Author name: Junior Albuquerque

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Projeto de Boulos constrange postos que não baixarem preço

Prestes a se tornar ministro de Lula, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) protocolou um projeto de lei na Câmara que, na prática, constrange postos de combustíveis que não repassarem a redução de preço dos combustíveis pelas refinarias da Petrobras para as bombas. O assunto interessa o presidente. O projeto exige que as revendas exibam na nota fiscal toda a composição do preço da gasolina e do diesel automotivo. A regra também passa a valer para quem vende o gás liquefeito de petróleo (GLP) dos botijões de cozinha. Para Boulos, a medida é uma forma de enfrentar a “caixa-preta” que se tornaram os preços desses segmentos, já que atualmente o consumidor paga o valor exibido na bomba ou no painel sem saber o que corresponde às margens de lucro ou custo de produção. Lula reclamou publicamente diversas vezes sobre o não repasse para as bombas das quedas de preços feitas pela Petrobras. O texto prevê que as empresas mostrem, em valores nominais, o preço praticado pela Petrobras ou pelo importador; custo do biocombustível (etanol anidro ou biodiesel) adicionado à gasolina ou diesel; tributos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); tributo estadual (ICMS); e margem bruta de comercialização, com os custos e as margens de lucro dos setores de distribuição e revenda. O projeto também exige que a nota tenha o percentual de participação de cada um desses itens na composição do preço final. SançõesEm caso de descumprimento, o texto prevê punições, que vão de advertência e multa até suspensão das atividades ou cassação da autorização pela ANP (Agência Nacional de Petróleo e Gás). O texto altera e amplia a Lei nº 12.741, que já obriga os postos a mostrarem na nota fiscal o valor dos tributos embutidos no preço final. “A referida lei representou um avanço significativo ao exigir a discriminação da carga tributária nos documentos fiscais. Contudo, no setor de combustíveis, a complexidade da cadeia de preços demanda um nível de detalhamento superior para que o consumidor compreenda, de fato, o que está pagando”, escreve Boulos no projeto. O texto altera e amplia a Lei nº 12.741, que já obriga os postos a mostrarem na nota fiscal o valor dos tributos embutidos no preço final. “A referida lei representou um avanço significativo ao exigir a discriminação da carga tributária nos documentos fiscais. Contudo, no setor de combustíveis, a complexidade da cadeia de preços demanda um nível de detalhamento superior para que o consumidor compreenda, de fato, o que está pagando”, escreve Boulos no projeto. PressãoO projeto foi apresentado na última sexta (26), no momento em que o presidente Lula e seu ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pressionam os postos de gasolina a acompanharem a redução de preços aos distribuidores feitos pela Petrobras. Em 2 junho, a Petrobras cortou em 5,6%, ou R$ 0,17 por litro, o preço da gasolina vendida por suas refinarias aos distribuidores. No fim do mesmo mês, a ANP chegou a registrar uma alta semanal no preço médio do combustível nos postos. A demora nos repasses de cortes de preços foi alvo de críticas do governo e da própria estatal. A presidente da petroleira, Magda Chambriard, pediu que os consumidores pressionassem os donos de postos a baixar os preços. Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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Metanol fatal em bebidas é sobra de etanol apreendido com PCC, diz especialista

Os recentes episódios de pessoas intoxicadas por causa de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol vêm chamando a atenção de autoridades. Em três semanas, três pessoas morreram na Grande São Paulo. Foram duas mortes em São Bernardo e uma na capital paulista. Outros 10 casos estão sendo investigados por suspeita de intoxicação por consumo de bebida adulterada. O metanol (CH₃OH) é altamente inflamável, tóxico e de difícil identificação. Mas qual é a origem dessa substância que está fazendo vítimas em São Paulo? Para o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate À Falsificação, Rodolpho Ramazzini, o metanol utilizado nas bebidas clandestinas vem das “sobras” de etanol dos postos do PCC lacrados; Para continuar a leitura, clique aqui. Autor/Veículo: Exame

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Brasil pode atender 15% da demanda marítima global com biocombustíveis

