afirmou Lula. Nos bastidores, executivos do setor de óleo e gás reclamaram de uma intervenção governamental por meio da ANP e mencionaram o risco de judicialização e de desestímulo ao investimento futuro. Para atenuar o desconforto com as petroleiras, que não foram convidadas para o anúncio – com exceção de um diretor da Petrobras –, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a ANP conduzirá estudos técnicos para embasar a exigência de cessar a reinjeção de gás nos campos de petróleo. “É o fortalecimento da regulação para buscar políticas efetivas que ampliem a oferta”, declarou Silveira. Quatro Pontos Críticos A Genial Investimentos avaliou o decreto como negativo para as empresas petroleiras, destacando quatro pontos principais. Primeiro, a possível queda na produção de petróleo. A Genial questiona como a proibição de reinjetar o gás natural impactará as curvas de produção das petroleiras. Segundo, a alocação de capital, com retornos regulados na cadeia de valor do petróleo possivelmente inferiores aos segmentos de Exploração & Produção e Refino. Terceiro, a instabilidade regulatória. Os analistas apontam a criação de um comitê específico para o acompanhamento da indústria de gás natural e a alteração nos contratos das empresas com a ANP como fatores negativos. Por último, os investimentos. Embora nenhum valor tenha sido divulgado, a Genial acredita que os investimentos necessários serão expressivos e que, na prática, a Petrobras deverá ser a principal financiadora desse processo. A Genial avalia que, embora o aumento da oferta de gás natural para a indústria e o consumidor final seja necessário, essa ampliação pode ocorrer às custas da rentabilidade de toda a indústria de petróleo. Isso torna a proposta pouco atraente. O banco considera essencial acompanhar o próximo Planejamento Estratégico 2025-2029 para entender o impacto financeiro deste decreto sobre a Petrobras em termos de novos investimentos. Com informações do InfoMoney.

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Relatório Aponta Diferenças entre PPI e Preços Domésticos de Combustíveis

O último relatório da Abicom, divulgado em 28 de agosto de 2024, apresenta uma análise detalhada da relação entre o Preço de Paridade de Importação (PPI) e os preços domésticos dos combustíveis no Brasil. As estimativas para o PPI foram calculadas com base nos valores internacionais da gasolina e do óleo diesel, taxa de câmbio, frete marítimo e cotações de RVO, utilizando como referência os fechamentos de mercado do dia 27 de agosto de 2024. Cenário Atual: Com a estabilidade na taxa de câmbio e uma leve redução nos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional, o cenário aponta para uma defasagem média de -2% no preço do óleo diesel em relação ao PPI, enquanto a gasolina se mantém alinhada com a paridade. A taxa de câmbio PTAX fechou a última sessão em R$5,50 por dólar, mantendo-se em um nível elevado e pressionando os preços internos dos produtos importados. Petróleo: A oferta limitada continua a pressionar os preços futuros, com o Brent sendo negociado acima de US$79 por barril. Óleo Diesel A S10: O óleo diesel A S10 está em seu 246º dia de vigência de uma redução linear média de R$0,30 por litro nos preços da Petrobras, que começou em 27 de dezembro de 2023. Na última quarta-feira, a Acelen, localizada no Polo Aratu-BA, reduziu o preço do diesel A em R$0,0973 por litro. O mercado internacional, combinado com a pressão cambial, contribuiu para uma redução acumulada de R$0,14 por litro desde o último ajuste de preços da Petrobras. A arbitragem, considerando os seis principais polos de operação, revela uma média desfavorável de -R$0,08 por litro, com variações entre -R$0,15 e R$0,00 por litro. Gasolina A: A gasolina A está no 51º dia de vigência de um aumento linear médio de R$0,20 por litro, implementado pela Petrobras em 9 de julho de 2024. Na última quarta-feira, a Acelen também reduziu o preço da gasolina A em R$0,1631 por litro no Polo Aratu-BA. Pressionados pelo mercado internacional e pela taxa de câmbio, os preços domésticos da gasolina acumulam uma redução de R$0,47 por litro desde o último reajuste da Petrobras. A arbitragem para a gasolina A nos seis principais polos analisados mostra uma média favorável de R$0,07 por litro, variando entre R$0,00 e R$0,15 por litro, dependendo do polo. Os preços médios da gasolina A continuam operando acima ou dentro da paridade, de acordo com os polos considerados. Com informações de Abicom.

