24 de abril de 2025

Destaques, Notícias

Petróleo cai 2% após fontes dizerem que Opep+ vai avaliar aumento de produção

Os preços do petróleo caíram 2% nesta quarta-feira, com fontes dizendo que a Opep+ consideraria acelerar seus aumentos de produção de petróleo em junho. Mas as perdas foram contidas após uma reportagem de que o presidente dos EUA, Donald Trump, pode cortar tarifas sobre importações chinesas. O Brent fechou em baixa de US$1,32, ou 1,96%, a US$66,12 o barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate dos EUA terminou em queda de US$1,40, ou 2,2%, a US$62,27. O petróleo de referência global Brent atingiu a máxima da sessão em US$68,65, o maior valor desde 4 de abril, antes das notícias da Opep+. Vários membros da Opep+ sugerirão que o grupo acelere os aumentos na produção de petróleo pelo segundo mês consecutivo em junho, disseram à Reuters três fontes familiarizadas com as negociações. Houve tensões recentes entre os membros da Opep+ sobre o cumprimento das cotas de produção. “Não me surpreenderia que a Opep queira aumentar a produção. Isso poderia levantar preocupações sobre a coesão do cartel. Talvez eles estejam cansados de conter aumentos de produção”, disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group. Ambas as referências do petróleo reduziram algumas perdas no início do pregão da tarde depois que o Ministério da Energia do Cazaquistão emitiu uma declaração dizendo que o país, que não é membro da Opep, mas um aliado no grupo Opep+, é um participante responsável na comunidade energética internacional e está interessado na previsibilidade e no equilíbrio entre demanda e oferta. O Cazaquistão irritou outros membros da Opep+ ao produzir mais do que sua cota atribuída. Notícias sobre tarifas também ajudaram a conter algumas perdas no preço do petróleo. O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, estudaria a redução de tarifas sobre produtos chineses importados, aguardando negociações com Pequim, disse uma fonte familiarizada com o assunto na quarta-feira, acrescentando que nenhuma ação seria tomada unilateralmente. As tarifas sobre a China provavelmente cairão para entre 50% e 65%, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, citando um funcionário da Casa Branca. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse acreditar que tarifas excessivamente altas entre os EUA e a China terão que cair antes que as negociações comerciais possam prosseguir. (Reuters) Autor/Veículo: Notícias Agrícolas

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Etanol supera soja em potencial de produção de SAF no Brasil