Relatório do Boston Consulting Group (BCG) estima que o Brasil pode atender 15% da demanda de transporte marítimo global com biocombustíveis até 2050 e atrair investimento de US$ 90 bilhões. Segundo maior produtor de etanol e biodiesel do mundo, o país pode alavancar sua liderança em biocombustíveis para atender às exigências da estrutura regulatória do IMO Net Zero, mecanismo da Organização Marítima Internacional para atingir emissões líquidas zero no transporte marítimo até meados da década. O mecanismo foi aprovado em abril de 2025 e passará por uma rodada final de votações em outubro. A expectativa é que entre em vigor a partir de 2028. “Com as embarcações necessitando reduzir drasticamente a intensidade de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), com penalidades que variam de US$ 100 a US$ 380 por tonelada de CO2e para o não cumprimento, haverá uma crescente demanda por combustíveis marítimos de baixa emissão”, aponta Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG. “Neste cenário, os biocombustíveis brasileiros, como o biodiesel e etanol, oferecem alternativas de rápida implementação, competitivas em custo e escaláveis, cujo aumento da oferta será apoiado na restauração de terras degradadas”, afirma. De acordo com o relatório do BCG, o biodiesel brasileiro (B100) apresenta um custo de abatimento de US$ 220-230/tCO2e em portos brasileiros e US$ 280-300/tCO2e em portos como Roterdã e Cingapura, ambos significativamente menores que as penalidades da IMO. Da mesma forma, o etanol brasileiro mostra custos de abatimento de US$ 205-210/tCO2e em portos brasileiros e US$ 265-275/tCO2e em portos globais, reforçando sua atratividade econômica. “Esta vantagem pode gerar uma redução de aproximadamente 170 milhões de toneladas de CO2e por ano e atender a 15% da demanda de energia do transporte marítimo até 2050″, calcula Ramos. A estimativa é de uma oportunidade de investimento em cerca de US$ 90 bilhões especificamente para a cadeia de valor de biocombustíveis marítimos. No entanto, o relatório aponta que a consolidação do arcabouço regulatório da IMO, a efetividade de mecanismos de incentivo claros (com a IMO visando finalizar as recompensas até março de 2027) e os avanços tecnológicos, especialmente para motores a metanol compatíveis com etanol, são cruciais. Recuperação de terras degradadasO estudo também destaca o potencial brasileiro na produção de biocombustíveis para a restauração de terras degradadas. Como líder global em agricultura regenerativa, com até 100 milhões de hectares dedicados à integração lavoura-pecuária-floresta e plantio direto, o país pode dedicar cerca de 25 milhões de hectares para culturas que permitam utilização com biocombustíveis, em adição à promoção do reflorestamento e aumento da produção de alimentos. Para o BCG, a implementação de corredores verdes e a recuperação de pastagens degradadas também podem contribuir para desbloquear a escala da produção de biocombustíveis e fortalecer ainda mais a liderança brasileira. Autor/Veículo: Eixos

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Expopetro 2025 reúne 1,5 mil visitantes

Ativação de marcas, novos negócios e apresentação de produtos, serviços e sistemas de mais de 40 empresas. A Expopetro 2025, promovida no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre, nos dias 25 e 26 de setembro, pelo Sulpetro, registrou cerca de 1,5 mil visitantes, empresários, agentes públicos e profissionais do segmento da revenda de combustíveis. A abertura do evento contou com a participação de autoridades e personalidades do setor. O presidente, João Carlos Dal’Aqua, falou sobre a revenda ser o elo final de uma enorme cadeia de fornecedores, agentes e órgãos. “E temos a missão de entregar esta conta, com saldo positivo, ao consumidor, que desconhece a complexidade de todo este processo”, afirmou. O dirigente destacou fatos relevantes sobre fiscalização e regulação do mercado, transição energética e dificuldades de gestão, como a busca constante por mão-de-obra. “Desafios não nos faltam. Precisamos saber enfrentá-los com informações corretas e ações concretas. Reforçar a necessidade e importância de associativismo.” As boas práticas de mercado foram reforçadas pelo presidente da Fecombustíveis, James Thorp Neto. Ele saudou a Operação Carbono Oculto, que investiga fraudes no ramo de combustíveis, em diversos estados brasileiros. “A gente como cidadão, como empresário e revendedor não pode desistir. Temos que continuar cobrando das autoridades para que isso não cesse, não pare”, alertou. Segundo ele, a Operação “tem números estrondosos, assustadores”. “Fala-se em mais de mil postos na mão do crime organizado, na mão de pessoas que falam errado. Mas não me canso e não vou deixar de falar: temos 44 mil postos no Brasil. E a sua grande maioria é de pessoas que estão aqui nesta sala, de pessoas honestas. São essas que nós representamos”, declarou. Conhecimento e percepções De forma paralela à feira, o 22º Congresso de Revendedores de Combustíveis da Região Sul expôs ideias e o repasse de conhecimento por meio de palestras e painéis. O piloto de testes da indústria automobilística César Urnhani abriu o ciclo com dados sobre transição energética, apontando que muitos pensam que seria muito simples a implementação, em pouco tempo. “Isso é impossível, pois existem barreiras intransponíveis com as tecnologias que temos hoje”, frisou. “O carro elétrico acompanha a desenvolvimento automobilístico desde que carro existe”, comentou Urnhani, ao falar do longo processo de evolução. Ele também mostrou dados de emissões globais de gases de efeito estufa, apontando que os veículos não estão no topo da lista. “A energia elétrica emite 73% desses gases globalmente”, disse, ao mostrar pontos sensíveis da eletrificação. O especialista também abordou os desafios com baterias, carregadores e outros pontos. “O mundo não será 100% elétrico. O motor elétrico é muito mais eficiente que o térmico, mas como fazer essa eletricidade chegar lá?”, questionou. Na palestra magna do primeiro dia, o comentarista político Caio Coppolla fez um apanhado sobre o cenário político-econômico do país, apontando opiniões sobre o tema e partindo da afirmação de que o Brasil está condenado ao sucesso. “O que minimiza risco é conhecimento”, alertou. Coppolla ressaltou as “externalidades” nas quais o setor de combustíveis é exposto, exemplificando com alterações no dólar, preço do petróleo, política externa e até conflitos religiosos. Um dos temas de debate foi “O futuro da mobilidade e dos combustíveis no Brasil”. O painel contou com a participação do presidente da Ipiranga, Leonardo Linden; da vice-presidente Executiva de Varejo e Marketing da Vibra, Vanessa Gordilho, do vice-presidente Comercial da Raízen VP Comercial, Marcelo Besteiro; e da diretora-executiva da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Fernanda Rezende. O especialista em gestão Jonathan Rocha palestrou sobre “Alta performance na linha de frente: como o gerente transforma o posto”. Para ele, gestão é comunicação, feedback e liderança. “A venda deve ter propósito. A cultura do negócio não é o que você escreve, é o que você tolera”, resumiu. Rocha ainda esclareceu sobre os fundamentos de liderança, padrão, metas e acompanhando de vendas. O ex-jogador de futebol Paulo César Tinga encerrou os encontros palestrando sobre “Gestão além da planilha: propósito, disciplina e pessoas no centro dos resultados”. Com uma história de 20 anos como atleta em sete clubes, ele falou sobre a importância da tomada de decisão, coragem e confiança. “Antes de vestir as camisas do Grêmio e do Internacional, estava vestindo o meu sonho”, disse, ao recomendar dedicação aos projetos Autor/Veículo: Assessoria de Comunicação do Sulpetro