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Governo Permite Comercialização de Gás pela PPSA e Avança com Medidas no Setor de Energia

O presidente Lula (PT) sancionou nesta segunda-feira (26) novas medidas que fortalecem a exploração do pré-sal e autorizam a PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.), estatal responsável pela gestão da extração na área, a atuar na comercialização de gás natural. As decisões foram ratificadas em uma reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), que também aprovou o decreto que concede à ANP (Agência Nacional do Petróleo) maior poder de intervenção no mercado de gás, visando aumentar a oferta desse combustível para consumo. Além disso, o conselho deu aval à Política Nacional de Transição Energética, que será integrada a outras ações como a Política Nacional de Mudança do Clima e o Plano de Transformação Ecológica. Segundo o Ministério de Minas e Energia, espera-se um aporte de R$ 2 trilhões em investimentos no setor nos próximos dez anos. Esse plano será submetido a consulta pública antes de sua implementação, podendo sofrer ajustes. A estrutura da política energética incluirá eixos setoriais (como industrial, elétrico, mineral e petróleo e gás) e transversais (regulação, combate à pobreza energética, redução das desigualdades e atração de investimentos). Entre as resoluções voltadas à exploração do petróleo, o CNPE aprovou o interesse da Petrobras em explorar o bloco Jaspe, na Bacia de Campos, que faz parte do pré-sal. A ANP estima que o poço contenha até 2,5 bilhões de barris de óleo. O leilão está previsto para 2025, com a Petrobras garantida em pelo menos 40% da participação. Foram também estabelecidos parâmetros para a exploração de mais dois blocos no pré-sal, Rubi e Granada, dentro do sistema de oferta permanente e sob regime de partilha. O governo prevê arrecadar R$ 118 milhões com a assinatura dos contratos para esses blocos, além de R$ 60 bilhões em investimentos, R$ 119 bilhões em receitas e a criação de 280 mil empregos. Outra iniciativa aprovada permite à PPSA atuar na comercialização de gás natural, competindo com a Petrobras. A estatal poderá gerenciar o escoamento e processamento do gás pertencente à União e vendê-lo diretamente ao mercado, caso a viabilidade seja comprovada. Além disso, foi autorizado o decreto que concede à ANP a capacidade de intervir no mercado de gás natural, limitando a reinjeção do insumo e regulando o uso dos gasodutos que transportam o gás do mar para o continente. A medida visa reduzir o custo final do combustível. Contudo, críticos temem que essa decisão possa ser considerada uma interferência excessiva no mercado, principalmente em contratos vigentes. O decreto integra o programa Gás Para Empregar, uma das prioridades do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Reduzir a reinjeção de gás, uma técnica utilizada para otimizar a extração de petróleo, ampliaria a oferta de gás no país, com o objetivo de baixar o preço para o consumidor final. A regulamentação também busca estabelecer um preço máximo para o uso dos gasodutos, atualmente negociado entre as empresas. O setor alega que a Petrobras, controladora da maioria desses circuitos, cobra tarifas elevadas e dificulta o acesso. Com informações da Folha de São Paulo.

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CNPE aprova novas diretrizes estratégicas para o mercado de combustíveis focadas na transição energética