Como maior produtor mundial de cana-de-açúcar, o Brasil encontra na rota do etanol uma vantagem competitiva na produção de combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF, em inglês), mostra um relatório lançado na última semana pelo Ministério da Fazenda e o Instituto AYA. O levantamento aponta que o SAF de etanol (cuja rota de produção é conhecida como ATJ) tem potencial teórico para gerar até 6,5 bilhões de litros por ano na próxima década, representando 23% do potencial de produção estimado do país. Já o etanol de milho vem logo atrás, com 5,5 bilhões de litros, ou 20% da capacidade projetada. Juntos, superam as estimativas para aproveitamento dos óleos de palma e soja pela rota HEFA – a única com produção em escala atualmente –, cujo potencial é calculado em 20% e 17%, respectivamente. O óleo de macaúba, palmeira nativa que vem sendo estudada como alternativa pela Acelen, poderia responder por 11% da produção, enquanto resíduos de madeira e outros representam os 10% restantes. O estudo (.pdf) elaborado em parceria com a Systemiq o UK PACT e cerca de 200 organizações da sociedade civil e setor produtivo elencou o SAF como a atividade econômica com maior aptidão para incrementar o PIB brasileiro no cenário de transição energética. A iniciativa quantificou a oportunidade para o crescimento do PIB entre US$ 230 e 430 bilhões até 2030 por meio de sete setores-chave da economia: transição energética, indústria e mobilidade, bioeconomia e biotecnologia, agropecuária e sistemas alimentares sustentáveis, nova infraestrutura verde e adaptação, economia circular e finanças sustentáveis. Na transição (US$ 40 a 75 bilhões), o SAF poderia contribuir com US$ 17 a 36 bilhões até 2030. O valor, no entanto, é ligeiramente menor do que o estimado em um estudo de 2023, que previa uma contribuição de US$ 22-44 bilhões. A revisão incluiu biobunker nas contas (US$ 3-6 bilhões em potencial) e atualizações nos valores dos setores de indústria e mobilidade, onde cresceu a participação da eletrificação. Instruções de voo A metodologia para a priorização das cadeias de valor na análise foi fundamentada em sete critérios: competitividade global, complexidade econômica, potencial de geração de PIB, demanda internacional, potencial de descarbonização, estágio de desenvolvimento tecnológico e econômico e condições habilitadoras. O SAF se sai bem em quase todos os requisitos. Os gargalos estariam na complexidade da cadeia de valor e condições habilitadoras, isto é, regulações, incentivos fiscais e outros mecanismos de incentivo. Embora parta do princípio que pacotes econômicos aprovados nos últimos anos, como a Lei de Redução da Inflação nos EUA (IRA, em inglês) e o Green Deal europeu, além de políticas de carbono como os CBAMs e o Artigo 6.4 devem influenciar estruturação de cadeias de valor locais, regionais e globais – o relatório indica três fatores que serão decisivos para o biorrefino decolar no Brasil. O primeiro deles diz respeito ao debate alimento versus energia. O documento aponta que é preciso alinhar diplomacia climática e regulação internacional para que os biocombustíveis de origem agrícola sejam aceitos em diferentes mercados. “O debate de food vs. fuel vs. forests precisa avançar globalmente, com a compreensão dos órgãos reguladores europeus das particularidades de países como o Brasil, que tem a área equivalente à França só de áreas degradadas onde a produção poderia acontecer sem competir com alimentos e florestas”, explica. Medidas fiscais e regulação doméstica são os outros dois fatores. O trabalho traz o exemplo dos EUA, que fornece crédito de US$ 1,25 para cada galão de querosene com SAF que atenda ao critério de redução mínima de 50% nas emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida. E cita o mandato da União Europeia para participação mínima de SAF na composição de combustível de aviação de 2% em 2025, 6% em 2030, chegando a 70% em 2050. “O PL do Combustível do Futuro impõe 4% em 2030 e 12% em 2035. Vale notar que essa regulação brasileira, embora bem-vinda, ainda representa apenas uma pequena parcela (4-5%) do volume potencial da produção nacional (de 2030 a 2035)”, observa. Autor/Veículo: Eixos

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Carros cada vez mais velhos e ainda com poucos elétricos: como está a frota brasileira de veículos