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Petroleiras devem investir R$ 17 bi em campos terrestres, diz ANP

Petroleiras com atuação no Brasil devem investir cerca de R$17 bilhões em campos terrestres de óleo e gás cujos contratos originados na Rodada Zero foram prorrogados, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em comunicado nesta terça-feira. Ao todo, 139 contratos foram prorrogados e seus novos planos de desenvolvimento foram aprovados pela autarquia em agosto. Os novos investimentos têm como objetivo elevar os fatores de recuperação dos campos e assegurar a continuidade sustentável da produção, disse a autarquia. “Tratam-se de contratos que se encerrariam em 2025 e cujas prorrogações foram solicitadas pelas operadoras dos campos”, disse a agência. Apesar dos investimentos projetados, a produção de petróleo no mar é mais volumosa no país, concentrando a maior parte dos aportes no setor. “Com a medida, estão previstos investimentos recordes no setor, bem como aumento na produção desses campos, trazendo segurança energética, empregos e arrecadação para o país.” Com as prorrogações, a ANP prevê cerca de 600 milhões de barris de petróleo adicionais e de aproximadamente 72 bilhões de metros cúbicos de gás. A Rodada Zero ocorreu em 1998 como resultado da quebra do monopólio da Petrobras no setor de petróleo e gás natural, a partir da Lei do Petróleo. Com ela, houve a ratificação dos direitos da Petrobras sobre os campos em que já produzia e, desde então, outras petroleiras passaram a poder deter contratos para explorar campos no país. A partir da prorrogação, estão previstas a perfuração e completação de 2.115 novos poços, além do recondicionamento de 5.546 poços já existentes e a intervenção em outros 1.039 poços já perfurados. A ANP destacou ainda que os novos planos de desenvolvimento preveem um aumento dos fatores de recuperação de 22,56% para 26,34%, para o petróleo, e de 40,06% para 65,33% para o gás natural. Autor/Veículo: InfoMoney

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Petrobras tem estratégia de futuro descolada de metas climáticas, dizem estudos