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta segunda-feira (26/8), uma nova resolução que atualiza as diretrizes estratégicas para o desenvolvimento do mercado de combustíveis, biocombustíveis e derivados de petróleo no Brasil. O objetivo principal do documento é fortalecer a capacidade de processamento nacional, que atualmente enfrenta desafios devido à alta dependência de importações de derivados. “Atualmente, o parque de refino do Brasil tem capacidade de processar 2,4 milhões de barris por dia, um volume ainda insuficiente para suprir integralmente a demanda interna. A expectativa é que a medida aprovada hoje ajude o país a reduzir essa dependência externa, promovendo o desenvolvimento econômico, gerando empregos e renda, além de aumentar a competitividade do setor”, destacou o ministro. Entre as novas diretrizes estratégicas, estão o incentivo à produção de biocombustíveis, a modernização do parque de refino e a promoção da transição energética no país. Criação de Grupo de Trabalho para Estudos Especiais O CNPE também aprovou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) voltado para estudos especializados sobre os mercados de combustíveis aquaviários, combustíveis de aviação e gás liquefeito de petróleo (GLP). Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o GT será formado por 17 instituições e deverá estabelecer diretrizes para a Política Energética Nacional relacionadas a esses temas. Segundo o ministro Alexandre Silveira, a criação do grupo é oportuna: “O objetivo do GT é buscar soluções que reduzam a pobreza energética no Brasil, além de estimular a produção de GLP Renovável (BioGLP). Essas são medidas que visam trazer benefícios concretos para a vida dos brasileiros, sempre focando em uma transição energética justa, inclusiva e equilibrada”, ressaltou o ministro. Silveira também enfatizou a importância da discussão sobre descarbonização no setor de transportes aquaviários: “O Brasil precisa de uma estratégia clara para descarbonizar o transporte marítimo, e é isso que esperamos alcançar com o trabalho desse grupo.” O relatório final do GT servirá como base para o CNPE propor novas políticas públicas para o mercado nacional de combustíveis. Além disso, a resolução reforça a necessidade de a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) finalizar as ações regulatórias dos segmentos de combustíveis de aviação e GLP, que tiveram início em 2019 e 2017, respectivamente. A norma ainda trata da viabilização da venda direta de combustíveis de aviação pelos fornecedores primários aos operadores aéreos. Com informações da Assessoria Especial de Comunicação Social – MME.

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Mato Grosso do Sul avança rumo à liderança na produção nacional de etanol

Com um crescimento acima da média nacional e expressivos investimentos em expansão, Mato Grosso do Sul está prestes a disputar a vice-liderança entre os maiores produtores do setor sucroenergético da região Centro-Sul do Brasil. Essa perspectiva foi apresentada durante a reunião do Conselho da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), conduzida pelo CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, na última quinta-feira (22/08). O encontro contou com a presença de executivos das empresas associadas, do Secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Jaime Verruck, representando o governador Eduardo Riedel (PSDB), além do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, Márcio Fernandes, e do presidente da BioSul, Amaury Pekelman. Durante sua exposição, Ono destacou os fatores que impulsionam as expectativas otimistas para a produção do estado. “Mato Grosso do Sul já ultrapassa 50 milhões de toneladas de cana moída por ano, com grandes investimentos programados para expandir ainda mais, inclusive na produção de etanol de milho. Atualmente, já temos duas usinas em operação, da Inpasa e Cerradinho, e uma nova unidade da Inpasa em construção”, detalhou o executivo. Ele também salientou o imenso potencial do estado para a produção de etanol de milho, afirmando que essa capacidade terá impacto significativo na produção total de biocombustíveis. Ono elogiou ainda as mudanças tributárias promovidas pelo governo estadual, que favoreceram a venda de etanol hidratado no mercado interno, impulsionando o crescimento do setor. Além disso, o executivo mencionou programas governamentais que estão em fase de aprovação, como o ‘Combustível do Futuro’ e o Mover, recentemente aprovado, que garantem maior segurança jurídica aos investidores. Segundo projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o crescimento na produção e consumo de etanol e biodiesel nos próximos 10 anos é uma realidade que deve atrair novos investimentos. Apesar do cenário promissor, Ono ressaltou os desafios enfrentados pelo setor, como o descumprimento de normas do programa RenovaBio por distribuidoras de combustíveis. “O RenovaBio precisa de mais atenção do Governo, do Ministério Público e do Ministério de Minas e Energia para garantir que as distribuidoras adquiram os CBios conforme a legislação”, alertou. Quanto ao Mato Grosso do Sul, ele destacou que a maior parte da produção de etanol é destinada a outros estados, sendo transportada por meio de uma logística predominantemente rodoviária, que é cara e ineficiente. “Com os investimentos que o estado vem recebendo, é fundamental melhorar essa logística, adotando soluções como dutos e transporte ferroviário, como já ocorre em estados como Goiás e Mato Grosso”, completou Ono. O presidente da BioSul, Amaury Pekelman, aproveitou a presença do Secretário Jaime Verruck para agradecer as políticas de incentivo ao etanol hidratado: “A redução do ICMS melhorou a competitividade, o que já se reflete nas vendas e beneficia o consumidor. As oportunidades no setor seguem em crescimento, justificando a continuidade dessa estratégia com investimentos que reduzam os custos logísticos”, concluiu. Com informações de Notícias Agrícolas.