Após quatro anos seguidos de crescimento abaixo de um dígito, a frota brasileira de veículos aumentou 2% no ano passado em relação a 2023, o melhor desempenho desde o período pré-pandemia. Circulam pelo País atualmente 48 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Descontado o porcentual que deixou de rodar por perda total em acidentes ou desmanches, as cidades brasileiras receberam mais 5,1 milhões de veículos em uma década. Entre os automóveis, que representam 82% desse total, destaca-se a alta da participação dos modelos híbridos e elétricos, de menos de 0,1% em 2019, quando apareceram pela primeira vez nas estatísticas, para quase 1% em 2024. Embora seja uma fatia ainda pequena, a evolução desses modelos tem sido constante. Em uma década, os eletrificados em circulação pelo País passaram de 2,9 mil para 388,2 mil, um crescimento médio anual de 71,3%. Em razão dessa demanda, sobretudo por modelos elétricos que ainda não são produzidos no País, houve significativa aceleração nas importações, especialmente da China, maior fabricante mundial de veículos eletrificados. Da frota brasileira, 7 milhões de veículos são importados, o equivalente a 14,7% do total. É a maior participação desde 2018, segundo relatório anual feito pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), antecipado pelo Estadão. Sustentável e econômico Na conta está o , que o diretor de produtos Bruno Calais Christians, de 34 anos, passou a usar no início de março, em sua primeira experiência com um carro elétrico. Nesse pouco tempo, ele relata as vantagens do novo veículo. “É confortável, gostoso de dirigir, silencioso e sustentável”, diz Christians. Ele também calcula uma economia de cerca de R$ 1 mil por mês com uso de energia em relação ao consumo de gasolina do outro carro da família, uma picape Toro. Christians instalou uma tomada específica na garagem da casa, na zona Oeste da capital paulista, onde carrega a bateria à noite. Como o carro tem 400 km de autonomia e é usado principalmente para ir ao trabalho e em viagens não muito longas com a família aos finais de semana, o carregamento ocorre em média uma vez a cada dez dias. “E ainda tem a vantagem de não precisar parar várias vezes no posto para abastecer.” Mais velha Atribuído à expansão da atividade econômica, à queda do desemprego e ao aumento da renda da população, o crescimento da frota não significa, contudo, uma renovação dos veículos que circulam pelo País nem uma melhora importante, por enquanto, no processo de descarbonização com a chegada mais forte dos eletrificados. A frota atual tem idade média de 10 anos e 11 meses, a maior desde 1992. Separada, a de automóveis é ainda mais velha, com idade média recorde de 11 anos e 2 meses. “A introdução de novos veículos ainda não é suficiente para promover uma renovação e, por isso, a frota continua envelhecendo”, diz George Rugitsky, diretor de Economia e Mercado do Sindipeças. Automóveis com até cinco anos de uso, chamados de seminovos, tiveram sua participação reduzida de 37,6% em 2015 para 20,6% no ano passado. Em contraponto, a de modelos com 11 a 15 anos passaram de 15,2% para 31%. Nos últimos três anos, é nessa faixa que está a maioria dos carros de passeio que rodam pelo Brasil. O estudo sobre a frota circulante tem como foco justamente a avaliação potencial de mercado para fabricantes de peças de reposição para os modelos mais antigos. Segundo o Sindipeças, a participação maior na frota de veículos com idade superior a dez anos pode ser explicada pelos preços mais altos dos automóveis, em parte justificados pela introdução de novas tecnologias e mais itens de segurança. A classe média com poder de compra migrou para os utilitários esportivos (SUVs), que responderam por 48% das vendas de carros novos em 2024. Já o consumidor de baixa renda, antes comprador de carro popular em várias prestações, buscou as motocicletas como alternativa. A frota dos veículos de duas rodas, que registrou quedas consecutivas por seis anos a partir de 2016, iniciou movimento de alta em 2022, quando cresceu 1,3%. Manteve a trajetória no ano seguinte, com alta de 1,7%, e em 2024 teve um salto de 5,7%, chegando a 14 milhões de unidades. A idade média é de 8 anos. Antes do ciclo de queda, em 2015, era de 6 anos e 5 meses. Além da questão econômica e das condições não muito propícias para o financiamento − que dificultam para muitas pessoas a troca por um carro mais novo −, o Brasil não tem estruturado um programa de reciclagem dos veículos velhos, ressalta Carolina Godoy, sócia e líder do setor automotivo da PWC Brasil. “Não adianta, por exemplo, trocar um veículo de 15 anos por um mais novo se ele não for para a reciclagem, pois não se estimula a renovação da frota.” Segundo Carolina, só os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul estão começando a discutir legislações para reciclagem de veículos. Para ela, se o País não tiver uma evolução nesse tema, os próximos relatórios do Sindipeças devem continuar mostrando um envelhecimento da frota. “Será mais fácil observar uma mudança no mix entre veículos a combustão e elétricos, que devem aumentar sua participação, do que a renovação da frota.” Pessoas x carros A relação entre o número de habitantes por veículo, que vem apresentando decréscimo há uma década, fechou 2024 em 4,4 pessoas por carro, número que envolve toda a população. Se for levada em conta somente as pessoas economicamente ativas, a relação cai para 2,3. O comparativo é sempre decrescente porque a taxa de crescimento da frota é maior do que a da população, explica Rugitsky. “Desde que o crescimento populacional começou a estagnar e a população está envelhecendo, a tendência é que essa curva continue decrescendo.” Em relação a outros países, que só fazem o comparativo pela população total, o Brasil está bem próximo da China, que tem 4,3 habitantes por veículo, atrás de países como Argentina (2,6) e França (1,4) e bem à frente

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