Dois estudos divulgados na última semana afirmam que a Petrobras precisará adotar grandes mudanças em sua forma de operação nos próximos anos para que o Brasil possa alcançar as metas de redução de gases do efeito estufa. As análises se baseiam na projeção da Agência Internacional de Energia de que a demanda global por petróleo cairá a partir de 2030, em vista da implementação do Acordo de Paris. A queima de combustíveis fósseis é a maior causadora do aquecimento global e outra pesquisa recente associou a atividade de petroleiras, incluindo a brasileira, à ocorrência de ondas de calor. Os pesquisadores Carlos Eduardo Young e Helder Queiroz Pinto, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), avaliam que a Petrobras deve ser reformulada para desenvolver atividades neutras em carbono, como o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). As organizações que fazem parte do Observatório do Clima vão além e afirmam que a estratégia de futuro da petroleira está descolada dos objetivos de descarbonizar a economia brasileira. Em nota, a empresa afirma que aumenta os investimentos na transição energética, com US$ 16,3 bilhões (R$ 86,4 bilhões) destinados a projetos de baixo carbono em seu plano 2025-2029, e que reduziu suas emissões em 40% de 2015 a 2024, de 78 milhões de toneladas de carbono equivalente para 47 milhões de toneladas. “A Petrobras, bem como todas as empresas de petróleo e gás natural, face aos imperativos advindos da crise climática, necessita adequar suas estratégias empresariais, especialmente no que concerne aos projetos e posicionamentos de longo prazo”, dizem os especialistas da UFRJ. Eles reconhecem que as mudanças devem ser feita de modo gradual, sem prejudicar a sustentabilidade financeira da empresa, e afirmam ser necessário se afastar do petróleo e trabalhar com fontes limpas, como SAF, hidrogênio, biogás e biometano, além de investimentos em soluções ainda não maduras, como o sequestro e o armazenamento de carbono . Para tudo isso se concretizar, os pesquisadores argumentam que o Estado brasileiro precisa definir diretrizes claras para reduzir a demanda por combustíveis fósseis. “A Petrobras, e o setor de petróleo e gás natural como um todo, não podem ser considerados como meros instrumentos de ‘solução’ para o problema macroeconômico que abarca a questão fiscal no país”, afirmam. “Não obstante a importância dos recursos financeiros arrecadados com royalties, impostos e demais participações governamentais, é importante recordar o risco associado à dependência das administrações públicas (federal, estaduais e municipais), posto que a atividade petrolífera é caracterizada pela extração de recursos esgotáveis e cujos preços são extremamente voláteis.” O perigo, segundo os especialistas, é a empresa ficar com ativos encalhados conforme o mundo fizer a transição para longe do petróleo. “A alocação crescente de recursos em investimentos para extração destinada ao mercado externo aumenta a exposição ao risco de ‘estouro da bolha de carbono’: caso ocorra a retração na demanda global de combustíveis fósseis, conforme os países reiteradamente repetem em cada COP da UNFCCC [as conferências de clima das Nações Unidas], a demanda global será declinante, e não crescente”, afirmam. O Observatório do Clima diz que não faz sentido econômico a Petrobras continuar com os investimentos em novas refinarias ou planejar a exploração de novas fronteiras de exploração, como em três das bacias da margem equatorial, incluindo a da Foz do Amazonas, e em Pelotas (RS). As organizações afirmam que a empresa precisa rever suas prioridades de futuro e alinhar o modelo de negócio ao Acordo de Paris, à estratégia nacional de mitigação definida no Plano Clima e à meta de redução de emissões do Brasil, conhecida como NDC (contribuição nacionalmente determinada). “A companhia deve, para isso, expandir seu portfólio de investimentos para que o petróleo e gás sejam parte cada vez menor do negócio e não o único foco”, dizem. A Petrobras afirma que tem uma carteira preparada para as rotas da transição energética e destina US$ 5,7 bilhões para fontes energéticas de baixo carbono, como eólica, solar e hidrogênio. Outro ponto abordado no estudo da UFRJ é a geração de empregos. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as ocupações na extração de petróleo foram reduzidas em cerca de 10% entre 2010 e 2021, apesar do volume extraído ter quase dobrado no mesmo período, passando de 1,6 para 2,9 milhões de barris por dia. Os pesquisadores simularam o que aconteceria com os postos de trabalho a cada milhão de dólares acrescentado no valor da demanda em três setores: extração de petróleo e gás; refino e fabricação de biocombustíveis. Os cálculos mostram que a expansão na demanda por biocombustíveis gera 48,9 ocupações por milhão adicional, o triplo da expansão esperada de empregos no refino de petróleo (16). “Isso demonstra que a transição energética para combustíveis renováveis é também mais justa, tanto pela expansão do emprego quanto pela melhoria da distribuição funcional da renda”, dizem. Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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Mudanças regulatórias facilitam entrada do crime no setor de combustíveis, dizem entidades