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Relatório sobre Combustíveis do Futuro é Apresentado na Comissão de Infraestrutura

O novo relatório do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) sobre a proposta que cria programas nacionais para o diesel verde, combustível sustentável para aviação e biometano foi lido na última semana na Comissão de Infraestrutura. O texto recebeu um pedido de vista coletivo após a leitura. A proposta também amplia as adições obrigatórias de combustíveis verdes, como o biodiesel e o álcool etílico anidro, além de regulamentar as atividades da indústria de captura e estocagem geológica de CO2, buscando integrar todos esses programas. O objetivo é promover a mobilidade sustentável e de baixo carbono no país. Até o momento, mais de 30 especialistas foram ouvidos pelos senadores nas quatro audiências públicas realizadas este ano para discutir o projeto, resultando na apresentação de 17 emendas ao texto original. Entre as alterações incorporadas pelo relator está a sugestão do senador Fernando Farias (MDB-AL), que propõe incentivos ao uso de matérias-primas produzidas pela agricultura familiar na fabricação de biocombustíveis. Veneziano Vital do Rêgo destacou a importância de o Brasil estar preparado para as oportunidades da nova economia do século XXI, por meio da descarbonização de setores com altas emissões de gases do efeito estufa, da transição energética e da promoção de combustíveis modernos, alinhados aos compromissos climáticos internacionais. “O Brasil é o sexto maior emissor global de gases de efeito estufa. O setor de transporte é responsável por pouco mais de 9% do total de emissões do país, mas representa quase metade das emissões antrópicas. No mundo, o setor de transporte responde a 16,2% do total de emissões. Nesse contexto, o setor de biocombustíveis brasileiro tem potencial para contribuir para a descarbonização global, trazendo também desenvolvimento, geração de emprego e distribuição de renda para o nosso país”, afirmou o senador. O presidente da Comissão de Infraestrutura, senador Confúcio Moura (MDB-RO), ressaltou a relevância do tema para o Brasil e indicou que a matéria deve ser votada pelo colegiado na primeira semana de setembro. Com informações da Rádio Senado.

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Queimadas em SP podem gerar prejuízo de R$ 350 milhões para produtores de cana

Os incêndios em áreas de cana-de-açúcar no estado de São Paulo podem causar perdas financeiras estimadas em R$ 350 milhões para os produtores. A informação é da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), que alerta para os impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar devido aos danos. Impactos no Setor Até o momento, cerca de 59 mil hectares de canaviais, incluindo áreas de rebrota, foram queimados. Segundo a Orplana, no sábado (24) foram registrados 305 focos de incêndio, enquanto na sexta-feira (23) o número chegou a 1.800, conforme os dados mais recentes. A organização, que representa cerca de 12 mil fornecedores de cana na região Centro-Sul do Brasil, aponta uma queda significativa na produtividade. São Paulo, responsável por 53,2% da produção nacional de cana-de-açúcar, é o maior produtor do país, com as principais áreas afetadas localizadas em regiões como Ribeirão Preto, Piracicaba, Araraquara, Araçatuba, Presidente Prudente e São José do Rio Preto. “Observamos uma redução na produtividade em torno de 50%, devido à perda de biomassa com os incêndios. Isso já reflete nos preços do etanol, do açúcar e no potencial produtivo do próximo ciclo”, afirmou José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana. Preocupações e Previsões Embora a chuva de domingo (25) tenha proporcionado um certo alívio, o clima seco e quente ainda preocupa o setor. O impacto dos incêndios nos preços ao consumidor ainda é incerto. Um relatório da XP Investimentos destaca que o mercado está tentando avaliar os efeitos das queimadas nos resultados da safra. A seca registrada no último final de semana levou agosto a um recorde de incêndios, com quase 3.500 focos, afetando diversas áreas de canaviais. “O clima seco persiste no Centro-Sul, influenciando a segunda metade da safra 24/25”, aponta o documento. A perspectiva é de alta nos preços, principalmente do açúcar. Segundo Samuel Isaak, especialista em commodities agrícolas da XP, mesmo após os incêndios, a cana-de-açúcar ainda pode ser processada para a produção de etanol e açúcar. Porém, a qualidade do produto começa a ser comprometida e, dada a extensão dos danos, pode não haver tempo suficiente para processar toda a matéria-prima. Com informações de UOL.

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