Grupos ligados ao setor de combustíveis, bem como à segurança pública, avaliam que mudanças regulatórias no setor de gás liquefeito de petróleo (GLP) podem favorecer a atuação do crime organizado nas atividades do combustível.É o que entendem participantes do painel para debater a ilegalidade do setor na Liquid Gas Week, realizado nesta terça-feira (23) no Rio de Janeiro. De acordo com o presidente do Instituto Combustível Legal (ICL), Emerson Kapaz, a permissão para o enchimento fracionado de vasilhames, por exemplo, é uma porta de entrada para organizações devido à dificuldade de fiscalização.“Esse fracionamento, que será sem o pagamento de imposto, é um perigo na nossa opinião. É importante expor publicamente, perder o medo de falar”, justifica. Kapaz entende que a operação Carbono Oculto é um ótimo exemplo de integração entre entes políticos e privados, que tem por consequências bons resultados.O setor de GLP, porém, vê na revenda a maior dificuldade de fiscalização, e não na distribuição, como foi com os integrantes de facções envolvidos na operação.É uma avaliação semelhante a do coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques. Ele alerta sobre as discussões que estão em jogo na revisão do marco regulatório, processo em andamento na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “A gente costuma focar na agenda do nível de competitividade do setor, mas temos atualmente empresas chamando atenção para as vulnerabilidades dessas mudanças. Existe um potencial para que o setor de GLP seja usado como financiamento por facções criminosas”, explica o pesquisador. Atualmente, a ANP avalia a revisão de resolução para flexibilizar as regras de envase e comercialização dos botijões. O relatório da Análise de Impacto Regulatório (AIR) com tais mudanças já foi aprovado pela diretoria colegiada e a fase, neste momento, é de elaboração da minuta da nova resolução. Marques explica que a cadeia do gás de cozinha não é o principal segmento usado pelo crime organizado, mas as revendas maiores, com mais de 59 mil vasilhames, são o elo mais capilarizado e desafiador para se fiscalizar. O mapeamento das dificuldades é o mesmo dentro da área de fiscalização da ANP. Segundo o coordenador da área, Ary Bello, a agência vem trabalhando há alguns anos na questão da rastreabilidade e junto com órgãos para contribuir com operações de controle. Bello destaca que o crime organizado, como facções do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), agregaram o GLP ao seu portfólio.Diferente dos combustíveis como gasolina e etanol, que ficam mais baratos, o controle dos botijões geralmente provoca um aumento do preço do produto.“Eles têm oportunidade de oferecer esses produtos e serviços além do tráfico. Temos dados que mostram que, hoje, eles já ganham mais com esses produtos do que a droga” declara. Não é um desafio exclusivo do Brasil. A presidente-executiva da Amexgas, Rocio Serrano, disse que o roubo de caminhões com o insumo e a importação ilegal de GLP, com sonegação de impostos, fez com que o governo mudasse o sistema de cobrança de tributos. “O governo federal começou a levar as aduanas para os portos e a marinha passou a fazer a coordenação da importação. Os volumes de roubo de carga são extratosféricos, não apenas GLP, mas diesel e gasolina. Para dimensionar, 80% do gás liquefeito do México vem da importação”, ressalta Autor/Veículo: Jota

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Aumento compulsório do biodiesel provoca impacto econômico e operacional

Desde 1º de agosto de 2025, a gasolina comum e aditivada vendida nos postos de todo o Brasil passou a conter 30% de etanol anidro (E30) e o óleo diesel, 15% de biodiesel (B15), conforme decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no âmbito da Lei do Combustível do Futuro (Lei 14.993/2024). As gasolinas premium permanecem com 25% de etanol anidro. Apesar do anúncio como marco ambiental e de autossuficiência em combustíveis, especialistas indicam que há desafios técnicos significativos, risco de aumento de custos e contradições sobre a real dimensão da eficácia ambiental das novas misturas. A partir do final da década de 1930, durante o governo Getúlio Vargas, por necessidade econômica e viabilidade técnica, o etanol anidro passou a ser utilizado como aditivo na gasolina na razão de 5%. Nos anos 70, o Proálcool foi implantado com o objetivo de reduzir a dependência do petróleo e estimular a produção do etanol combustível, ampliando o percentual de etanol anidro na gasolina para 20%. E ainda houve o lançamento dos veículos exclusivamente a etanol hidratado combustível, um produto novo. Neste período houve forte crescimento da demanda pelos biocombustíveis, etanol anidro e etanol hidratado. A produção agrícola e a indústria de beneficiamento dos biocombustíveis não conseguiram acompanhar a referida demanda, resultando em grave crise de abastecimento e elevando prejuízos para os consumidores. Em 2003, surgem os motores flex e, lentamente, vai se retomando a confiança do consumidor nos biocombustíveis, com o aumento das vendas dos veículos flex e consequentemente dos biocombustíveis. Em 2022, quando as misturas eram E27 e B12, o Brasil já era o país que mais utilizava a proporção obrigatória de biocombustíveis nos combustíveis fósseis (gasolina C e diesel B) no mundo. Segundo o trabalho “Mandatos de Misturas de Biocombustíveis no Mundo” da EPE (levantamento publicado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE), enquanto no Brasil a quantidade de etanol anidro na gasolina era de 27%, no restante do mundo a percentagem desse produto não ultrapassava os 15%. No caso do biodiesel, somente o Brasil impõe a obrigação de um teor de biodiesel acima de 10%, a maioria dos países utiliza percentuais bem abaixo, e de forma voluntária. A exceção é a Indonésia que pratica percentuais em torno de 30% por razões muito específicas, justamente por ser um país com alta dependência da importação de petróleo. “Reconheço a importância das políticas de transição energética e dos biocombustíveis, mas é preciso realizar os estudos técnicos e econômicos relacionados com a execução das iniciativas de forma a reduzir riscos para os consumidores e a indústria envolvida na atividade. Os sucessivos aumentos do uso dos biocombustíveis não estão levando em consideração questões técnicas do processo de homogeneização dos produtos e o impacto econômico na economia popular, deixando a impressão de que a tomada dessas decisões ocorre sem planejamento e sob pressão dos grupos de interesses. Não é só uma mudança de número, tem um efeito operacional em série e um impacto econômico relevante”, comenta Francisco Castro Neves, diretor-executivo da Associação Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (ANDC). Desafios logísticos: bases de armazenamento e transporte precisam se adaptar Herbert Oliveira é professor associado do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde realiza estudos sobre a complexidade das misturas de biodiesel. Ele explica que as bases de transporte e armazenamento existentes não foram projetadas originalmente para operar com misturas tão elevadas de biocombustíveis e terão que ser redimensionadas e atualizadas com novos equipamentos e instrumentos. “No caso do biodiesel, o impacto é ainda maior, pois se trata de um combustível com propriedades físico-químicas diferentes do diesel fóssil. Em uma pesquisa que estamos conduzindo na UFBA, pode-se constatar, ainda que de forma preliminar, a natureza complexa do processo de homogeneização do biodiesel no diesel, acentuada com os aumentos sucessivos do teor legalmente exigido de biodiesel”, explica o especialista. “Fatores que impactam no processo de mistura durante carregamento dos combustíveis: o tempo necessário para a plena homogeneização; a temperatura ambiente; a dinâmica da mecânica dos fluxos desde o carregamento no caminhão-tanque até a efetiva amostragem; a temperatura e a umidade locais; e a matéria-prima de origem do B100 utilizado. Tudo isso se apresenta como variáveis críticas com grande influência na qualidade da mistura final”, detalha. Os pesquisadores da instituição também constataram que faltam estudos aprofundados relacionados à homogeneização de biodiesel no diesel na literatura acadêmica, o que aponta para a necessidade urgente de apoio para novos estudos nessa área diante da curva crescente de aumento da proporção do biocombustível. Do mesmo modo, também é preciso que haja investimentos expressivos em infraestrutura das bases de distribuição. “Desde o ano de 2008, quando biodiesel foi introduzido de maneira compulsória na matriz de combustíveis brasileira na razão de 2%, não houve qualquer iniciativa, investimentos ou financiamento público voltados para o desenvolvimento de equipamentos e instrumentos específicos para atualização tecnológica do processo de homogeneização, de modo a acompanhar a complexidade crescente em função dos aumentos sucessivos do teor exigido de biodiesel”, pondera Herbert. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que problemas de qualidade no diesel B cresceram junto com o aumento do teor de biodiesel no diesel. Tais problemas ocorrem em toda a cadeia produtiva, sendo maiores as não conformidades junto ao produtor e menos frequentes nas etapas a jusante, chegando ao consumidor com relativa qualidade, exigindo cada vez mais cuidado no manejo do produto por todos, inclusive os consumidores. Segundo especialistas, as dificuldades no controle da qualidade do diesel B crescem com a elevação dos percentuais de mistura. “O aumento das não conformidades do diesel B, sobretudo no momento de alteração das novas obrigações, são atestados pelo Programa de Monitoramento de Qualidade dos Biocombustíveis – PMQC, o qual reflete a situação do combustível no varejo. Enquanto o Programa de Monitoramento de Qualidade dos Biocombustíveis – PMQBio, recentemente publicado, traz o diagnóstico da qualidade dos produtos primários junto ao produtor e ao distribuidor. No caso do biodiesel, o parâmetro de qualidade “contaminantes total” junto ao produtor foi de 17%

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Transição energética ou superprodutor de petróleo? As contradições ambientais nos planos do Brasil

O Brasil promete reduzir suas emissões de gases que contribuem com o aquecimento global em até 67% até 2035, conforme prevê a meta climática apresentada pelo governo federal às Nações Unidas. Por outro lado, o governo projeta aumento de 56% na produção de petróleo até 2030, e de 118% na de gás até 2034. Os dados fazem parte do relatório internacional Lacuna de Produção 2025 (The Production Gap), divulgado nesta segunda-feira, 22. O documento é produzido pelo Instituto Ambiental de Estocolmo, a Climate Analytcs, e o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável e teve a contribuição de mais de 50 cientistas de todo o mundo, inclusive do Brasil. O levantamento faz avaliação detalhada da produção planejada e projetada de carvão, petróleo e gás em 20 grandes nações de combustíveis fósseis, responsáveis por 80% da oferta global. Neste anos, os holofotes da agenda ambiental se voltam para o Brasil, que recebe a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) em Belém – pela primeira vez na Amazônia. A gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer se colocar como líder das negociações climáticas ambientais, mas enfrenta controvérsias internas, como os planos de explorar petróleo na Margem Equatorial da Foz do Rio Amazonas. O País não está sozinho na diferença entre promessas climáticas e planejamento governamental. Conforme o mesmo relatório, globalmente, as nações planejam extrair 120% a mais de combustíveis fósseis do que seria compatível com o limite de aumento médio da temperatura global (de 1,5º C) previsto no Acordo de Paris, pacto assinado por quase 200 países para frear o aquecimento do planeta. “Trata-se de uma contradição mundial, não só do Brasil”, afirmou ao Estadão o engenheiro químico Alexandre Szklo, professor do Programa de Planejamento Energético do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos brasileiros que elaboraram o relatório global. “Se reconhece que o petróleo ainda será necessário e, portanto, ainda deverá haver produção. Mas não são definidos os critérios e instrumentos para estabelecer como será feita essa produção remanescente de forma mais sustentável.” O governo brasileiro anunciou recentemente o lançamento da Política Nacional de Transição Energética e do Programa de Aceleração da Transição Energética. Brasil se alia a países da Opep Conforme o novo relatório, a extração de petróleo no País deve crescer 56% entre 2023 e 2030 e a de gás mais do que dobrar, com alta de 118% até 2034. Além disso, o Brasil já sinalizou a intenção de aderir à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)+, grupo expandido que agrega os 13 membros da Opep e outras nações parceiras (sem direito a voto), como Malásia e México. Após o Conselho Nacional de Política Energética decidir pela adesão à Opep+, em fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o Brasil “não deve se envergonhar de produzir petróleo”. Segundo a pasta, a entrada na Opep+ amplia a influência do País na transição energética. Em agosto, Petrobras e Ibama chegaram a um acordo para testes antes da decisão final sobre a concessão de licença para a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá. Neste mês, Lula defendeu mais uma vez explorar petróleo na Margem Equatorial. “Queremos preservar a Amazônia não como uma coisa intocável, mas que ela seja explorada, seja por mar e por terra, da forma mais responsável possível”, disse. Entre os argumentos mais frequentes do governo e do setor produtivo para manter as frentes de produção, estão a demanda energética e de desenvolvimento socioeconômico de um país de renda média, como o Brasil. Ambientalistas, por sua vez, argumentam que o projeto na Margem Equatorial, por exemplo, oferece risco ao ecossistema do local, como impactos à fauna em caso de derramamento de óleo. Já a ala ambiental do próprio governo tem pressionado pela redução na aposta em combustíveis fósseis. “Defendo que a Petrobras seja uma empresa de geração de energia, e não apenas de petróleo”, disse Marina Silva ao Estadão. “Dez anos após o Acordo de Paris, os governos estão tropeçando de volta ao nosso passado fóssil”, afirma Neil Grant, cientista que também participou da construção do relatório Lacuna de Produção. “Embora frustrante ver dinheiro público desperdiçado em ativos que, inevitavelmente, se tornarão obsoletos; é intoleravelmente injusto pensar nos custos humanos e ambientais desses planos de expansão, sobretudo para os mais vulneráveis”, continua. O relatório analisa os planos de produção de combustíveis fósseis de: Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Alemanha, Índia, Indonésia, Cazaquistão, Kuwait, México, Nigéria, Noruega, Qatar, Federação Russa, Arábia Saudita, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos. Em 2023, a lacuna de produção de combustíveis fósseis era de 110% acima do necessário para limitar o aquecimento global a 1,5ºC na comparação ao período pré-Revolução Industrial, como prevê o Acordo de Paris. Hoje, este número está em 120%. Ou seja: nos últimos dois anos os países ampliaram seus planos de produção de combustíveis fósseis em vez de reduzi-los, como seria esperado.Ação antidesmate e agricultura tecnológica devem frear emissões “No caso brasileiro, a grande contribuição para a meta global (de redução de emissões) virá da agricultura de alta tecnologia e da redução do desmatamento”, afirma Szklo, da UFRJ. Um dos grandes motores da economia do País, o agronegócio tem como um dos seus desafios aperfeiçoar as técnicas de redução de emissão do gás metano – bastante ligado à pecuária – um dos principais desafios. Na ação antidesmate, o Brasil viu as taxas de destruição da Amazônia caírem pela metade desde 2023. O aumento da degradação da floresta e do risco de queimadas, porém, tem comprometido a capacidade de regeneração do bioma, o que acende o alerta sobre a possibilidade de o ecossistema estar cada vez mais perto de um ponto de não retorno. “Também existe a possibilidade de remoção de gás carbônico da atmosfera tanto por medidas baseadas na natureza (como o reflorestamento), quanto pela adoção do uso de biocombustíveis avançados”, acrescenta o pesquisador. Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

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Capitalização da Cosan pode reduzir pressão sobre a Raízen

A capitalização de até R$ 10 bilhões da Cosan, que incluirá um aporte relevante do BTG, não apenas equaciona a pressão da dívida sobre a holding de Rubens Ometto como pode reduzir, em alguma medida, a velocidade dos planos de desinvestimentos de suas controladas, notadamente a Raízen. Na indústria de cana-de-açúcar, a expectativa de parte de agentes do mercado é de que a reestruturação da Cosan possa diminuir a pressa que a Raízen vinha tendo para vender seus ativos — usinas ou apenas canaviais — para, com isso, gerar caixa, pagar dívidas e ainda apoiar a controladora. Procurada pelo Valor, a Raízen não comentou. A Raízen já vendeu duas usinas em Mato Grosso do Sul e uma usina em São Paulo, além de canaviais que serviam à Usina Santa Elisa e à Usina MB. Em junho, o Valor antecipou que, além dessas unidades, a Raízen também estava negociando a venda da Usina Continental, em São Paulo, que ainda segue sob o controle do grupo. No mercado, os comentários são de que qualquer outra usina também pode ser negociada, a depender do preço. Para outras empresas do segmento que também estão vendendo usinas de cana-de-açúcar, a presença maciça da Raízen no polo vendedor do mercado gera uma pressão. Segundo um gestor, que preferiu não ser identificado, a companhia estava colocando à venda suas usinas com uma “cabeça de geração de caixa” para pagar dívidas, e não de geração de valor econômico. E, segundo ele, isso vinha pressionando os “valuations” de forma geral, e não só das usinas da Raízen. Nas operações realizadas pela Raízen, os valuations das usinas giraram em torno de US$ 40 a US$ 50 a tonelada de cana. Para esse gestor, com a reestruturação da Cosan, as investidas da holding não precisarão ter pressa para, além de gerar caixa para quitar suas dívidas, pagar dividendos para melhorar a situação da controladora. Já Gabriel Barra, analista do Citi, afirma não acreditar que a capitalização da Cosan “influencie a discussão sobre Raízen”. “São discussões separadas”, avalia. Ontem, em teleconferência com analistas, a direção da Cosan disse que os R$ 10 bilhões de capitalização não serão utilizados para apoiar suas controladas. Um gestor que tem posição comprada na Cosan afirmou ao Valor, sob condição de anonimato, que também enxerga um efeito de redução da pressão sobre a Raízen. Ele ressaltou, porém, que a companhia de combustíveis ainda terá de receber recursos para reduzir o peso de sua dívida, uma vez que as perspectivas para os mercados de açúcar e de etanol não são de recuperação de preços no curto prazo. Atualmente, há empresas do setor sucroalcooleiro em recuperação judicial que ainda tentam vender seus ativos via leilões, além de alguns casos específicos, como o da Bunge, que acabou assumindo duas usinas de cana no Brasil após a aquisição global da Viterra, mas que não tem a intenção de seguir com esses ativos no longo prazo. Ricardo Pinto, da consultoria RPA, acredita que a perspectiva para os valuations no segmento não é alta. “Os preços de açúcar e etanol estão em baixa, e sem perspectiva de recuperação”, observou. Além disso, muitas usinas enfrentam quebra de produção decorrente da seca do ano passado e aumento de custos, o que tende a apertar as margens. E, com isso, a tendência é que a pressão para venda de ativos cresça. “Os valuations podem cair mais”, comentou o analista. Autor/Veículo: Globo Rural

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